(Foto: Pixabay) |
Sendo uma das principais causas de morte no mundo, o infarto não poupa nem os mais jovens. Chamam a atenção os episódios envolvendo atletas. Mas por que atletas jovens eventualmente sofrem com isso? Segundo o Dr. Silas Escobar, cardiologista do Hospital Adventista Silvestre, ainda que sejam eventos raros, o sedentarismo é o principal vilão. “A falta da prática de exercícios físicos aumenta o risco de infarto não só pela ausência do efeito benéfico gerado pelos exercícios ao coração, como também pelos efeitos nocivos do sedentarismo como, por exemplo, o ganho de peso”, explica.
O caso mais recente foi o do triatleta catarinense Felipe Manente que morreu após passar mal enquanto nadava. Na faixa etária de 35 a 44 anos, o infarto ocorre em 38 homens a cada 1000 e em 5 mulheres 5 a cada 1000 mulheres. Abaixo de 35 anos, esse número se reduz muito, sendo 13 em cada 1.000 homens e 2 em cada 1.000 mulheres. As internações por infarto em indivíduos com menos de 55 anos representam menos de 20% das internações após infarto.
O infarto ocorre devido à obstrução de uma ou mais artérias, vasos que levam sangue ao coração, e representa o maior número de casos de morte súbita. “É importante lembrar que nem toda morte súbita em atletas jovens ocorre devido a um infarto agudo do miocárdio. Outras doenças cardíacas também são responsáveis por morte súbita como a cardiomiopatía hipertrófica. Esta doença genética leva a uma hipertrofia exagerada do músculo cardíaco e acomete principalmente pessoas jovens”, explica o médico.
Dois exemplos são os dos jogadores de futebol Serginho, do São Caetano, que morreu durante um jogo, em 2004, e Adílson, do Atlético Mineiro, que se aposentou em 2019 devido ao problema. Outras doenças cardíacas que acometem pessoas jovens e podem levar à morte súbita são arritmias, anormalidades das coronárias e outras doenças genéticas do músculo cardíaco. O consumo de drogas como a cocaína também é outra causa de infarto em pessoas jovens.
A Organização Mundial de Saúde recomenda que se pratique pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana. Porém, na impossibilidade de praticar por esse período, alguns minutos são melhor que nada. “A prevenção do infarto se baseia em adotar hábitos de vida saudáveis. Os mais importantes são: parar de fumar, evitar o sedentarismo, manter alimentação saudável e tratar de doenças como hipertensão, diabetes e colesterol alto, evitar o sobrepeso e obesidade e controle do estresse. Para quem já teve um infarto adotar esses hábitos, fazer uso correto de medicações e ir ao médico com frequência são medidas fundamentais para evitar novos eventos. Esses hábitos vão prevenir vários problemas como excesso de peso, diabetes, hipertensão e assim, prevenir ou reduzir a aterosclerose que é a formação de placas de gordura nos vasos.
A alimentação saudável também é um fator importante. “Aquilo que comemos desde a nossa infância influenciará no risco cardiovascular até o final de nossas vidas. Podemos reduzir esse risco adotando hábitos alimentares que são comprovadamente mais saudáveis. O consumo de frutas e alimentos de origem vegetal desempenham um papel essencial na redução do risco de infarto”, explica Escobar. O aumento do consumo de fibras alimentares, redução do consumo de gordura saturada e alimentos ultraprocessados e evitar o consumo excessivo de álcool também são dicas essenciais do cardiologista.
Em alerta
O primeiro sintoma de um infarto costuma ser a dor no peito. Geralmente ocorre no meio do peito ou do lado esquerdo do peito, dura alguns minutos, costuma ser forte e as pessoas costumam referir como uma sensação de “pressão no peito” ou “aperto”. “Porém, o infarto também pode se manifestar como falta de ar, cansaço ou desmaio, principalmente em pessoas mais idosas, diabéticos e mulheres”, alerta Escobar. É importante lembrar que os primeiros sinais de que algo está errado acontece em semanas, meses ou até durante anos antes do infarto.
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