Bastidores: Tuchel não falava mais com dono do Chelsea e foi alvo de reclamações do elenco

(Foto: Getty Images)


Thomas Tuchel foi demitido do Chelsea, na última quarta-feira, após a derrota para o Dínamo Zagreb pela Champions League, num momento em que não apresentava conexão nem com os novos donos do clube nem com os próprios jogadores. Isso é o que aponta a imprensa inglesa.

O técnico já não tinha comunicação com o proprietário Todd Boehly, havia discordâncias em relação a contratações, e o treinador também vinha sendo alvo de reclamações por parte de integrantes do elenco.

Já nas primeiras horas depois de a diretoria ter anunciado a demissão de Tuchel, a imprensa inglesa colocou na conta de Boehly a decisão.

Segundo o jornal "The Guardian", os dois já praticamente mal conversavam. O fato de o clube ter sido o que mais gastou em contratações na última janela de transferências (266 milhões de libras) também aumentou a pressão em cima do treinador.

Houve desavenças no período, como a tentativa da equipe de análise de Boehly de buscar a contratação do atacante inglês Anthony Gordon, do Everton. E Tuchel teria visto a necessidade de acomodar diversos jogadores, mas teria poucos em que poderia confiar.

O técnico também queria se livrar do atacante Armando Broja, que tinha uma proposta de 30 milhões de libras do West Ham, mas o clube lhe deu um contrato lucrativo de seis anos, o que gerou uma situação desconfortável para Tuchel ter que lhe dar minutos em campo.

Dentro do elenco, Tuchel também estava sendo questionado. O "The Guardian" aponta que Boehly tomou conhecimento de que os jogadores estavam descontentes com os esquemas táticos. Contra o Dínamo Zagreb, por exemplo, o time chegou a variar por três formações, incluindo uma com o atacante Raheem Sterling atuando como meia central. Os atletas também teriam ficado surpresos por terem ganhado folga depois da derrota por 3 a 0 contra o Leeds, em agosto.

O Chelsea já trabalha no mercado em busca de um nome para substituir Tuchel. De acordo com o "The Guardian", o clube abriu conversas com Graham Potter, atual técnico do Brighton, que ocupa a quarta posição na Premier League e está três pontos acima do Chelsea.

O Chelsea com Tuchel

Tuchel deixa o comando da equipe depois de apenas sete jogos na temporada 2022/23, na qual vinha com desempenho irregular: foram três vitórias e três derrotas no período. A demissão também surpreende pelo fato de o clube ter investido alto na janela de transferências encerrada há menos de uma semana, com o alemão comandando a busca pelos reforços no mercado: foram 278 milhões de euros, que colocaram o Chelsea como o clube que mais gastou na Europa.

Contratado em janeiro de 2021, após ser demitido do comando do PSG, Tuchel chegou ao Chelsea para substituir Frank Lampard e fez história ao mudar o desempenho do time e conquistar a Liga dos Campeões 2021/22. Na mesma temporada, ainda levou o título da Supercopa da Europa e do Mundial de Clubes, batendo o Palmeiras na final.

Na Premier League, o time não chegou a disputar concretamente o título contra Manchester City e Liverpool, mas conquistou a terceira posição na liga de forma tranquila. E, diante do alto investimento na janela do verão europeu, a expectativa era de que os londrinos pudessem disputar o troféu nesta temporada. Porém, derrotas para Leeds e Southampton frearam o início de temporada da equipe, que atualmente está na sexta colocação, com 10 pontos, cinco atrás do líder Arsenal.

A derrota para o Dínamo de Zagreb na estreia na Champions acabou levando a diretoria a demitir o alemão, em movimento que surpreendeu a imprensa inglesa e foi atribuído a Todd Boehly, novo dono do Chelsea, que comprou o clube de Roman Abramovich no meio do ano.

Globo Esporte

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