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Dois dias depois do anúncio da criação da Superliga europeia, as reações à competição que pretende substituir a Liga dos Campeões continuam. A Fifa fez coro a Uefa e se colocou veementemente contra o torneio. Em Portugal, o Benfica negou que queira fazer parte da Superliga rebatendo especulações da imprensa local de que estaria interessado.
"O Sport Lisboa e Benfica, no âmbito da sua presença na ECA – Associação Europeia de Clubes, sempre se manifestou contrário a qualquer competição fora do âmbito da Uefa, tendo, inclusive, contribuído ativamente para a reformulação do modelo competitivo da Liga dos Campeões pós-2024. O clube sempre esteve, e estará, solidário com a Uefa e com os valores do futebol europeu", diz um trecho do comunicado oficial do Benfica, que se junta a Sporting e Porto, outros dois grandes de Portugal, no posicionamento contra a Superliga.
Craques do futebol também se posicionaram contra a criação do torneio. Beckham, ídolo do Manchester United (um dos clubes fundadores da Superliga - veja lista mais abaixo), disse:
- Como jogador e dono (do Inter Miami), sei que o nosso esporte não é nada sem os torcedores Precisamos de vocês para que o futebol seja para todos. Precisamos que o futebol seja justo e precisamos de competições baseadas no mérito. Se não protegermos esses valores, o jogo que amamos estará em perigo – afirmou nas redes sociais.
Outra lenda do United, o francês Eric Cantona foi no mesmo tom.
- Os fãs são a coisa mais importante, eles devem ser respeitados. Será que esses grandes clubes perguntaram a seus torcedores o que eles acharam dessa ideia? Não, e isso é uma pena.
Os 12 clubes fundadores da Superliga europeia: Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham, da Inglaterra; Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid, da Espanha; e Inter de Milão, Juventus e Milan, da Itália.
Wolverhampton ironiza “big-6”
Há também quem usa do bom humor para criticar. Caso do Wolverhampton, que se declarou campeão inglês da temporada 2018/2019. O motivo? O clube terminou em sétimo lugar na ocasião, justamente atrás dos seis clubes ingleses que fazer parte da Superliga (Manchester City, Liverpool, Chelsea, Tottenham, Arsenal e Manchester United).
- Provavelmente é muito tarde para um desfile - escreveu o Wolverhampton nas redes sociais.
O Everton, por sua vez, condenou de forma dura o big-6 inglês. Em comunicado publicado nesta terça, os Toffees manifestaram “tristeza e desapontamento”.
“Seis clubes agem apenas em defesa dos seus interesses. Seis clubes estão a destruir a reputação da liga e do jogo. Seis clubes escolheram desrespeitar todos os outros com quem se sentam à mesa na Premier League. Seis clubes estão a trair a maioria dos torcedores do futebol por esse país e pelo mundo fora”, diz trecho da nota.
Os clubes da Premier League, sem a presença do big-6, se reúnem nesta terça-feira para deliberar sobre o tema.
De acordo com o jornal britânico “Guardian”, Chelsea e Manchester City, que fazem parte da Superliga, tinham dúvidas sobre participar da competição, mas entraram com temor das consequências de ficar de fora. A publicação aponta que menos da metade dos 12 clubes fundadores são considerados "fanáticos" pela ideia.
Globo Esporte
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