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Classificada para a Copa do Mundo após 36 anos ausente, a seleção do Canadá enfrenta problemas fora de campo na preparação para o Mundial do Catar. Neste domingo, um boicote dos jogadores forçou a federação local a cancelar, com poucas horas de antecedência, o amistoso que seria disputado contra o Panamá, em Vancouver. O Canadá está no Grupo F da Copa, com Bélgica, Croácia e Marrocos.
O jogo deste domingo já estava envolvido em outra polêmica: o adversário original seria o Irã, mas a federação canadense sofreu muitas críticas da opinião pública e do governo do país, que consideraram a escolha do rival um desrespeito com as vítimas da queda de um avião comercial em janeiro de 2020, abatido por engano pela Guarda Revolucionária do Irã - todas as 176 pessoas a bordo morreram, entre elas 55 canadenses e 30 estrangeiros que viviam no Canadá.
A federação canadense cancelou o jogo contra o Irã e convidou o Panamá para ser o adversário. No entanto, faltando poucas horas para o encontro, os jogadores da seleção do Canadá publicaram uma nota oficial informando que não iriam a campo.
Os jogadores reclamam da demora da federação para negociar um novo acordo financeiro com a equipe nacional, com avanços em relação ao atual, que está em vigor desde 2018.
Além de exigir mais transparência nos acordos comerciais da federação, os jogadores querem que 40% do prêmio pela participação na Copa do Mundo sejam destinados à equipe, além de facilidades para que familiares e amigos possam acompanhar a delegação no Catar.
Os jogadores também pedem que a seleção feminina de futebol tenha estrutura e premiações iguais às da masculina.
Presidente da Associação de Futebol do Canadá (Canada Soccer Association), Nick Bontis deu uma entrevista coletiva na noite deste domingo, logo após o anúncio do boicote dos jogadores, afirmando que a proposta da federação é "justa" e completando que a associação não tem condições de bancar as exigências dos jogadores.
- A Canada Soccer está comprometida com os princípios de justiça e equidade, e acreditamos que apresentamos uma proposta justa aos jogadores. Nós comparamos nossa oferta às de outras equipes pelo mundo. Sobre a questão da igualdade de gênero levantada, a Canada Soccer também está comprometida a prover as mesmas condições aos dois times - afirmou o presidente da federação canadense, Nick Bontis.
- Mesmo que só tivéssemos as seleções masculina e feminina para administrar e nada mais, sem o futsal, sem as seleções de base dos dois gêneros, sem os programas de desenvolvimento para treinadores, sem programa de desenvolvimento de árbitros, sem campeonatos nacionais, mesmo assim não teríamos condições de pagar o que eles querem. É insustentável - completou.
Globo Esporte
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