STJD marca julgamento de árbitros acusados de assédio e falas preconceituosas no handebol

(Foto: Fernando Rezende/Ser Unimed Sorocaba/PM Sorocaba)


O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) marcou a data do julgamento dos árbitros Adriano Alves da Rocha e Zaine Roberto de Souza Marques para o dia 18 de outubro, através de sessão virtual. Os dois árbitros foram afastados pela Condeferação Brasileira de Handebol (CBHb) após o vazamento de áudios e denúncia de assédio e comentários preconceituosos (saiba mais abaixo).

Os dois árbitros foram denunciados nos artigos 243-G e 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que dizem:

Artigo 243-G: Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.

Artigo 258: Assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código.

Se condenados, as penas aos árbitros variam, no artigo 243-G, suspensão entre 120 e 360 dias, além de multa entre R$ 100 e R$ 100 mil. No artigo 258, a punição engloba desde a suspensão das atividades pelo prazo que varia entre 15 e 80 dias.

O motivo do afastamento dos árbitros foi uma série de comentários pejorativos contra um técnico e jogadoras que estavam em quadra durante a partida entre Fundesport/Araraquara e Centro Olímpico, disputada no dia 14 de setembro, e válida pelo Campeonato Brasileiro Juvenil de handebol.

O ge teve acesso exclusivo aos áudios que foram registrados através de transmissão em uma rede social, mantida por um dos árbitros. Nas gravações, é possível ouvir comentários sobre a forma física das jogadoras do Centro Olímpico, como "essa está gostosinha, que delícia", "elas eram magrinhas, mas engordaram na pandemia", além de palavras direcionadas ao técnico: "seboso, cara de bêbado, mal vestido. Parecia uma moça jogando".

Após a repercussão negativa entre jogadoras, membros de comissão técnica e staff envolvidos na competição, os dois árbitros foram excluídos da competição e expulsos do hotel onde todos estavam hospedados em Sorocaba.

Um dos alvos dos comentários, o técnico Robison Santos, do Araraquara, registrou boletim de ocorrência. De acordo com o documento, o técnico diz ter sido ofendido com palavras que configuram crime contra a honra, injúria racial e assédio moral.

O ge entrou em contato com os dois árbitros, que afirmaram que irão se manifestar apenas após o julgamento.

Globo Esporte

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