Após encontrar contas de Wagner Pires vazias, Justiça determina busca por dinheiro em espécie na casa do ex-presidente do Cruzeiro

 (Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro)


A Justiça de Minas Gerais determinou, na manhã desta terça-feira, a busca de dinheiro em espécie na casa de Wagner Pires de Sá, ex-presidente do Cruzeiro. A decisão é referente ao processo no qual o clube faz cobranças indenizatórias sobre Wagner, Itair Machado (ex-vice-presidente de futebol) e a Futgestão Assessoria Esportiva (empresa de propriedade de Itair).

A decisão foi expedida pela juíza Marcela Maria Pereira Novais, da 35ª Vara Civel de Belo Horizonte. A informação foi inicialmente divulgada pelo jornal Hoje em Dia, e o ge teve acesso ao processo.

“Expeça-se o mandado visando ao arresto de valores em espécie que eventualmente estejam em poder do requerido Wagner Pires, até o limite de R$6.861.243,06” – diz a decisão

Ainda de acordo com o documento, a solicitação pela busca de valores em espécie na casa do ex-presidente foi uma solicitação do Cruzeiro. O clube, de acordo com a decisão, se baseou em matérias da imprensa que noticiaram que Wagner tem guardada, em sua residência, o valor de R$ 5,2 milhões. A reportagem tentou contato com o ex-dirigente, mas não obteve resposta.

A medida foi adotada pelo Cruzeiro após a Justiça determinar a busca pelo valor total da ação (superior a R$ 6,8 milhões) nas contas de Itair, Wagner e da Futgestão, mas não encontrar nenhuma quantia.

A ação

Segundo a ação de "tutela cautelar antecedente", R$ 6.861.243,06 foi o valor total repassado pelo clube, na gestão de Wagner Pires de Sá, à empresa Futgestão Assessoria Esportiva Ltda, que é de propriedade de Itair e da esposa dele. Ainda de acordo com o documento, o pagamento era feito sob alegação de prestação de serviços, mas, na verdade, dizia respeito ao salário de Itair. Na visão do jurídico cruzeirense, o Estatuto do Cruzeiro não permite remuneração a vice-presidentes.

Na petição, o Cruzeiro diz que o contrato entre o clube e a empresa de Itair Machado foi assinado no dia 2 de janeiro de 2018, um dia após a posse oficial de Wagner Pires de Sá. O intuito era a prestação de serviços na administração do futebol profissional e das categorias de base, além de consultoria desportiva.

O vínculo, com validade até dezembro de 2019, previa repasse bruto de R$ 180 mil mensais à empresa, sendo que em dezembro seriam pagos R$ 360 mil. Na petição, a defesa do Cruzeiro também cita que o vínculo assinado em fevereiro de 2018 previa pagamento de R$ 540 mil à Futgestão, em referência a serviços prestados entre outubro e dezembro de 2017.

Wagner Pires de Sá somente tomou posse em 1º de janeiro de 2018. A defesa do Cruzeiro também anexou um documento que comprova que a empresa foi registrada na Receita Federal apenas no dia 23 de janeiro, sob a razão social de IMM Assessoria Esportiva Ltda.

No dia 30 de junho de 2018, no entanto, foi assinado um aditivo contratual, deixando expresso que seriam pagos, a partir de então, R$ 202.588,00 à Futgestão, no 5º dia útil de cada mês. O termo aditivo também previa à empresa o direito de receber o valor integral das premiações por títulos e metas, assim como eram pagos aos jogadores.

Globo Esporte

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