Protestos ofuscam acendimento do fogo olímpico dos Jogos de Inverno de Pequim 2022

(Foto: AFP)


Um protesto de três ativistas pró direitos humanos ofuscou a cerimônia de acendimento do fogo olímpico dos Jogos de Inverno de Pequim 2022. Os manifestantes conseguiram burlar a segurança destacada para o evento no Tempo de Hera, em Olímpia, na Grécia, mas acabaram presos.

Os protestantes invadiram o local segurando uma bandeira do Tibete e um tecido branco em que se lia, escrito em inglês, “Não aos Jogos genocidas”, com mãos vermelhas representando sangue. Foi possível ouvir, antes da intervenção da polícia, as seguintes frases, segundo o site Inside The Games:

- Como Pequim pode ser autorizada a receber as Olimpíadas considerando que estão cometendo genocídio contra os uigures.

Nos últimos anos, a China foi acusada de manter mais de um milhão de uigures, grupo de origem turcomena e predominantemente muçulmano, presos na região de Xinjiang. O governo chinês, a princípio, negou. Recentemente, passou a dizer que eles estão em centros de treinamento e educação. Defensores de direitos humanos, porém, afirmam que os uigures sofrem com trabalho forçado, tortura, esterilização forçada e aborto. As acusações alegam um genocídio cultural e uma limpeza étnica por parte do governo chinês.

No domingo outros protestantes contra a realização dos Jogos de Inverno já haviam sido detidos pela polícia grega. Após a detenção do novo grupo desta segunda-feira, a cerimônia de acendimento do fogo olímpico teve sequência. E o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, voltou a manter o discurso neutro da entidade.

- Apenas esta neutralidade política assegura que os Jogos Olímpicos possam ficar acima e além das diferenças políticas existentes em nosso sempre. Os Jogos Olímpicos não podem abraçar todos os desafios de nosso mundo. Mas eles mostram um exemplo para o mundo onde todos respeitam as mesmas regras e um ao outro – disse Bach.

A chama, após acesa pela Alta Sacerdotisa, foi passada ao esquiador grego Ioannis Antoniou, que também havia sido o primeiro condutor da tocha no revezamento dos Jogos de Inverno de Sochi 2014. Ele então passou a chama ao ex-patinador de velocidade chinês Li Jiajun, dono de cinco medalhas olímpicas.

O fogo olímpico será levado para o estádio Panathenaico, em Atenas, e nesta terça-feira será oficialmente entregue ao Comitê Organizador dos Jogos de Pequim 2022. Na quarta-feira, dia 20 de outubro, será realizada uma cerimônia de recepção na China.

Globo Esporte

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