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O presidente o Conselho Administrativo da Botafogo-SP S/A, Adalberto Baptista, que desde de julho assumiu o departamento de futebol ao lado do diretor Fernando Gelfuso, participou de uma entrevista coletiva nesta sexta-feira pela manhã, via videoconferência, falando sobre a situação dramática do time, que ocupa a vice-lanterna no Campeonato Brasileiro da Série B, com 14 pontos, e acumula 11 derrotas em 17 jogos.
Baptista reforçou a confiança no elenco, na qualidade dos sete reforços trazidos para a competição e garantiu a permanência do técnico Claudinei Oliveira enquanto o trabalho desenvolvido estiver sendo assimilado pelos atletas. O empresário lamentou a dificuldade de o time conquistar vitórias, apesar de apresentar um bom volume de jogo, segundo ele, e disse que enfrenta dificuldades de mercado para novas contratações.
Além disso, Baptista também falou sobre o áudio vazado em que o presidente do BFC, Osvaldo Festucci, o chama de "dono" do time e pede a demissão do técnico Claudinei Oliveira. O investidor negou posição autoritária, mas frisou que a última palavra no departamento de futebol é sua. E rebateu que Festucci "pessoalmente e para comissão ele fala uma coisa e, no áudio, fala outra".
Além disso, garantiu que não vai abandonar o clube, pois tem "garantias contratuais (...) e ninguém é maior do que a instituição. Quem estiver vai seguir uma diretriz que tenha gestão sem interferência política e que não haja comoção". Confira a entrevista completa por tópicos.
Adalberto Baptista
Avaliação do plantel
Consideramos qualificado e apto a brigar pelo acesso da Série A, mas os resultados não vêm aparecendo, hoje a gente briga mais para fugir do rebaixamento do que por um acesso. Estamos trabalhando muito para sair desta situação incômoda, todo mundo sabe que não foram poucas partidas em que o time se apresentou bem, mas os resultados não expressam isso e precisam expressar. Tem times que estão com pontuações maiores e não são melhores. A gente acredita que vamos dar a volta, tempo vem passando e essa volta está demorando, mas vai ser dada. Elenco está comprometido.
Uso da base no elenco e comparação com Cuiabá
Esse elenco foi montado no Paulista, ele acreditava que dariam uma resposta e que teriam uma caráter diferente. Veja exemplos principalmente do Calabres no meio de campo, o Diego Cardoso tem polivalência maior no ataque, é um atleta da região, mostrou vontade de dar certo, os dois acabaram não acontecendo. Com a lesão do Naldo e quando ele não está em campo, a gente tem sentido essa dificuldade, o Claudinei enxerga muito bem a situação do elenco e confiamos no trabalho dele. Temos jovens atletas para algumas funções, mas sabemos da cobrança e o quanto não podemos queimar um jovem. Há uma oscilação, a pressão é grande, no planejamento de longo prazo a base é fundamental, se analisar do ano passado para esse, dois participaram de jogos, neste ano cinco já entraram. Ano passado eram quatro ou cinco no elenco, neste ano são 11. Mas sabemos que estes atletas devem ser colocados em momentos de mais tranquilidade, como o Jonata Machado no ano passado, quando entrou numa sequência de vitórias. Não podemos queimar um jogador que acreditamos muito. Diferente de um Gilson que faz um gol contra, mas sabe suportar uma pressão pela experiência que tem. Todos os times da Série B têm deficiências, se fizer uma análise de todos, se for fazer uma comparação, se pegar jogador por jogador do Cuiabá, o Botafogo não deve em qualidade de elenco para nenhum outro time que disputa a Série B.
Avaliação das sete contratações para a Série B
Jefferson é titular, ele e o Val têm apresentado resultados, entra como segundo homem, sofreu uma lesão, por isso que considero como se titular fosse. Walisson Maia na zaga, qualquer um dos três zagueiros que temos podem ser titular. Precisávamos repor o Didi à altura, ele tem um status de titular, está preparado, teria espaço em qualquer clube da Série B. Bady tem jogado, Judivan provavelmente vai ser titular agora, tem entrado bem. Todos que vieram são qualificados, uns podem demorar um pouco para se adaptar, o Matheus Alessandro é um, o ritmo de jogo é diferente da Série A para a Série B, a pegada, pode demorar um pouco, estamos contentes com os reforços que trouxemos, temos certeza que vão dar a resposta necessária. Eu acho que temos jogadores experientes como Róbson, Gilson, Bolt, são líderes, comprometidos com o elenco. Claro, comparar com Raí e Sócrates... É impossível para um clube de Série B manter um jogador deste. Eram outras épocas, quiçá o Botafogo volte a essa época, esse é meu sonho.
Saída do Gerson Engracia Garcia da S/A
O Gerson tem mandato de três anos, o que havia era que o BFC iria mandar sugestões de candidatos profissionais, sem ter ligação política, mas que até agora isso não foi feito. Então permanece no cargo, até que ele não queira ou que indiquem um presidente que seja aceito pelo Conselho da S/A.
Críticas ao elenco
Nós também estamos tanto ou mais amargurados do que os torcedores, nossa intenção é estar brigando, evoluindo o projeto de longo prazo, não dando passos para trás. Os profissionais que agregamos, para fazer análise de desempenho, para fazer a busca destes valores, são altamente qualificados. As negociações são feitas por nós, se me chamam de “dono” é porque realmente a última palavra tem sido minha. O Fernando Gelfuso tem me ajudando muito na avaliação técnica, mas não vamos queimar o orçamento para trazer jogadores para fazer a mesma coisa que os que temos aqui só para agradar A ou B. Todos no elenco consideramos altamente comprometidos, não vamos queimar como no ano passado, hoje a gente vê o Marlon Freitas no Atlético-GO performando bem, saiu daqui quase numa “caçamba”. O William Oliveira saiu escorraçado daqui, minha atitude foi conversar com ele para ver se tinha como animá-lo, ele falou que estava sendo escorraçado, a família, pelas redes sociais, e que gostaria que facilitasse a saída. A gente vê as coisas que mandaram para ele, poxa, até nos agradeceu quando jogamos contra a Chapecoense. A gente não vai deixar que isso aconteça de novo, como foi com o Pará ano passado. Estávamos em renovação, é um dos mais comprometidos, precisa até dar uma acalmada pela vontade que tinha de atuar, mas um cruzamento que errava, a torcida massacrava ele. Se a gente não mudar a postura na avaliação, dar tempo, são essas avaliações precipitadas que fazem ter de mudar de uma vez. Falei isso em junho, podemos sofrer agora, mas acredito na comissão técnica e tenho certeza de que eles vão dar a volta por cima. Resultados tenho certeza que virão, futebol é um pouco inusitado. O Botafogo é o time que tem mais bola na trave, só o Rafinha teve oito, não tenho esse número, do Rafinha sei porque vocês publicaram matéria. São quase duas bolas e meia para cada gol que fizemos. Sei que trave não é gol, pode ser que não entre até o final do campeonato, mas a gente não pode achar que está errado. O próprio Ronald, hoje sendo assediado por clubes da Série A, em um passado recente as pessoas estavam rechaçando, se não tivermos serenidade. Infelizmente, por causa da pandemia, vocês da imprensa não têm a oportunidade de acompanhar a qualidade do trabalho de treino da comissão técnica, eu tenho visto a qualidade e, por isso, que vamos continuar desta forma, embora muitos acham que vamos mexer para “inglês ver”. Vamos mexer realmente quando estiver certo.
Áudios do presidente do BFC, Osvaldo Festucci, com críticas
O Festucci, na verdade, não está mais do Departamento de Futebol. É chato falar de um vazamento de uma conversa privada. Essa pessoa que recebe e vaza o áudio, o caráter de mandar é bem questionável, por isso não quero dar tanto ibope para essa pessoa. Claro que não gostei, pessoalmente para mim e para comissão ele fala uma coisa e, no áudio, fala outra. Mas ele pode ter a opinião que quiser. Gosto muito do Festucci, o futebol envolve isso, opiniões divergentes e falar no calor de uma derrota acaba sendo assim. Mas ele não tem esse poder de fazer a troca de técnico. Mas que tenha o mesmo discurso, se não ele pode ser questionado. Se eu fosse “dono”, o Festucci comandou o Botafogo, saiu porque havia um risco de rebaixamento, para não estar junto numa eventual frustração. Se eu fosse dono, muitas das atitudes dele, não teria aceitado. Hoje, efetivamente, eu que dou a última palavra, não é se achar dono. É uma hierarquia.
Time deve cair para Série C?
Isso é uma opinião pessoal sua [repórter]. Não concordo, como falei, essa postura de alguns membros da imprensa, respeito a todos, mas a gente vê uma mudança de postura. Podem fazer a análise que quiser, sobre eu ser competente ou um jogador servir ou não. Mas uma análise tendenciosa faz com que a torcida passe a perseguir atletas. Se cobrar um pênalti, a responsabilidade dobra, respeito a opinião, mas não concordo.
Houve demora para contratar?
Com relação ao planejamento, o nome já diz, isso já estamos fazendo para o Paulista de 2021, com relação a não ter contratado jogadores durante a pandemia, todos sabem que questionamos, inclusive judicialmente, a mudança de regulamento da FPF, foi uma opção nossa, em caso de insucesso não achava justo. Hoje os times que caíram questionam, mas não tomaram posição idêntica na época. Eram oito clubes que poderiam cair, inclusive o Corinthians. Nunca na história do esporte um atleta ficou quatro ou cinco meses sem ter a atividade exercida, foi uma postura mais do ponto de vista jurídico, do que técnico. A contratação no meio de um campeonato é fora de qualquer razoabilidade de gestão. Já vimos aqui e em outros clubes, acaba inchando o elenco, pagando salários maiores do que o orçamento cabe, vais ser sempre uma bola de neve, jogando para o ano seguinte. Não acho que isso venha a dar resultados, você tem de acreditar que aquele elenco vai dar resposta em campo e não trazer mais do mesmo. A Ponte Preta trouxe de 15 a 20 jogadores, balanço financeiro dela ano que vem, a saúde financeira vai mostrar, trocou de técnico, tomou de cinco, agora vem caindo. Adotou uma forma diferente de gerir, desde que chegamos falamos que ia ser uma administração mais profissional e menos afoita a pressões políticas e emoções.
Renovação com Claudinei
Temos de ter o máximo de razoabilidade para gerir e foi esse máximo que nos fez enxergar no Claudinei, assim como havia enxergado no Léo Condé, tinha visto que poderia fazer um trabalho. Infelizmente eu estava viajando quando ele foi demitido, eu não teria demitido. Enxerguei no Claudinei, não só eu, outros diretores, profissionais qualificados como Diego Cabrera, que tem nos ajudado, de que o trabalho é qualificado que ele tem uma postura como ser humano, líder de elenco, qualificado. Não posso concordar que a troca de técnicos é algo bom. O Oeste trocou duas vezes e não resolveu, Carpini estava pressionado, agora mudou e veio o Cavalo, Cruzeiro mudou quatro vezes, não é isso que vai resolver. Só quem tá dentro enxerga quando um time não compra mais a ideia do treinador, não tem mais a liderança do elenco, aí, sim, é a hora de mudar. Agora, mudar por mudar, porque as pessoas estão achando que o técnico não serve, isso não. Em cima disso fizemos essa extensão de contrato até final de 2021, porque enxergo nele um técnico qualificado. O currículo dele expressa isso, o número de times da Série A que ele dirigiu e com sucesso também.
Participação do Conselho na S/A
Conselho de administração de uma empresa não é feito para discutir futebol, para ver se vai contratar, assim como uma grande empresa não vai definir a cor da sala, se vai ter arroz no refeitório. São decisões de orçamento, planejamento, as pessoas querem discutir futebol na S/A mas essa não é a pauta. Até então era delegado ao Luís Pereira e ao Gustavo Vieira participar. Na última reunião houve uma mudança e passou a ser eu e o Virgiíio, ele não quis estar participando, ele é um grande colaborador, mas teve uma reunião entre pessoas do Botafogo e escolheram o Fernando Gelfuso. Teria de ser alguém que tivesse uma boa relação, sempre achei o Fernando, além de conhecer futebol, de um caráter e posicionamento ilibados, e quem representa o futebol sou eu e o Gelfuso. E numa reunião de Conselho não é possível discutir futebol. As pessoas podem chamar de autoritário, mas as matérias que devem ser discutidas e que cabem ser discutidas estão pautadas. Com certeza quando falam isso, falam com relação às reuniões, mas tem ata, as pessoas assinam. Teve pessoa que assinou contrato sem ler, né? Mas aí gostaria que falasse qual o nome da pessoa que fala que não se discute. Sobre futebol não se discute, mas tudo sobre valores de contrato para shows, como pode haver conflito de interesse, pedimos que todos participem, até para não haver discussão.
Qual limite para demitir Claudinei?
Primeiro, estou dentro há muito tempo do futebol e garanto que esse nunca é o motivo: para mexer com o elenco, mudar o clima, isso é “história para boi dormir” e para mandar o treinador embora. Não tem como chegar e mandar embora quando o cara está cumprindo o papel, elenco comprando a ideia. Agora, não é esse motivo. Internamente é quando o cara perde a mão do grupo, foi até o motivo que falaram do Cavalo quando foi demitido, eu não estava dentro, embora os resultados estivessem bons. Eu não estava à frente do Departamento de Futebol. Se necessário for, tenha certeza de que vamos chacoalhar, as coisas têm sido feitas. Tenho convicção de que o Claudinei está fazendo um bom trabalho, o número de times da Série A que dirigiu, com sucesso, até ter encarado, ele acreditou muito no projeto e os atletas estão acostumados. Quando eu estava no São Paulo, o Muricy {Ramalho] todo ano tinha uma pressão da torcida imensa para mandar embora. Ele era campeão brasileiro no fim de um ano e chegava outro, tinha insucesso no Paulista começavam as críticas, “que é Muricybol”, faziam enterro do Juvenal Juvêncio. O time ia para a Libertadores, atuava bem e segurava. Foi três vezes campeão brasileiro assim, nestes três anos, ele deve ter sofrido 12, 15 pressões de demissão. No ano do tri [2008] ficou na zona do rebaixamento, virou o turno e foi campeão. Tem de acreditar que o certo é esse, trabalho está sendo feito, fazer com que ele seja permanente. A forma antiga de gerir, os abnegados que, na primeira pressão da torcida mandam embora porque não vão pagar a conta, acabaram com a maioria dos clubes de tradição de SP. Onde estão os times de Rio Preto, do Vale do Paraíba, só ver a situação do Botafogo. Se não há a parceria, teria caído naquele ano, não estou dizendo que sou a melhor parceria, mas o time poderia cair na Série C, subir com certeza não iria. Vai se acumulando dívidas, vai fazendo acordos, um cara que ganhava 800 mil em uma rescisão vira dois milhões. Então temos de ter serenidade para não transformar nisso. Até porque foi falado desde o começo que seria uma gestão responsável. Agora, tenha certeza o próprio Claudinei, com a hombridade, o caráter que tem, se ele mesmo sentir que esse grupo de jogadores não compra a ideia para que se reverta essa situação, tenho certeza de que ninguém precisa mandar embora, ele vai chegar e dizer que é melhor parar por aqui.
Autoridade no clube
Desde a parada da pandemia, a última palavra é minha. Qualquer insucesso deve ser imputado a mim. Adoro futebol, senão não teria voltado, se eu não julgasse que entendesse e gostasse. No ano passado, a arena estava dando um trabalho tão grande, alguns setores da cidade traziam tantas dificuldades para fazer a arena, que eu me afastei por completo do futebol. Com aquele insucesso do primeiro Campeonato Paulista, pediram para ter a participação dos abnegados. E o que vimos foi isso, a qualquer opinião da torcida o jogador é rifado, porque a opinião da torcida é mais importante do que o potencial e avaliação interna de profissionais capacitados.
O time vai contratar mais atletas?
Sempre temos de estar abertos a boas oportunidades, não é uma coisa fácil, a maioria dos jogadores que têm se apresentado são do mesmo nível que nós temos aqui. Acredito que o que trouxemos são do mesmo nível, pois todos são qualificados. Gostaria de dar um salto de qualidade, mas está difícil, essas contratações não estão sendo viáveis, tem alguns nomes, a gente avalia, vai tentar, mas realmente não está fácil.
Aproximação com a torcida
A ida para as quartas do Paulista [2018] e o acesso, se não fosse a S/A, não teria ocorrido. Haveria queda no Paulista, os salários estavam dois meses atrasados, o recolhimento de dinheiro de abnegados já tinha esgotado, com certeza haveria a queda, o acesso não viria, poderia ser uma manutenção na Série C com dificuldade. Muitas das coisas, do ponto de vista financeiro, iriam chegar a um ponto de que o clube iria acabar como alguns exemplos que citei, times de Rio Preto, do Vale, até nosso coirmão [Comercial] que está se reerguendo, mas vejam até onde ele foi. O próprio Botafogo quase acabou, se não fosse o Luís Pereira, que é um colaborador, e outros abnegados, o time estaria no fundo do poço novamente. O que posso prometer é que isso não vai acontecer e quem tem responsabilidade na gestão pode prometer. Há times como Mirassol, Bragantino, mesmo antes da venda, nunca fizeram loucuras, te prometo que vamos ter responsabilidade. O torcedor botafoguense é o maior ativo que o clube tem, recebo diariamente 100, 150 mensagens, muitas elogiosas e outras críticas. A maior parte diz que eu só me preocupo com a arena. Mas ela vai ser um objeto para mudar o Botafogo de patamar, em receita, estrutura. E vai ser, neste ano só não foi por causa da pandemia. É um acessório para que traga recursos e sejamos capazes de competir com times maiores do que o nosso. Na minha vida privada todas as outras coisas, outros negócios, estou delegando a outras pessoas. Minha preocupação é só futebol. A maioria dos que hoje criticam nunca ajudaram, vejo botafoguense dando risada quando o time toma gol. Não vou abandonar, temos garantias contratuais, e vamos estar aqui, se não for eu, vai estar outra pessoa seguindo essa diretriz, ninguém é maior do que a instituição. Quem estiver vai seguir uma diretriz que tenha gestão sem interferência política e que não haja comoção.
Análise da imagem do clube
O que eu vejo, até em programas que participo da capital, uma imagem positiva. Só tenho recebido elogios, de só num modelo de clube empresa o técnico não estaria demitido após duas sequências de quatro derrotas. Para a maioria dos formadores de opinião, a imagem tem sido a melhor possível. Se for ver na parte de marketing, todas as campanhas têm tido uma ressonância nacional. Lançamos o terceiro uniforme e participamos da maioria dos programas esportivos nacionais. Isso é bom não só para marca Botafogo como para nossos patrocinadores, que nos dão incentivos financeiros. A gente quer ter o quanto antes resultados positivos para trazer o torcedor para o nosso lado. Não dá para colocar um revólver na cabeça dos jogadores para fazerem gols, para o juiz anotar alguns pênaltis que não foram dados. Temos de ter tranquilidade para que os jogadores consigam obter os resultados, que acredito que virão.
Qual objetivo da S/A ?
O nosso objetivo é alcançar a primeira divisão nacional. Não significa ser um time de primeira divisão, mas estar entre os 30 maiores, ser um clube de Série B, com participações cada vez mais frequentes e, quem sabe, consiga mudar de patamar. Mas seria um processo mais longo, que hoje só enxergo o Athletico-PR tendo feito. Foi discutido de participar o sub-20 da Copa Paulista, a própria comissão entendeu ser por bem, pois temos jogadores com nível, aptos a vestirem a camisa, que gostaríamos que participassem competitivamente para serem testados, e para integrar com o departamento profissional. Muitos vão poder mostrar as suas qualidades.
Genro do Gerson Engracia Garcia como técnico do Sub-15
Já escutei algumas ilações a respeito e é triste. A pessoa que tem um parentesco dentro da empresa ela tem de mostrar cada vez mais seu valor. Ele sempre tem de ser mais competente, carrega a pecha de estar lá porque é parente. Passei isso na pele, meu pai construiu uma empresa fantástica, líder no mercado. Nós, da segunda geração, assumimos há 15 anos, a gente dobra de tamanho a cada cinco anos. Claro que devemos os louros para a primeira geração, mas cada vez mais é uma referência nacional. Você trabalha 18h por dia e as pessoas falam que "caiu do céu", que é "playboy". Eu trabalhei na expedição, carreguei caixa, meu pai sempre falava: “chega antes porque você tem de dar exemplo”. O Samuel, até porque foi uma discussão para tocar o comando na Copa Paulista, o Cabrera me falou a pessoa mais apta é o Samuel. Além de ter feito todos os cursos, licenças, vem fazendo um trabalho bom no sub-17, a gente acha que ele, o Luciano que é o assistente do Claudinei, eu mesmo perguntei se eles estavam preparados para o que iam falar. Se não, na primeira derrota vão analisar a certidão de casamento dele. Aliás, a Mariana é uma das maiores botafoguenses que já vi, até por isso casou com alguém do mundo do futebol. A gente não pode punir a competência, se a pessoa está apta, tem a competência está e pode fazer, não vejo problema. Ninguém aqui é privilegiado. Em meados do ano passado falaram que eu precisava mandar embora o Renan Abduch, técnico Sub-15, pois era filho do Carlos Victor Abduch, cara que estava falando mal da S/A. Chamei os superiores do Renan, falaram que tem um funcionário que o pai é contra S/A, entrou com a ação, eu não sabia, realmente eu nem conheço o Abduch, de cabeça não sei quem é, o pai tá na ação, e um crítico da S/A. Agora, o menino tem feito um trabalho muito bom, profissional altamente sério, nunca falou nada sobre a gestão BFC ou S/A, até porque aqui é tudo Botafogo. Uma pessoa competente que está exercendo o papel e não pode ser punida pelo que o pai faz ou acha. Ela está aqui há muito mais tempo do que outros que, eventualmente, tenham pensamento diferente, mas também não serão punidos. Ainda mais no futebol, onde opiniões divergentes são tão comuns.
Mensagem final
Queria mandar uma mensagem de otimismo para a torcida, a situação é terrível, os resultados que estamos tendo são abaixo do que esperávamos, abaixo do que o time vem rendendo. Mas tenham certeza, estou trabalhando muito, a comissão, os jogadores, juntos estamos unidos, abraçados e vamos tirar o Botafogo desta. Estamos fazendo contratações de jogadores para o Paulista, para fazer, o quanto antes na mudança do ano, ter o Botafogo no lugar que merece e não ter de justificar sempre o motivo de uma posição ruim na tabela.
Globo Esporte
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