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Por Redação Blog do Esporte
Com a péssima campanha na série B do Campeonato Brasileiro, o Botafogo-SP busca reforçar o elenco e anunciou recentemente o atacante Judivan para o decorrer do campeonato. Para esclarecer as dúvidas da torcida, o diretor de futebol do clube, Fernando Gelfuso, foi sabatinado em entrevista realizada nessa segunda-feira (28) pela TV Botafogo.
Dentre os principais assuntos tratados, confessou que a diretoria errou ao desmanchar o elenco que conquistou o acesso a série B, em 2018, e que vem repetindo os erros desde o ano passado. Gelfuso também disse que o erro da equipe foi não contratar durante a pandemia.
“Depois do acesso da Série C para a Série B tivemos um elenco totalmente desmontado, começamos do zero, haja vista o sofrimento no Paulista de 2019. Até as peças chegarem, encaixarem, com a chegada do Cavalo e de pouquíssimas peças, o Botafogo teve uma Série B sem sustos, não fossem uns incidentes de percurso, talvez um ou outro reforço pontual, o Botafogo teria conquistado esse acesso”, comentou Gelfuso.
Desde o acesso a série B, o Pantera vem tendo dificuldades com a montagem do elenco. Nos dois últimos Paulistas, por exemplo, lutou para não cair para a série A2, e em 2020, a queda quase aconteceu, não fosse uma combinação de resultados.
“Eu já apontei que foi um problema de não ter deixado uma estrutura de 2019 para 2020, foi uma primeira falha na montagem do elenco, isso foi um erro gravíssimo e vamos colher frutos deste erro até o final do ano. Acho que outro erro, na minha opinião, foi durante o período de pandemia não ter se reforçado”, argumenta o diretor.
“Claro que a gente entende a situação financeira, naquele momento ninguém sabia se o futebol brasileiro iria voltar, nem quando, mas outros clubes saíram na frente, como a Ponte Preta, e contrataram os principais nomes, as revelações das equipes do interior. Isso dificulta muito o trabalho de fazer o reforço nesta atura do campeonato”, continua.
O diretor deixou claro que os salários dos atletas estão em dia e também comentou a renovação de contrato com Claudinei Oliveira, que deve ficar no clube até o ano que vem. “A satisfação da nossa diretoria, isso de forma unânime, com o trabalho do Claudinei é evidente. Acompanhamos os treinos e todo o trabalho de dentro do clube, ele é a pessoa mais adequada para levar esse projeto adiante. Por conta da pandemia, a temporada 2021 vai encavalar. Seria prejudicial ao futebol do Botafogo se nós tivéssemos de trocar o treinador e o elenco inteiro no fim de janeiro para estrear depois de um mês no Paulista, isso não tem sentido”, ressalta.
Contratações
Gelfuso negou que algumas contratações não foram pedidas pelos técnicos que passaram pelo Botafogo. Entretanto, destaca que alguns jogadorers não tiveram sucesso no Pantera, mas depois despontaram em outras equipes.
“Nestes cinco anos que contribuo voluntariamente ao futebol do Botafogo, trazer um jogador que o treinador não goste, obviamente que não pode ser contratado. Mas tenho de ressaltar uma dificuldade de se reforçar um elenco com todos os campeonatos já iniciados. Claro que muitos jogadores despontaram no Santo André, Mirassol, Boa Vista e outros clubes, queríamos que viessem para o Botafogo, e isso, hoje, é tarde demais. É como pescar no aquário, quem chegar primeiro pega o que quer”.
O diretor também negou que exista um grupo de empresários beneficiados pelas contratações do time. “O Botafogo tem atletas de vários empresários. O que existe é um departamento extremamente qualificado, que nos ajuda muito neste trabalho de scout, características, entramos em contato com as comissões técnicas para saber comportamento extracampo, histórico de lesões, tudo isso é levado em conta”, explica.
Competição e pontos
Gelfuso destaca que o clube não tem “sorte” dentro do campeonato e ignora a possibilidade do clube entregar pontos na competição. “Eu não acho o elenco do Botafogo abaixo dos outros. Eu não vejo elenco menos qualificado do que qualquer uma das 19 equipes. Acho um desrespeito quando se diz isso, não com a diretoria, que é o menos importante aqui, o mais importante é esse escudo que tá aqui atrás, em baixo, que tem mais de 100 anos de história”, disse.
“Existe uma infelicidade, mas quando existe essa falta de sorte, tem de trabalhar mais, ralar a bunda no chão e buscar fazer essa bola entrar na marra. Primeira coisa é atenção, quando vem de quatro derrotas seguidas, a primeira coisa é parar de perder, se tivesse tido calma, primeiro não tomado para depois fazer, talvez teria uma situação na tabela melhor”, complementa.
Oposição e rival
Ao ser questionado sobre a situação política do clube, Gelfuso é categórico ao falar que não há lado dentro do Botafogo e até fala sobre o Comercial, principal arquirrival do clube no cenário regional e que atualmente disputa a série A3 do Paulista.
“Uma coisa que me incomoda muito é a pergunta: “você é oposição, situação?” Espera aí, não entendo. Oposição do Botafogo fica lá no Jardim Paulista e está muito mal. Oposição não existe aqui dentro, todos são botafoguenses. Eu servi à diretoria do meu amigo Gustavo Assed, Barizza, Gerson Engracia, agora com a S/A o meu lado é o Botafogo, o lado de todos botafoguenses é o Santa Cruz, a Vila Tibério. Não existe FC e S/A, o FC é o sócio-majoritário do S/A. Quando estivemos unidos em 2015, sem dinheiro nenhum, montamos um elenco com muito sacrifício e suor, fomos campeões da competição”.
“Vamos esquecer as desavenças e é esse voto de confiança que peço a todos, não por mim, mas para a instituição Botafogo que certamente vai dar a volta por cima. As vitórias vão acontecer, tenho certeza disso, existe um grupo sério e comprometido que quer vencer”, finaliza.
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