(Foto: Alexandre Vidal / Flamengo) |
Irredutíveis e distantes. Esse é o resumo da situação entre Flamengo e Diego Alves a 20 dias do fim do contrato. O goleiro já decidiu que não aceitará a última proposta apresentada pelo clube, com valor total 60% abaixo do que foi dado como consenso em outubro. O impasse o fez se abrir ao mercado para 2021, enquanto o clube ainda não se manifestou sobre uma nova investida.
Livre para assinar pré-contrato com outro time desde julho, Diego estancou as sondagens diante da promessa de valorização do Flamengo ainda no meio do ano. Mas o imbróglio e a insatisfação com a condução do negócio fez com que seus representantes fossem mais receptivos ao assédio do exterior a partir do início de dezembro.
O pessimismo quanto ao desfecho positivo para renovação parte muito da dificuldade de comunicação entre as partes. Flamengo e Diego Alves não falam a mesma língua desde que o acordo selado com Bruno Spindel em 24 de outubro foi desautorizado pelo departamento financeiro com o aval de Landim.
Com 14 meses a menos de duração e salário mais baixo, a oferta apresentada pelo Flamengo em novembro é de montante 60% menor do que o que foi acertado por Bruno Spindel com Diego Alves em outubro
Cenário desanimador para quem precisa, antes de qualquer coisa, sentar, conversar e flexibilizar enquanto o calendário grita em regressiva para 31 de dezembro. A última reunião aconteceu ainda antes dos confrontos com o Racing, pela Libertadores, mês passado.
Bruno Spindel voltou a representar o clube, mas desta vez com uma oferta desenvolvida pelo trio Landim, BAP e Rodrigo Tostes. Os termos indicam não somente redução de valor como também em tempo de contrato: de dois para um ano.
A matemática aponta uma redução de 60% ao montante inicial. Por outro lado, dirigentes da alta cúpula rubro-negra juram que o número representa o aumento que está no limite do orçamento.
As atuações de Hugo na chegada ao profissional têm peso considerável na postura firme da diretoria administrativa. Por outro lado, Rogério Ceni já se posicionou favorável a permanência e ressaltou a importância de Diego Alves como liderança no grupo.
Tais conflitos fazem com que o goleiro fique ainda mais incomodado. Para pessoas próximas, o camisa 1 reafirma várias vezes que vai bancar o acordo celebrado em aperto de mãos com Spindel dia 24 de outubro, véspera do empate por 2 a 2 com o Inter.
A forma como a negociação foi arrastada desde o meio do ano, quando revelou ao Flamengo ter ofertas do Oriente Médio, é outro fator que mina a paciência de Diego, que se viu ausente da lista de prioridades. O clube adiou reuniões para tratar de reposições a Jorge Jesus e Rafinha, e, por último, fez um alto investimento em Pedro ao mesmo tempo que alega restrições financeiras ao goleiro.
O período entre o ok a Spindel e a notícia de que o valor tinha sido reprovado pelo financeiro agravou ainda mais a situação e tirou Diego Alves do sério. O motivo: já tinha informado a família e dado andamento ao processo burocrático para morar no Rio por mais dois anos, com definições como moradia, estudo dos filhos, entre outros.
A soma do goleiro conta ainda com um prejuízo de dois meses já contabilizado. No citado acordo de outubro, a promessa era de que o novo contrato seria oficializado ainda em novembro, totalizando 26 meses até dezembro de 2022.
O episódio desgastou a relação entre o atleta e o diretor executivo, que passou a ser de distanciamento perceptível no dia a dia no Ninho do Urubu. Marcos Braz é quem tenta fazer valer do bom relacionamento com Diego e seu empresário, Eduardo Maluf, na busca por um entendimento.
As duas partes, no entanto, bancam suas versões conflitantes. Enquanto Diego reitera que já reduziu sua pedida para o acordo inicial, a diretoria administrativa não a leva em consideração por entender que nunca houve o aval de Landim.
Cabo de guerra que se estende por meses e está a 20 dias do final forçado. No momento, Diego Alves tem somente mais três partidas para fazer com a camisa do Flamengo.
Globo Esporte
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