(Foto: Reprodução) |
Em 2022, a Stock Car vai voltar a correr no Rio de Janeiro após dez anos, em uma pista inédita no automobilismo nacional, no Aeroporto Internacional do Galeão-Tom Jobim, na Ilha do Governador. A novidade será anunciada em um evento a ser realizado na manhã desta quarta-feira no Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado. Com um contrato de um ano a princípio, a Cidade Maravilhosa receberá a quarta etapa da próxima temporada da maior categoria do automobilismo brasileiro, no dia 10 de abril.
A etapa terá o nome de "GP Galeão Rio 2022" e será disputada no tradicional formato de rodadas duplas, com duas corridas no domingo. A última prova da Stock Car no Rio de Janeiro foi realizada no dia 15 de julho de 2012, no extinto Autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá. A vitória ficou com o paulista Allam Khodair, então piloto da equipe Vogel Motorsport, comandada por Mauro Vogel, uma das mais tradicionais da cidade serrana de Petrópolis. O Japonês Voador também marcou a pole position e a melhor volta na ocasião. 12 vezes campeão, Ingo Hoffmann é o maior vencedor no Rio, com oito triunfos. Entre os pilotos em atividade, o pentacampeão Cacá Bueno tem três vitórias na cidade.
O contrato foi assinado no último domingo, durante a decisão da temporada da Stock Car no Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos. O projeto conta com o patrocínio de Naturgy e Light, duas concessionárias de energia do Rio de Janeiro (gás natural e energia elétrica, respectivamente) e recebeu um aporte de R$ 7,5 milhões de patrocinadores, além de verba proveniente de Lei de Incentivo ao Esporte. O circuito terá em torno de 3.500 metros de extensão, batizado como Circuito Cacá Bueno, em homenagem ao pentacampeão, e foi idealizado por Luís Ernesto Morales, presidente da Comissão Nacional de Circuitos da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e engenheiro-chefe do GP de São Paulo de Fórmula 1. Segundo ele, a pista se assemelhará a um anel externo e terá a maior média de velocidade da temporada.
Atual campeão da Stock Car, o paranaense Gabriel Casagrande corre por uma das equipes sediadas em Petrópolis, a Vogel-Mattheis. E já está ansioso para disputar a corrida de casa de seu time.
- Achei sensacional. Uma baita ideia misturar o automobilismo com tudo de bom que o Rio de Janeiro tem. Não cheguei a correr no finado autódromo de Jacarepaguá, mas todo mundo falava superbem. E o Rio é uma cidade que precisa ter corridas. Se tivesse um autódromo, seria muito legal, mas estão dando um jeito de ter a prova. Acho show de bola esta iniciativa. Espero que dê tudo certo, que a promoção do evento seja maravilhosa, que nada de errado aconteça, que possa ser um show muito legal. O povo do Rio merece, é a Cidade Maravilhosa. Quem sabe não consigo ser um vencedor inédito em uma pista inédita. A Stock Car e os envolvidos estão de parabéns - disse Gabriel.
O estado do Rio de Janeiro é sede de algumas das principais equipes da história da Stock Car, todas em Petrópolis. Além disso, o segundo maior campeão da categoria é carioca: o penta Cacá Bueno. Desde 1979, na primeira temporada, a cidade já recebeu 42 provas, incluindo a inaugural Corrida do Milhão, em 2008, com vitória do paraibano Valdeno Brito.
Aeroportos recebem corridas famosas
A corrida mais famosa já disputada em um aeroporto, sem dúvidas, foi a de Cleveland, nos Estados Unidos, que fez parte do calendário da Fórmula Indy e da Cart entre 1982 e 2007 no Burke Lakefront Airport. A categoria americana correu também no de Edmonton, no Canadá (de 2005 a 2012) e, atualmente, usa como reta dos boxes em São Petersburgo, na Flórida, uma das pistas de pouso e decolagem do Albert Whitted Airport.
- A ideia original vem da Fórmula Indy, que fez várias corridas bem-sucedidas em aeroportos. E, basicamente, não tem muita opção: são retas longas, uma chicane improvisada, curvas de retorno... mas as corridas costumam ser legais. Os aeroportos são largos, pontos de ultrapassagens não faltam. Independente do tipo de pista, é legal ver a Stock de volta ao Rio - disse Luciano Burti, comentarista dos canais Globo.
A Fórmula E, categoria de monopostos elétricos que tem transmissão do SporTV, corre todos os anos no histórico Aeroporto de Tempelhof, em Berlim. O local foi usado como abrigo durante a Segunda Guerra Mundial e é um dos candidatos a entrar na lista de patrimônios históricos da humanidade mantida pela Unesco. Até mesmo a Fórmula 1 já correu na base aérea da cidade austríaca de Zeltweg entre 1963 e 1968.
Sem impacto na operação do aeroporto
Segundo maior aeroporto internacional do Brasil, atrás apenas de Guarulhos, em São Paulo, o Galeão não terá impacto em seu funcionamento durante a realização da etapa da Stock Car em abril. O circuito será montado em uma pista auxiliar, usada apenas em casos excepcionais. Ela tem extensão de 4 mil metros e 45 de largura, o que permitirá a montagem de um traçado técnico.
Segundo a concessionária RIOgaleão, que administra o aeroporto, a realização de uma das etapas da Stock Car não impacta na operação, uma vez que o próprio desenho do local permite que a corrida ocorra sem interferência entre as pistas de pousos e decolagens. Uma das retas do circuito será montada na pista 10/28, a maior comercial do Brasil. A iniciativa seguirá todas as diretrizes dos órgãos competentes a fim de garantir um evento seguro para todos.
Globo Esporte
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário!