(Foto: Hasan Bratic/picture alliance via Getty Images) |
Os comissários do GP de Abu Dhabi rejeitaram os dois protestos da Mercedes após a vitória de Max Verstappen na prova, neste domingo, valendo o primeiro campeonato mundial da carreira do holandês. O piloto da RBR foi acusado pela equipe rival quebrar o Artigo 48.8 do Regulamento Esportivo da Fórmula 1, que proíbe ultrapassagens sob o safety car.
A segunda solicitação, que trata do procedimento adotado pela direção de prova na saída do carro de segurança, também foi rejeitado. Com isso, Max mantém seu título.A Mercedes, porém, garantiu que vai recorrer e tentar inverter o resultado.
A primeira solicitação rejeitada pela Federação Internacional do Automobilismo (FIA) se apoia no Artigo 48.8, que proíbe os pilotos de fazerem ultrapassagens sob bandeira amarela.
A manobra alvo da reclamação da Mercedes não foi a da curva 5, na qual Max Verstappen ultrapassou Lewis Hamilton para vencer, mas envolve os momentos em que o holandês por diversas vezes colocou o carro na frente do rival, aguardando a saída do safety car na pista.
No documento divulgado pela entidade, os comissários reconhecem a justificativa do protesto. Porém, concluem que, embora Verstappen tenha se colocado à frente de Hamilton sob o safety car, o piloto da RBR recuou alguns metros quando o carro de segurança retornou para os boxes.
O segundo protesto trata do Artigo 48.12 do código esportivo da F1. O trecho determina que o carro de segurança deve sair da pista na volta que sucede o momento em que os retardatários ultrapassaram o líder.
Após a corrida, a FIA se reuniu com os diretores esportivos da Mercedes e RBR, Ron Meadows e Jonathan Wheatley, além de Andrew Shovlin e Paul Harris, respectivamente chefe de engenharia e advogado da equipe alemã, e com Christian Horner e Adrian Newey, chefe de equipe e chefe técnico do time austríaco.
A RBR justificou que o regulamento apontado pela rival trata de "qualquer retardatário", não "todos os retardatários", e que a mensagem de que o safety car está na pista sinaliza que ele retornará ao pit lane no fim da volta em questão. O time argumentou ainda que o Artigo 15.3 do regulamento dá ao diretor de provas Michael Masi a autoridade de controlar o uso do carro de segurança.
A direção de prova explicou que o artigo utilizado pela Mercedes para embasar o protesto foi criado com objetivo de impedir que os retardatários interfiram na corrida dos líderes, e que a mensagem de safety car na pista se aplicaria neste caso.
O Diretor de Corrida também afirmou que havia muito foi acordado por todas as equipes que, sempre que possível, era altamente desejável que a corrida terminasse sob bandeira verde (ou seja, não sob um safety car) - acrescentou o documento.
Os comissários da prova reafirmaram a autoridade do diretor de corrida na gestão do carro de segurança, incluindo sua entrada ou saída.
"Tendo considerado as várias declarações feitas pelas partes, os Comissários determinam o seguinte: Que o Artigo 15.3 permite ao Diretor de Corrida controlar o uso do safety car - que em nossa determinação inclui sua implantação e retirada; embora o Artigo 48.12 possa não ter sido aplicado integralmente, em relação ao safety car que retorna aos boxes no final da volta seguinte, o Artigo 48.13 anula isso, e uma vez que a mensagem “Safety Car nesta volta” tenha sido exibida, é obrigatório retirar o Safety Car no final daquela volta. Não obstante o pedido da Mercedes para que os comissários corrijam o assunto e alterem a classificação para refletir as posições no final da penúltima volta, esta é uma decisão que os comissários acreditam que afetaria a corrida retrospectivamente e, portanto, não seria apropriada", diz o documento.
O safety car acionado pela batida de Nicholas Latifi na 54ª volta, após uma disputa de posição do canadense da Williams com Mick Schumacher, saiu da pista na volta 57 de 58.
Naquele momento, apenas cinco pilotos retardatários (Lando Norris, Fernando Alonso, Esteban Ocon, Charles Leclerc e Sebastian Vettel) receberam autorização para passar os líderes, quando o regulamento determina que todos - ou nenhum devem fazê-lo.
O Artigo 48.12 determina também que o safety car deve se retirar na volta que suceder o realinhamento dos carros (ou seja, depois da volta 58), o que não foi feito e gerou o protesto da Mercedes.
A Mercedes afirmou nas redes sociais que tem a intenção de recorrer nos próximos dias. Segundo um tweet postado pela equipe, se baseará no artigo 15 do código esportivo e no artigo 10 das regras disciplinares.
Globo Esporte
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