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Em busca de um processo mais econômico e sóbrio, sem tanta disputa de capital político, o Comitê Olímpico Internacional decidiu referendar a sugestão apontada por sua comissão de escolha para as Olimpíadas de 2032. Apontada como favorita ao longo da semana, a candidatura de Brisbane, na Austrália, foi aprovada pela comissão e larga na frente para sediar os Jogos após Tóquio 2020, neste ano, Paris 2024 e Los Angeles 2028. A definição final, porém, ainda depende de mais conversas entre o COI e o comitê australiano.
- A comissão vai agora iniciar discussões mais detalhadas com o Comitê de Brisbane 2032 e o Comitê Olímpico Australiano sobre seu potencial para sediar os Jogos Olímpicos de 2032. Esta não é uma decisão contra ninguém. É apenas uma decisão a favor de uma parte Interessada neste momento. Hoje, o COI recebeu o relatório da comissão de futura sede. A comissão recomendou ao conselho executivo que entrasse em um diálogo direcionado com o Brisbane 2032 e o Comitê Olímpico Australiano para os Jogos - disse Thomas Bach, em entrevista coletiva virtual após reunião do comitê executivo da entidade.
Caso seja confirmada, Brisbane, capital do estado australiano de Queensland, será a terceira cidade do país a receber uma edição das Olimpíadas na Era Moderna. Antes, Melbourne, em 1956, e Sydney, em 2000, foram sedes dos Jogos. Brisbane ainda terá de submeter documentos e garantias necessárias ao COI de que poderá sediar as Olimpíadas em 2032.
Outras cidades haviam indicado suas candidaturas. Doha, no Qatar, era quem tinha mais esperanças. Pyongyang e Seul, capitais das Coreias do Norte e do Sul; Budapeste, na Hungria e Jacarta, na Indonésia, entre outras, também se candidataram. A norueguesa Kristin Kloster Aasen, presidente da comissão de candidaturas futuras, afirmou que vai continuar a dialogar com outras possíveis sedes para o caso de a candidatura australiana não avançar.
- Ao mesmo tempo, vamos manter o diálogo com outras candidaturas para dar suporte a projetos promissores e para o caso de o diálogo com o comitê de candidatura e o comitê australiano não der certo - disse Aasen, sem dar um prazo de definição.
Com a mudança no processo de definição, o COI cumpre a promessa de buscar Jogos com um custo menor nas próximas edições. A comissão que analisa as candidaturas não tem nenhum membro da diretoria executiva do COI, em uma tentativa de evitar qualquer favorecimento político. O fato de ser apenas um núcleo de discussão, com número restrito de envolvidos, porém, foi alvo de críticas.
Ameaça ao levantamento de peso
Durante a coletiva de imprensa, Thomas Bach também afirmou que o COI "vai revisar o lugar do levantamento de peso no programa" para Paris 2024. A fala é mais uma ameaça à Federação internacional da modalidade (IWF), acusada de corrupção e acobertamento de doping.
As acusações de corrupção na IWF se tornaram públicas no começo deste ano. O romeno Tamás Aján foi suspenso da presidência em janeiro e renunciou ao cargo em abril depois de 44 anos no poder. A americana Ursula Papandrea assumiu o cargo interinamente. Com o apoio do COI, ela iniciou uma reforma na governança da entidade máxima do levantamento de peso.
Criação de grupo de discussão de igualdade de gênero para Tóquio
A definição foi divulgada após um dia intenso de reuniões do COI com comitês, inclusive o organizador dos Jogos de Tóquio 2020. Mais cedo, Seiko Hashimoto, presidente do Comitê Organizador de Tóquio 2020, admitiu a preocupação diante da pandemia de coronavírus, apesar da diminuição de casos na capital japonesa nas últimas semanas. A dirigente afirmou que um guia sobre o revezamento da tocha olímpica será lançado nesta quinta-feira. Além disso, anunciou a fundação de um grupo de discussão para igualdade de gênero.
- Apesar de tão pouco tempo rumo aos Jogos de Tóquio, vamos trabalhar pesado para que as pessoas olhem para trás e digam que este foi um ponto de mudança para o Japão – afirmou.
Um dos maiores nomes da história do esporte japonês, a ex-ciclista e patinadora Seiko Hashimoto foi confirmada como sucessora de Yoshiro Mori à frente do Comitê Organizador Tóquio 2020. O ex-dirigente renunciou há duas semanas após muita pressão por ter feito comentários machistas e sexistas.
O nome de Seiko Hashimoto, de 56 anos, ganhou força assim que a saída de Mori passou a ser encarada como inevitável. Sua nomeação foi encarada como uma resposta às declarações do ex-presidente, além de uma tentativa de estancar a crise com uma maior diversidade no comando dos Jogos.
Globo Esporte
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