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O esloveno Aleksander Ceferin, presidente da Uefa, disparou contra o projeto discutido na Fifa de organizar a Copa do Mundo de dois em dois anos. Em entrevista ao jornal português Record, ressaltou a coincidência de datas com a Eurocopa e a Copa América, tradicionalmente disputadas no meio do ciclo quadrienal do principal torneio entre seleções do planeta.
- É impossível, uma ideia irracional. A próxima Copa, depois de 2022, é em 26. Em 28, é a Euro.
Se houver Copa em 2028, então as seleções europeias não o jogam. As sul-americanas têm Copa América, não jogam o Mundial. Ainda é um Mundial?"
— Aleksander Ceferin, presidente da Uefa
- É uma ideia inacreditavelmente irracional, não sei porque é que precisamos disto. Se querem fazer estudos de viabilidade e tiverem dinheiro para os pagar, tudo bem. Mas com este calendário é impossível. Imagine o que é os jogadores terem um torneio de um mês todos os anos. Já têm lesões a mais atualmente por estarem sempre a jogar, com um calendário completamente preenchido. É um pensamento político, mas não tem qualquer sustentação na realidade - afirmou Ceferín.
Em outra entrevista, ao jornal francês L'Equipe, o dirigente disparou no que sobrou do projeto mal sucedido da Superliga europeia de clubes. Revelou que visualizou e ignorou uma mensagem de WhatsApp do presidente de um dos times que sofrem processo disciplinar por ainda resistirem filiados ao projeto, entre eles, Giorgio Agnelli, da Juventus, Florentino Perez, do Real Madrid, e Joan Laporta, do Barcelona.
- Fiquei muito desapontado quando soube do nascimento do projeto. Uma conspiração realizada por alguns clubes. Mas também foi bom porque nos permitiu esclarecer o futebol europeu. Foi uma situação estressante, mas no final as coisas voltaram ao seu lugar. Barcelona, Juventus e Real Madrid? Para toda a família do futebol, sua atitude é chocante e inaceitável.
Nunca diga nunca, mas acho que não haverá qualquer conversa sobre a Superliga pelo menos nos próximos 10 anos"
— Aleksander Ceferin, presidente da Uefa
A respeito do aumento do número de clubes na fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa, de 32 para 36, a partir de 2024, Ceferín afirmou que a ideia é organizar a partir desta edição uma Final Four, etapa decisiva com quatro times numa sede apenas. O dirigente lembrou da temporada passada, quando os problemas do calendário causados pela pandemia de covid-19 levaram as disputas das quartas em diante para Lisboa.
- É uma reforma a favor dos grandes e pequenos clubes. Haverá mais jogos, e a competição será mais interessante. Em Portugal, no verão passado, tivemos uma Superfinal com oito, mas duas semanas é muito longo. Uma Final Four, após 2024, apresenta vantagens e inconvenientes. Por um lado, seria um evento fantástico ter uma semana dedicada ao futebol, complementada por outros eventos como concertos, por exemplo... Poderia ser formidável, e até rentável, se bem organizado - disse.
Globo Esporte
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