(Foto: Joe Portlock - Formula 1/Formula 1 via Getty Images) |
A introdução do teto de gastos na Fórmula 1 tornou a questão financeira uma das principais preocupações das equipes. Depois de sofrer com o abandono de Charles Leclerc após a colisão provocada por Lance Stroll no GP da Hungria, a Ferrari revelou ter tido um prejuízo de 2,5 milhões de euros (ou R$ 15 milhões) na primeira metade da temporada, o que a levou a vocalizar as implicações dos danos no momento de maior austeridade financeira na categoria.
- Se olharmos para os danos que sofremos desde a primeira corrida no Bahrein até a última na Hungria, são mais de 2,5 milhões de euros. Isso em apenas metade da temporada. Temos tido muitas discussões sobre isso. Se houver um acidente, um piloto for culpado e ele não for nosso piloto, isso então deveria ser isento do limite orçamentário? Certamente é um ponto importante - defende Mattia Binotto, chefe da equipe.
O teto de gastos está em vigência desde o início desse ano a partir do valor de US$ 145 milhões, ou R$ 756 milhões. A quantia será reduzida progressivamente até chegar em US$ 135 mi (cerca de R$ 703 milhões) entre 2023 e 2025. A proposta é bem vista por times como a McLaren, que vê o teto como uma forma de reduzir a disparidade para as principais competidoras, como Ferrari e Mercedes.
A F1 também prevê, para 2023, um teto de salarial para os pilotos de R$ 156 milhões ou US$ 30 mi, assim como para os três principais funcionários de cada time, incluindo chefes e diretores-técnicos, que receberão outro limite orçamentário específico.
A questão foi um dos principais entraves na aprovação das corridas classificatórias, maior novidade da temporada 2021, cujo aval dependeu da disponibilização de uma cobertura no valor de US$ 500 mil ou R$ 2,6 milhões para danos provocados nos carros nas provas - cujo primeiro teste foi no GP da Inglaterra, em julho.
Neste ano, a Ferrari teve três impactos significativos em seus carros; além do incidente entre Stroll e Leclerc na Hungria, que ainda forçou uma troca não-esperada do motor do monegasco, ele bateu na classificação do GP de Mônaco, em maio. Seu companheiro de equipe, Carlos Sainz, também bateu na sessão classificatória na Hungria e, de igual modo, teve que mudar seu motor.
A escuderia italiana chegou a defender que as equipes de pilotos comprovadamente responsáveis por provocar danos pagassem pelo prejuízo. Porém, Binotto reconheceu que nem sempre os problemas são provocados por rivais, o que obriga os times a se organizarem financeiramente:
- Às vezes, nós mesmos podemos provocar esses danos. Temos alguma contingência em nosso teto orçamentário que acho necessário, porque nunca se sabe as surpresas que podemos ter. Mencionei o valor dos prejuízos para mostrar que os danos podem ser significativos e, portanto, deveríamos considerar um tipo diferente de regulamentação nesses casos. Certamente não há soluções óbvias. Mas sem dúvida discutiremos isso.
Globo Esporte
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário!