Os desafios da nutrição esportiva pós-pandemia

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Após o início da pandemia de Covid-19 e por conta das medidas de isolamento social, tanto os treinos como a alimentação dos praticantes de exercícios físicos foram muito impactadas negativamente. As mudanças de estratégias adotadas por nutricionistas foram então voltadas ao bem-estar dos esportistas e buscaram principalmente o controle de peso, a modulação da ansiedade e a otimização do sono.

A nutricionista, mestre em ciências pela FCF/USP com especialização em nutrição esportiva e membro da diretoria da ABNE (Associação Brasileira de Nutrição Esportiva), Mariana Lindenberg Alvarenga, explica que quanto maior o nível esportivo, maiores restrições precisaram ser feitas em relação à adaptação calórica e de todos os nutrientes. "No início da pandemia, o nível de treinamento físico caiu próximo a zero e ainda houve redução de atividades físicas cotidianas. O ajuste à nova rotina, a maior ansiedade dentro de casa e as restrições de compra de alguns alimentos reforçaram o importante papel do nutricionista, tanto em adaptar necessidades de nutrientes, quanto em auxiliar na saúde mental, social e psíquica", conta Mariana.

Atualmente, ela explica, as categorias de base do esporte têm retornado em horários bem restritos, e há as que ainda não retornaram. Além disso, as academias voltaram a funcionar com protocolos de biossegurança e com treinos agendados, de no máximo 1 hora. "Por isso, o nutricionista deve se ajustar às orientações e prescrições nutricionais e à quantidade de treino em cada consulta, porque as determinações governamentais a respeito das diferentes fases de restrições sofrem alterações com certa frequência".

Em contrapartida, o novo normal trouxe adeptos à prática de exercícios nos próprios lares: muitas pessoas que antes queixavam-se da falta de tempo e disposição para frequentar academias, viram nos treinos em casa uma chance de começar a prática de exercícios e, em muitos casos, permaneceram com essa prática mesmo após a reabertura dos parques e academias, lembra a nutricionista Priscila Moreira, conselheira do Conselho Regional de Nutricionistas 3ª Região SP/MS (CRN-3). "Alguns inclusive compraram equipamentos como halteres, anilhas, barras e tornozeleiras e transformaram um cantinho da casa em uma mini academia particular. O mais surpreendente é que para muitos, essa opção de treinar em casa está tão consolidada, que a procura por adaptar a alimentação para a prática esportiva também tornou-se algo essencial. Além de organizar a alimentação para a rotina de home office, o nutricionista precisa levar em conta a progressão do nível de atividade física, fazendo os ajustes necessários de acordo também com a rotina de treinamento", explica Priscila.

"O olhar para uma alimentação rica em nutrientes, principalmente aqueles que participam do fortalecimento do sistema imunológico, como vitaminas, minerais e compostos bioativos, é de extrema importância, indo muito além apenas do consumo energético, advindo dos carboidratos, proteínas e gorduras, nutrientes muito enfatizados dentro da prescrição para a população praticante de esportes e exercícios", conclui a conselheira do CRN-3.

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