(Foto: REUTERS/Amr Abdallah Dalsh) |
Marta não sabe se essa foi a sua última jornada olímpica. Ou simplesmente não quer saber agora. Prefere sentir e esperar as respostas de si mesma, fisicamente e mentalmente, para tomar qualquer decisão. Deixando o futuro em aberto, a quinta Olimpíada da maior jogadora de todos os tempos trouxe uma versão um pouco diferente na hora da despedida do torneio.
Era comum ver a geração de Marta saindo de Jogos Olímpicos pedindo por apoio e respeito com a modalidade. Há pouco mais de dois anos, após a eliminação na Copa do Mundo, ela fez um apelo para as novas gerações para seguirem com o futebol feminino. A Marta após a eliminação nos pênaltis para o Canadá pediu continuidade e cuidado.
- Estou muito orgulhosa de tudo que a gente viveu aqui. Espero que sim dê continuidade que a Pia possa cada vez mais ter a liberdade de trabalhar com uma margem grande de atletas, que todas tenham oportunidade e que no final ela sempre escolha as melhores para representar nosso país - disse.
Desde a última Copa do Mundo, Marta bate na tecla de que sua geração não será eterna. E isso fica ainda mais evidente após os Jogos de Tóquio. Cristiane não foi convocada. Enquanto Formiga se despediu do torneio após sete edições e com 43 anos. Após a eliminação no estádio de Miyagi, a Rainha falou em ciclos se fechando. E vê um caminho melhor sendo lapidado para a transição
- Acho que elas já estão captando a mensagem que a gente passa constantemente. Porque é um ciclo que vai se fechando e abre outro. A gente não é eterno. A gente não vai jogar a vida inteira. É importante que tenhamos essa consciência e continuemos no caminho e tempo certo para representar a seleção - reforçou.
Camisa 10 pede que nova geração siga sem peso de eliminação
Visivelmente emocionada, Marta também chamou a responsabilidade para si. Lembrou das críticas que sua geração por anos recebeu em Jogos Olímpicos e fez um apelo para que as jogadoras mais novas não carreguem nenhum tipo de fardo após a eliminação nas quartas de final.
-. Eu vivi minha vida inteira tendo que escutar que quando chega em decisões o Brasil não joga. Quem quiser apontar o dedo para mim pode apontar. Mas deixem as meninas continuarem evoluindo com a cabeça boa. (...) Desde o momento que cheguei na seleção a gente carrega isso de ter que mostrar. Mas na cabeça das meninas que é a primeira Olimpíada vai fazer muita diferença. Que elas consigam continuar sem esse peso de ter tido a eliminação. Seleção é assim. São as melhores, ganham as melhores, perdem as melhores e temos que seguir em frente porque esporte é isso - afirmou.
Talento individual ''sacrificado'' no Japão
No esquema adotado pela técnica Pia Sundhage, Marta teve seu talento individual tão marcante na história da seleção bem mais sacrificado do que de costume. A sueca priorizou o jogo em conjunto e vem trabalhando para que o Brasil não somente do que são os lampejos de suas atletas mais talentosas.
Aos 35 anos, Marta disputou pela quinta vez as Olimpíadas, e se tornou no Japão a primeira jogadora a marcar em cinco edições do torneio. No Japão, marcou três gol - sendo dois de pênalti. Com eles, chegou a marca de 13 gols em Jogos Olímpicos, um a menos que a maior artilheira da história do torneio, Cristiane.
Globo Esporte
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