Confederação dinamarquesa informa que Christian Eriksen terá aparelho implantado no coração

(Foto: Reprodução)


Christian Eriksen passará por uma intervenção cirúrgica para que seja implantado um aparelho em seu coração. A informação foi transmitida pela Confederação Dinamarquesa de Futebol (DBU) na manhã desta quinta-feira. O dispositivo, uma espécie de desfibrilador, tem como função corrigir distúrbios cardíacos e, assim, manter em segurança o coração do camisa 10 da Dinamarca, que sofreu um mal súbito na derrota para a Finlândia por 1 a 0 em Copenhague.

- Após Christian ter sido submetido a diferentes exames no coração, foi decidido que ele deveria ter um ICD (sigla em inglês para cardioversor desfibrilador implantável, CDI). Esse dispositivo é necessário depois de um ataque cardíaco devido a distúrbios de ritmo cardíaco. Christian aceitou a solução, e o plano foi confirmado por especialistas nacionais e internacionais que recomendam o mesmo tratamento - informou Morten Boesen, médico da seleção dinamarquesa.

O exemplo de Blind

O drama de Eriksen aconteceu sábado, quando a seleção dinamarquesa estreava na Eurocopa 2020. Aos 42 minutos da etapa inicial, o meia de 29 anos caiu desacordado no gramado e precisou receber massagem cardíaca durante o atendimento médico que durou cerca de 15 minutos. Companheiros, adversário e torcedores de ambos os selecionados acompanharam em choque o trabalho dos médicos, que conseguiram reanimar o jogador.

Com histórico de problema no coração (porém sem mal súbito), o holandês Daley Blind (que se solidarizara com o drama de Eriksen) passou por procedimento semelhante em 2019. Diagnosticado com miocardite, o zagueiro do Ajax, clube que revelou Eriksen para o futebol, teve implantado um marcapasso (dispositivo similar ao CDI) para regular os batimentos e evitar a arritmia ou insuficiência cardíaca. Em fevereiro de 2020, Blind voltou a jogar.

No entanto, em agosto do mesmo ano, o aparelho apresentou um problema durante um amistoso do Ajax e o jogador chegou a desmaiar. Apesar do susto, Blind, de 31 anos, se recuperou rapidamente e conseguiu deixar o gramado andando.

Apesar do exemplo de Blind, na Itália Eriksen não conseguiria voltar a atuar. O país tem lei rígidas a respeito de problemas cardiovasculares para esportes de alto rendimento. Presidente da associação de médicos de futebol na Itália, Enrico Castellacci falou sobre o dispositivo que Eriksen receberá.

- Na vida normal é uma coisa, mas fazendo uma atividade esportiva existe a possibilidade de um trauma que pode danificar o aparelho. Isso faz pensar muito e fará com que os cardiologistas esportivos pensem se vão ou não (liberá-lo). Tem que se ver o diagnóstico da doença, tem os protocolos, com certeza vai ser uma grande responsabilidade - disse Enrico Castellacci, ao jornal “La Presse”.

- (Eriksen) vai levar uma vida quase normal, este desfibrilador bloqueia qualquer forma arrítmica que o rapaz possa ter. Para a vida desportiva, no entanto, honestamente há algumas dúvidas. Sobre o exemplo do Ajax (Blind), é uma carga pesada de responsabilidade. Não sei se a patologia de Eriksen é a mesma que a de Blind. Nós na Itália, porém, somos muito cuidadosos e rigorosos na concessão de elegibilidade. Haverá muita atenção, o primeiro é proteger a saúde do indivíduo – salientou.

Capitão dá apoio a Eriksen

Em suas redes sociais, Simon Kjaer, capitão da Dinamarca, falou sobre como todo o drama de Eriksen o afetou e que a seleção fará homenagens a ele no jogo contra a Bélgica, nesta quinta, pela Eurocopa.

- Têm sido dias muito especiais. Dos quais o futebol não foi a coisa mais importante. Esse trauma (choque) vai ficar em mim - e em todos nós - para sempre. A única coisa que importa é que Christian está bem. Estou orgulhoso de como atuamos como equipe e como estivemos juntos nesse período difícil. Estou muito comovido e profundamente grato por todo apoio. Vamos a campo contra a Bélgica com Christian em nosso coração e pensamentos. Isso nos dá calma e nos permite focar no jogo. Jogamos PARA o Christian, e como sempre, jogamos para toda a Dinamarca. Essa é a maior motivação que podemos ter – disse Kjaer, capitão da Dinamarca.

Globo Esporte

Comentários