STJD pede 6 anos de suspensão a John Textor, dono da SAF do Botafogo

(Foto: Vitor Silva/Botafogo)


O Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol sugeriu nesta sexta-feira (5) uma suspensão de 6 anos e multa de cerca de R$ 2 milhões ao dono da SAF do Botafogo, o americano John Textor, pelas suas acusações de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro.

A Procuradoria da Justiça Desportiva deve agora decidir se abre processo contra o dono da Eagle Football Holdings, conglomerado de clubes que tem participação majoritária no Botafogo, no francês Lyon, no belga Molenbeek e minoritária no inglês Crystal Palace.

O Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) publicou um relatório que descreve as denúncias de Textor como "imprestáveis" e sugere uma suspensão de 2.340 dias e multa de R$ 2 milhões ao norte-americano.

"À luz dos fatos apurados no presente Inquérito pode-se afirmar que o arcabouço probatório é robusto, e demonstra que as infrações desportivas - inclusive criminais - foram graves e devastadoras", sublinha o texto.

Desde o final do ano passado, Textor, de 58 anos, fez diversas denúncias sobre erros de arbitragem e supostas manipulações de resultados no futebol brasileiro que prejudicaram o Botafogo.

Em novembro, após a vitória do Palmeiras por 4 a 3 sobre o Botafogo, então líder do Brasileirão, Textor protestou veementemente contra o cartão vermelho dado a um de seus jogadores. Ele denunciou "corrupção" e "roubo", e pediu a renúncia do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues.

O Botafogo acabou perdendo o campeonato para o Palmeiras, após deixar escapar uma vantagem de 13 pontos.

Textor disse ter "provas irrefutáveis" das "manipulações" compiladas em um relatório de 180 páginas encomendado à empresa francesa Good Game. O relatório nunca foi publicado, mas o empresário o disponibilizou à polícia do Rio e depois a uma comissão de investigação do Senado brasileiro, à qual compareceu.

Além do Palmeiras, o dono da SAF do Botafogo também criticou a associação de arbitragem e acusou jogadores de São Paulo e Fortaleza de manipulação de resultados. Esses clubes, assim como os representantes dos árbitros e jogadores, por sua vez denunciaram Textor na Justiça.

Segundo o documento publicado pelo STJD, Textor "contratou os serviços da empresa 'Good Game'. A pretexto de forjar pretensas provas acerca de falsas manipulações de partidas, em prejuízo dos direitos das pessoas físicas e jurídicas injustamente por ele acusadas".

O tribunal considerou as acusações do empresário como "atos ilícitos desportivos" contra a "honra de sete entidades desportivas, nove jogadores de futebol e nove árbitros", e constatou "violações contra a ética desportiva e uma motivação pessoal".

Por suas declarações contra o presidente da CBF, o STJD impôs a Textor em abril uma multa de R$ 100 mil e suspensão de 45 dias.

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