(Foto: Lucas Figueiredo) |
Fred passou dois anos e meio longe da seleção brasileira após 2018, mas depois que voltou não saiu mais. Presente nas últimas seis convocações do técnico Tite, o meio-campista participou de 12 dos 17 jogos disputados desde o ano passado e vem de sequência de cinco partidas como titular.
Mesmo assim, o jogador do Manchester United ainda não se vê como consolidado na Seleção e tenta frear a empolgação antes da Copa do Mundo do Catar.
– Fico muito feliz de jogar esses últimos jogos como titular, isso é muito importante, mas ainda é uma briga que está em aberto, não se pode dar ao luxo de falar que está convocado, falta muito tempo. Não sabemos o que vai acontecer no dia de amanhã, mas fico feliz de brigar por posição, é uma seleção recheada de opções. Procuro na seleção e no clube fazer o melhor, porque se eu estiver bem lá vou vir para a seleção. Procuro manter, crescer a cada dia, ter dinâmica legal com meus companheiros. Mas sei que não estou convocado ainda para a Copa, tenho que trabalhar para que mais para frente eu possa estar na lista. Mas tem muito chão ainda – declarou, em entrevista coletiva neste sábado.
Único jogador mineiro do atual grupo da Seleção, Fred festejou a oportunidade de jogar em sua terra natal nesta terça-feira, quando o Brasil enfrentará o Paraguai, às 21h30, em Belo Horizonte, pela 16ª rodada das Eliminatórias.
Embora tenha passado nas categorias de base do Atlético-MG, ele nunca atuou no Mineirão e pode estrear no estádio nesta terça:
– Um prazer voltar a Belo Horizonte, sou nascido e criado aqui, em Venda Nova, ali no Jardim Europa. Vai ser uma honra, nunca tive oportunidade de jogar no Mineirão, quando subi no profissional estava em reforma, joguei no Independência. Agora vai ser uma honra, com minha família presente.
O meio-campista também falou sobre seu estilo de jogo, bem diferente do de Paulinho, um de seus antecessores na Seleção. Após 24 jogos com a amarelinha, Fred nunca balançou as redes:
– São características diferentes. O Tite me dá muita liberdade para chegar na área. O Paulinho chegou a ser artilheiro da Seleção, fez muitos gols, tem bola forte de cabeça dentro da área. Eu sou diferente, não chego tanto dentro da área, mas procuro servir mais, fazer mais assistência do que gol. É claro que quero fazer gol sempre, mas não é regra do Tite. Depois da Copa ele conversou muito sobre isso, para procurar fazer meu futebol do melhor jeito que ele me colocar. Mas continuar fazendo bom trabalho aqui, fazendo grandes jogos, mas não com as mesmas características que o Paulinho.
Já classificado para a Copa do Mundo do Catar, o Brasil lidera as Eliminatórias de forma invicta, com 36 pontos. Já o Paraguai ocupa a penúltima colocação, com 13.
Veja abaixo outros trechos da entrevista de Fred:
Papo com Cristiano Ronaldo
– A gente conversa um pouco sobre Copa, claro que ele ficou muito chateado por não ter ido direto, mas ele é um grande jogador e sabe, como capitão também, trabalhar a cabeça dos jogadores para ter força. Ele vai tentar de tudo para ir para à Copa. Todos sabem que ele quer ganhar sempre, quer ganhar tudo, vai fazer de tudo, junto com seus companheiros, para ir para a Copa. Eles têm uma partida antes do jogo conta a Itália, é difícil também. Mas é focado e concentrado e vai tentar ir à Copa também.
Gols sofridos pelo alto
– Não é que não vem dando certo, estamos bem nas bolas paradas. Infelizmente, tomamos gol nessa partida (contra o Equador). Eles são muito fortes, procuravam o tempo todo faltas laterais, escanteios, e concedemos esse gol. Mas, se parar para ver, estamos bem nisso, tomamos poucos gols, nossa defesa é muito sólida. Tomamos poucos gols de bola parada. Vem dando certo, mas nesse jogo tomamos gols. São poucos de bola parada, vamos trabalhar para melhorar, não é perfeito, mas estamos no caminho certo.
Críticas à Seleção
– Não são seleções fracas as sul-americanas, pelo contrário, elas têm muita qualidade. Tivemos dificuldade aqui, as pessoas acham que o futebol é só na Europa. Recentemente, a Inglaterra ganhou de 10 a 0, não podemos falar que aqui tem equipes fracas. Queremos a torcida do nosso lado, procuramos fazer o melhor futebol, não estamos na excelência, mas tentamos fazer nosso melhor. Vamos seguir trabalhando para a Copa. Pelos números estamos muito bem, é uma grande seleção. Nosso desempenho esta sendo muito bom também, fizemos grandes jogos contra grandes equipes, temos que melhorar, claro, mas estamos fazendo um grande trabalho.
Expulsão do Émerson
– É uma prioridade do Tite, todos que o conhecem, ele passa lealdade, ser leal dentro de campo. Não vi os lances depois, não o achei desleal, que é o que o Tite mais pede para a gente. Mas o juiz teve a decisão no momento. É óbvio que o Emerson ficou chateado. Nós o apoiamos, ele é jovem ainda, a carreira dele não vai acabar aqui. Acontece no futebol, é do jogo. Ele vai fazer o seu melhor para estar com a gente novamente.
Empate com o Equador
– Foi um jogo bem difícil, atípico de jogar pelo desempenho da arbitragem. O que o professor fala para a gente sempre é para não perder tem que estar mentalmente forte. O goleiro deles foi expulso no começo, depois a gente também teve um expulso. É difícil jogar na altitude, com o campo um pouco seco, a arbitragem não estava em um dia feliz. Taticamente, estávamos bem, mesmo com um jogador a menos, conseguimos equilibrar o jogo. Mas acho que o que fomos melhor foi estar mentalmente fortes. A gente conseguiu mostrar dentro de campo, por mais que as decisões do árbitro tenham sido erradas, estávamos sempre concentrados. Não foi a melhor nem a pior partida, mas foi boa partida naquele cenário.
Lesão na Copa de 2018
– Foi um momento difícil ali para mim, na minha primeira Copa do Mundo, de ter lesão antes da Copa, foi bem complicado, mas levo para a minha vida. Tem que tirar lição de todas as coisas na vida, mas tenho certeza que Deus tem escrito coisas boas. Se aconteceu, foi porque tinha que acontecer, procuro trabalhar mentalmente para chegar firme na próxima Copa, procuro deixar as coisas ruins para trás. Faz parte de crescimento, e agora é procurar trabalhar, fazer o melhor para estar na próxima Copa e estar 100%.
Falta de gols dos atacantes
– Claro, é normal, eu sou volante e quero fazer gol sempre. Ficar mutio tempo sem fazer gol é ruim, mas isso faz parte do futebol, acontece com grandes jogadores também. Importante é o trabalho que fazem para ajudar nossa seleção. Eles se doam ao máximo, sempre fazem o melhor para nos ajudar. O gol saindo ou não dos atacantes, dos meias, dos defensores, vai ser melhor para a nossa seleção. Tem que ficar tranquilo, processo natural e logo vão marcar.
Globo Esporte
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