Diogo Soares encaminha vaga na final do individual geral da ginástica em Paris 2024

(Foto: Ricardo Bufolin/CBG)


Sólido e seguro, Diogo Soares encaminhou, na manhã deste sábado (27), sua classificação para a final do individual geral nas Olimpíadas de Paris 2024. Mais experiente do que em Tóquio 2020, quando conseguiu a vaga logo em sua estreia olímpica, Diogo apostou na boa execução de séries não tão difíceis e conseguiu somar 81,999 pontos nos seis aparelhos. Terminou a manhã em 16º lugar depois de duas subdivisões, uma boa posição para quem busca um espaço entre os 24 finalistas. Arthur Nory, por outro lado, deu adeus aos Jogos. O campeão mundial da barra fixa de 2019 falhou no seu aparelho e ficou longe da vaga na final.

Diogo e Arthur Nory, únicos atletas da ginástica artística masculina brasileira classificados para Paris 2024, disputaram as classificatórias olímpicas pela subdivisão 1, no primeiro dos três grupos de ginastas em busca de seu lugar nas finais. Os 24 melhores na soma da nota dos seis aparelhos conquistarão a vaga na final do individual geral, assim como os oito melhores em cada um dos seis aparelhos entram nas finais por aparelho.

Nory se apresentou apenas na barra fixa, na busca de uma vaga na final do aparelho. Campeão Mundial em 2019, o ginasta é especialista na barra fixa e apresentou uma série forte. Mas um erro o tirou da final e o eliminou dos Jogos. Nory apostou na sua série mais difícil para a classificatória. Não teve uma boa retomada no Liukin, um dos movimentos apresentados, e perdeu o embalo. Falha grave mesmo sem a queda. Ele se recuperou na série, mas saiu da briga pela medalha com semblante muito abalado.

Nas classificatórias, Diogo Soares optou, na maioria dos aparelhos, por séries mais simples do que as que apresentou no último Mundial, no ano passado. Por isso mesmo, são séries mais seguras, menos passíveis de erros. O objetivo era a classificação. A vaga se confirmando, há a possibilidade de ele mostrar séries mais complexas na final.

- No primeiro momento a gente optou por deixar as séries com um pouco menos de dificuldade, para garantir a classificação. Agora é estudar o que fiz hoje e tentar vir para a final, se eu chegar na final, com um pouco mais de dificuldade - disse Diogo, afirmando que viria com um salto mais forte, por exemplo.

Argolas

Diogo começou o dia nas argolas, onde cravou a saída e comemorou. O ginasta teve apenas poucos desequilíbrios em uma série relativamente simples e, por isso, segura. A nota de 13,033 foi um pouco maior do que a classificatória do último Mundial, quando ele recebeu um 13,000 cravado. Pontos importantes para tentar o top 24 do individual geral.

Salto

No salto, Diogo foi muito bem na dupla pirueta. A nota de 14,200 é só 0,033 abaixo do que ele fez na classificatória do último Mundial. Mais uma vez, o ginasta optou por um movimento mais simples para focar na precisão. Ele treina dupla pirueta e meia, e pode mostrar esse movimento na final, se sua vaga se confirmar.

Paralelas

Diogo teve um desequilíbrio grande no meio da série de paralelas e pequenos saltos na saída, mas o restante da rotina foi muito bem executado. A nota 13,933 foi três décimos abaixo da que recebeu na classificatória do último Mundial. Ainda assim uma boa nota para o individual geral.

Barra fixa

Diogo conseguiu a excelente nota 14,133 na barra fixa. Ficou em quarto na subdivisão da manhã e pode sonhar com a final do aparelho, mas não conseguiu a classificação para a final do aparelho depois das outras duas subdivisões. A nota foi um ponto maior do que a ele fez na classificatória do último Mundial.

Solo

Diogo passou bem pelo solo, mas cansou no fim. Olhou o cronômetro para tentar respirar antes da última acrobacia, acabou rodando um pouco a mais na pirueta e pisou fora da área, recebendo descontos importantes na execução. Ainda assim, foi um pouco melhor que no Mundial, quando caiu no solo da classificatória, e ficou com bons 13.100 na nota.

Cavalo

Diogo acertou sua série no cavalo, ganhou 13.600 e comemorou muito. Foi seu último aparelho e ele já sabia, ali, que tinha feito séries sólidas, sem quedas ou erros graves. Aos 22 anos, pode ir para sua segunda final individual geral olímpica muito mais maduro e seguro.

Globo Esporte

Comentários