Guevara vence GP tumultuado da Moto3 após acidente assustador em Austin

(Foto: Reprodução)


Izán Guevara conquistou a primeira vitória da carreira na Moto3 em uma circunstância para lá de bizarra. Depois de duas bandeiras vermelhas, o Mundial decidiu anular a segunda corrida do dia e validou o resultado da prova original, dando a vitória neste domingo (3) ao espanhol da Aspar.

Parecia um caos anunciado. Dias depois da morte de um jovem piloto no Mundial de Supersport 300 em Jerez ― Dean Berta Viñales ―, o Mundial de Motovelocidade seguiu adiante com o GP das Américas após múltiplas reclamações pelas condições do asfalto, repleto de ondulações especialmente no trecho entre as curvas 2 e 10. E a corrida da Moto3, primeira a entrar na pista neste, não poderia ter sido mais tumultuada.

A primeira bandeira vermelha foi acionada ― com atraso ― na volta 7, depois de uma queda feia de Filip Salac. O Mundial decidiu, então, retomar a disputa para outras cinco voltas, mas foi na terceira desta segunda corrida que o susto maior aconteceu. Deniz Öncü acabou tocando a roda dianteira de Jeremy Alcoba, provocando a queda do espanhol. Andrea Migno e Pedro Acosta caíram na sequência, mas, por sorte, as motos foram as únicas atropeladas neste domingo.

Os chefes de equipe, então, se reuniram com a direção de prova para decidir o que fazer. E a opção foi validar o resultado do momento da primeira interrupção. Assim, Guevera, que já estava super irritado nos boxes por ter sofrido uma quebra na corrida 2, foi informado da vitória, resultado da validação da disputa no momento da primeira paralisação.

Assim, Dennis Foggia ficou com o segundo posto, com John McPhee aparecendo em terceiro. Jaume Masià acabou em terceiro, seguido por Deniz Öncü, Jeremy Alcoba, Darryn Binder, Pedro Acosta, Tatsuki Suzuki e Andrea Migno.

Sergio García ficou de fora do GP das Américas depois de uma queda na sexta-feira. Ainda tentando cortar a vantagem de Pedro Acosta na liderança do Mundial, o espanhol da Aspar foi barrado pelos médicos após lesionar o rim no acidente em Austin.

A Moto3 volta às pistas em 23 de outubro para o GP do Feito na Itália e da Emília Romanha. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2021.

Diferente dos outros dias do fim de semana, o domingo no Texas amanheceu com sol e pista seca. Antes da largada da Moto3, os termômetros mediam 29°C, com o asfalto chegando a 35°C. A velocidade do vento era de 6 km/h, com a umidade do ar em 65%.

No grid norte-americano, todos os pilotos escolheram o pneu dianteiro mais duro, com a borracha traseira macia sendo a opção da maioria, com exceção de Dennis Foggia, Xavier Artigas, Filip Salac e do líder Pedro Acosta, que calçaram os Dunlop mais tranquilos.

Quando as luzes se apagaram no traçado da capital texana, Jaume Masià até saiu bem, mas foi imediatamente pressionado por Xavier Artigas, que começou muito bem, levantando até dúvidas sobre queima de largada.

Jaume conseguiu se manter na ponta, diante de Artigas, Izán Guevara e Jeremy Alcoba. Ainda na primeira volta, o piloto da Leopard tomou a liderança, com Guevara aproveitando para assumir o segundo posto.

Antes mesmo de fechar a volta, a direção de prova puniu Artigas com uma volta longa dupla – quando o piloto tem de passar por um trecho pré-determinado por fora do traçado -, já que ele queimou a largada em Austin.

Ainda sem saber da punição, Guevara foi ao ataque e tomou a liderança, mas levou o troco do rival da Leopard pouco depois. Xavier, então, foi cumprir a primeira sanção e, assim, devolveu o comando a Guevara. Masià tinha o segundo posto, diante de Jeremy Alcoba, Dennis Foggia, Deniz Öncü, Andrea Migno e Darryn Binder. Acosta tinha caído para 11º.

Adrián Fernández também foi punido com uma volta longa por ter cortado caminho na terceira volta da disputa. O irmão de Raúl vinha em 16º.

Rodando na ponta, Guevara não se afastou do pelotão, mas vinha confortavelmente no comando, 0s2 à frente de Masià. Alcoba era o terceiro, seguido por Foggia e Öncü.

Na volta 4, Artigas, que tinha cumprido apenas uma das voltas de punição, foi avisado pela equipe que tinha outra pena a cumprir. O espanhol entrou na sequência e caiu de nono para 15º.

Lá na ponta, Alcoba passou Masià para assumir o segundo posto. Foggia era o quarto, à frente de Öncü, McPhee, Binder e Migno. Acosta vinha só em décimo, 1s4 atrás do líder Guevara.

Empenhado em cortar a vantagem de Acosta no Mundial, Foggia também foi para cima e tomou o segundo posto, já mais de 0s3 atrás de Guevara. Masià era o terceiro, seguido por Alcoba e Öncü.

Na sexta das 17 voltas da corrida, Masià tentou tomar o segundo posto de Foggia, mas acabou superado por Alcoba. McPhee apareceu em seguida para tomar a terceira colocação, à frente de Jaume e Öncü, com Jeremy caindo para sexto. Acosta já vinha em oitavo.

Izán, porém, aproveitou a disputa atrás para abrir vantagem na liderança da corrida. Ainda com 11 giros pela frente, o espanhol da Aspar chegou a se afastar 0s7 de Foggia, mas o italiano apertou o passo para derrubar a diferença para 0s3.

Na volta sete, a bandeira amarela foi acionada após uma queda de Filip Salac na saída da curva 11. A moto ficou no meio da pista até ser removida pelos fiscais, mas o piloto precisou de atendimento médico, ainda na beira da pista.

Apesar do atendimento, a corrida não parou de imediato. Quando a bandeira vermelha finalmente apareceu, Niccolò Antonelli já tinha caído na curva 1, mas conseguiu se levantar e subir na moto mais uma vez.

Logo que a corrida foi paralisada, Salac foi removido de maca e a transmissão exibiu um replay do acidente. O piloto foi ejetado da moto e atingido por ela também quando já rolavam no asfalto. O titular da Prüstel chegou a perder a luva direita no acidente.

A direção de prova logo avisou que a corrida seria retomada para outras cinco volta, com as posições no grid baseadas na volta 7. Assim, a pole seria de Guevara, à frente de Foggia, McPhee, Masià, Öncü, Alcoba, Binder, Acosta, Tatsuki Suzuki e Andrea Migno. A equipe de Antonelli conseguiu recuperar a moto e, assim, o italiano ocuparia a 15ª posição.

Com o procedimento rápido de largada em vigor, os pilotos logo foram para a pista acompanhados de um único mecânico. Quando tudo estava pronto, os competidores partiram para a volta de aquecimento. Na segunda largada, Yuki Kunii teve problemas e foi retirado do grid, atrasando o reinicio da disputa.

Quando a largada, enfim, aconteceu, Izán Guevara saiu bem e ficou com a ponta, mas seguido de perto por Öncü, que nem demorou para atacar e tomar a liderança. McPhee era o terceiro, seguido por Binder e Acosta.

Metros depois, Guevara recuperou a liderança, com Binder passando McPhee pelo terceiro posto. Logo depois, o sul-africano ainda tomou a segunda posição de Deniz.

McPhee pouco depois conseguiu tomar a terceira colocação de Öncü. Em seguida, Adrián Fernández e Max Kofler caíram na curva 10 e abandonaram.

Na volta 4, Guevara errou e saiu da pista, mas logo depois mostrou que tinha um problema mecânico.

Assim, McPhee assumiu a ponta, à frente de Masià, Binder, Foggia, Öncü, Alcoba, Suzuki, Migno, Artigas e Acosta.

Binder, então, lançou um ataque por dentro na curva 3 e assumiu a segunda colocação. Acosta também melhorou e agora era oitavo.

Com três voltas para o fim, um enorme acidente motivou uma segunda bandeira vermelha. Andrea Migno, Pedro Acosta e Jeremy Alcoba estavam envolvidos no acidente na curva 11, mas, apesar do enorme susto, já que caíram no pelotão, os três levantaram sozinhos.

Pelo replay, foi possível notar que o acidente começou com uma ação de Öncü, que acabou tocando a roda dianteira Alcoba, provocando a queda do espanhol. Na sequência, Migno e Acosta também caíram, mas, felizmente, apenas as motos foram atropeladas.

Os chefes de equipe, então, se reuniram com a direção de prova e a decisão foi não retomar a disputa, validando o resultado do momento da primeira interrupção, o que deu a vitória a Izán Guevara.

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