Agente de Vitor Roque encerra relação comercial com Cruzeiro, revela pedido de desculpa de dirigente e estuda medida judicial
(Foto: Reprodução) |
Agente de Vitor Roque, o empresário André Cury se vê envolvido em mais uma polêmica com o Cruzeiro. Em entrevista ao ge, o agente voltou a detalhar o imbróglio com o Cruzeiro, Athlético-PR e o atacante – relação que findou o último vínculo comercial dele com a Raposa – e disse que irá notificar o clube mineiro para saber da autoria da nota oficial que citou que o mesmo tem "práticas amadoras".
- Na segunda-feira, vamos procurar a autoria da nota. Se eles mandam jogador embora, atleta embora fora da janela, eles não estão nem aí. Vamos procurar saber quem foi.
"Se não identificar, vamos ter que fazer ação contra o mandatário do clube e pedir correções sobre isso. É fácil pegar nove milhões contra uma pessoa e falar uma coisa que não está acontecendo."
Cury reafirmou que o imbróglio entre Cruzeiro e Vitor Roque não começou por causa do valor do salário (pularia de R$ 12 mil para R$ 60 mil), mas sim por causa de como a alteração salarial seria realizada, o que travou o negócio. Segundo ele, o valor de salário do atacante, realmente, deveria pular de R$ 150 a R$ 180 mil mensais.
- Eu trabalho para o Roque e para a família dele. Naquele momento, eu não tinha, desportivamente, condições de pedir o que eu pensava em pedir para ele. Tanto é que o Cruzeiro tinha dificuldade de entender os R$ 60 mil, que depois viraram R$ 50 mil. Eu não tinha condição de pedir o que estava pensando, um contrato de R$ 150 mil, R$ 180 mil. Pedi um aditivo e, em dezembro, quando o jogador tiver performance mais forte, faríamos um contrato novo, porque não tinha pressa. O vínculo iria até 2025 – explicou o agente.
Segundo Cury, a intenção do Cruzeiro era realizar o novo contrato com Vitor Roque e o aumento salarial de uma vez só. O que não foi aceito pelo jogador e o staff.
- Entregaram uma de R$ 60 mil e depois, quando mandou de jurídico, mandou uma de R$ 50 mil. O problema não era o valor. O problema era que eles queriam fazer contrato novo. E o contrato do jogador tem vigência até 2025. Não precisava, nesse momento, fazer contrato novo. Eu procurei o Cruzeiro, que não teve expertise para me procurar e aumentar a multa. É mentira. Eu procurei.
"E eles não quiseram dar aumento que resguardava na multa. Ele queria fazer tudo num momento só. Eu sempre fui explícito que, naquele momento, não faria contrato novo. E que a opção que teria, para resguardar a multa, era o aditivo salarial."
Assim como Mattos, Cury também afirmou que Paulo André ligou para ele pedindo desculpas, na última quarta-feira. Paulo André negou que tenha pedido desculpas a Mattos. A reportagem procurou o dirigente do Cruzeiro, mas ele não atendeu às ligações, nem respondeu os questionamentos enviados por mensagem.
"Recebi um telefonema do Paulo André, às 11h da manhã (de quarta). E me pediu desculpa. Disse que não estava de acordo com a nota, mas que o pessoal lá não era muito do futebol. Eu entendi e o desculpei."
- Mas disse que não era correto isso. É fácil monitorar nove milhões de pessoas contra uma pessoa por erro deles e por desatenção deles. Mas desculpei. Para mim, vida normal. Trabalho com inúmeros jogadores. Prestei serviços para o Barcelona, sou muito amigo Neymar, e ele pagou a multa contratual. Nem por isso falei que ele não tinha ética. Não existe muito compra e venda. Existe pagamento de venda.
Polêmica no domingo
A saída de Vitor Roque veio à tona no último domingo. A versão de André Cury é a mesma apresentada por Alexandre Mattos, do Athlético-PR. O clube paranaense teria recebido ligação do Cruzeiro, oferecendo o atacante por R$ 40 milhões, mas o Furacão teria respondido que pagaria a multa de R$ 24 milhões.
- Esse negócio, no domingo, foi porque o Cruzeiro ligou para o Athletico-PR e ofereceu o jogador por R$ 40 milhões. Athletico respondeu que não poderia pagar R$ 40, porque a multa era R$ 24 milhões. Não sou advogado, nem nada. A multa existe, jogador tem direito de pagar. Como, se o Cruzeiro mandasse ele embora, deveria pagar a multa ou todo o salário do contrato e não fazer o que o Cruzeiro faz habitualmente.
Cury questionou a atuação do Cruzeiro com jogadores que estão deixando o clube.
- Se for pegar da gestão da SAF para cá, já foram mandados 10 jogadores embora à revelia, sem pagar nada, sem pagar FGTS, salário. Isso é falta de ética. É trabalhador sendo mandado embora e uma empresa Marsal (Alvarez & Marsal), que ele vai receber daqui 10 anos, se tiver sorte.
Por fim, o empresário defendeu-se e disse que quem está errado na história é o Cruzeiro. Com a saída de Vitor Roque, ele não tem mais nenhuma relação com o clube mineiro, momentaneamente, em termos de jogadores.
- Acho que o Roque era o último (jogador de Cury no Cruzeiro). O Ramon, pela atual gestão nova da SAF, não pagaram FGTS, não pagaram salário. Não deram a mínima satisfação e mandaram ele receber daqui 10 anos. Isso, sim, é quebra de contrato. Aprendi que cumprir o contrato é o correto. Não cumprir é incorreto. Vou mandar um dicionário Aurélio para o Cruzeiro, porque para eles o certo é não cumprir o contrato. E quem cumpre é falta de ética.
Nessa quinta-feira, Pedro Martins, diretor de futebol do Cruzeiro, também criticou o agente, apesar de não tê-lo citado nominalmente. O dirigente disse que a vontade de Cury e de Vitor Roque, desde o início, era a saída pela porta dos fundos do clube.
Globo Esporte
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