Ministério Público denuncia presidente do Flamengo por gestão fraudulenta e envio indevido de recursos ao exterior
(Foto: Felipe Schmidt) |
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, e outras quatro pessoas por gestão fraudulenta e envio indevido de recursos ao exterior. Segundo a denúncia, Landim e os demais acusados atuaram em uma operação financeira que resultou na perda de R$ 100 milhões a fundos de pensão de funcionários de estatais.
De acordo com a ação, que tramita na 10ª Vara da Justiça Federal, o esquema funcionou entre os anos de 2011 e 2016. Além de Landim, o ex-presidente do BNDES, Demian Fiocca, também foi denunciado. O atual presidente do Flamengo e os demais acusados atuaram no Fundo de Investimentos em Participações (FIP) Brasil Petróleo 1, que captou recursos da Funcef (aposentados da Caixa), Petros (da Petrobras) e Previ (do Banco do Brasil).
Caso sejam condenados, Landim e os demais acusados podem pegar pena de três a 12 anos de prisão, além do pagamento de multa.
Segundo cálculos da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), órgão que fiscaliza os fundos de pensão, a Funcef e o Petros investiram, cada um, R$ 102 milhões no FIP Brasil Petróleo 1, amargando prejuízo de R$ 92 milhões, cada. Já no caso da Previ, o investimento foi menos vultoso, de R$ 76 milhões. A perda foi de R$ 69 milhões.
A denúncia traz ainda que o FIP Brasil Petróleo 1 realizou uma manobra não permitida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para destinar esses valores a uma empresa nos Estados Unidos, com aval de Landim, segundo o texto.
– Por todo o exposto, conclui-se que os acusados Luiz Rodolfo Landim Machado, Demian Fiocca, Nelson José Guitti Guimarães, Geoffrey David Cleaver e Gustavo Peixoto concorreram, conjuntamente, para a prática do crime previsto no art 4º, caput, da Lei 7.492/1986, ao atuarem ardilosamente para permitir o investimento em empresa estrangeira – afirma o procurador Anselmo Lopes, na denúncia que tramita na 10ª Vara de Justiça Federal.
A assessoria do Flamengo não se manifestou sobre o caso, e informou apenas que o assunto não diz respeito ao clube.
Irregularidades também na Suíça
Paralelamente à investigação que tramita no Brasil, autoridades suíças encontraram indícios de irregularidades em movimentações financeiras em uma conta de Rodolfo Landim no banco Credit Suisse.
A apuração na Suíça sugere a existência de “contas de passagem”, ou seja, contas utilizadas para intermediar as transações financeiras com o objetivo de dificultar o rastreamento dos recursos e ocultar o verdadeiro destinatário dos valores.
Ressalta-se, entretanto, que tal transferência de valores no exterior ocorreu na mesma época em que era negociado o investimento do FIP Brasil Petróleo 1 na empresa americana DEEPFLEX.INC, o qual resultou da prática de aos de gestão fraudulenta do FIP, conforme narrado na denúncia.
O MP pediu manutenção do bloqueio dos valores da conta inicial de Landim e ainda que a Polícia Federal investigue possíveis delitos de lavagem de dinheiro e evasão de divisas na situação descrita.
Globo Esporte
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