(Foto: Abelardo Mendes Jr) |
Atual campeã olímpica, a judoca Rafaela Silva será julgada, na manhã desta quinta-feira, pelo caso de doping em que foi pega em agosto de 2019, durante os Jogos Pan-Americanos. Após ter sido suspensa por dois anos, em resultado divulgado em janeiro, a defesa da atleta entrou com um recurso para redução de pena na Corte Arbitral do Esporte (CAS). Os depoimentos da atleta e das testemunhas serão todos por videoconferência.
O resultado do julgamento não tem data prevista para sair, podendo demorar algumas semanas ou ser divulgado somente no fim de 2020. Na punição atual, Rafaela Silva só poderia voltar a competir em novembro de 2021, perdendo assim as Olimpíadas. Uma redução da pena para um ano, a deixaria livre para competir todos os torneios preparatórios para os Jogos. Se a pena cair para um e meio, por exemplo, ela consegue disputar as Olimpíadas, mas com pouco tempo entre o fim do cumprimento da sanção e a realização do megaevento.
A judoca mudou de advogado para fazer o recurso. Para recorrer ao CAS, Rafaela procurou Marcelo Franklin, principal referência em antidoping no Brasil, que já defendeu atletas como Cesar Cielo, Caio Bonfim, Etiene Medeiros, Ana Cláudia Lemos e Pedro Barros. Todos foram inocentados.
Relembre o caso
Rafaela Silva foi pega no exame antidoping durante os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, em agosto de 2019. A PanAm Sports, que organiza essa competição, decidiu tirar a medalha de ouro da judoca, que foi conquistada na categoria leva (-57kg). No início de novembro de 2019, a carioca anunciou que entraria em uma suspensão voluntária, ou seja, antes do primeiro julgamento dela ser divulgado, parou de lutar oficialmente.
O exame acusou a presença de fenoterol, a mesma substância com a qual Etiene Medeiros foi flagrada, em junho de 2016. A nadadora acabou inocentada na ocasião. Esse ativo tem efeito broncodilatador e costuma ser usado em tratamento de doenças respiratórias, como a asma. A substância causa aumento de performance, uma vez que permite melhor troca gasosa entre o sangue e o pulmão.
Na audiência por videoconferência em janeiro, a antiga defesa da atleta, feita pelo advogado Bichara Neto, se baseou na possibilidade da contaminação ter acontecido a partir do contato com um bebê. Lara, de sete meses, é filha de outra judoca do Instituto Reação, Flávia Rodrigues, e faz uso de medicação contra asma. O contato com a criança teria acontecido em 4 de agosto, na véspera do embarque para Lima. Ali, Rafaela foi punida por dois anos, com a data de início da suspensão em novembro de 2019, ou seja, ficando sem lutar até novembro de 2021.
A judoca soube do seu caso de doping no Mundial de Judô de Tóquio, no Japão, no fim de agosto. No mesmo dia, disputou o Campeonato Mundial, conquistou a medalha de bronze e fez um novo exame de doping, que deu negativo. Ou seja, ela não foi pega no doping durante o Mundial, disputado 20 dias após o Pan de Lima.
A carioca tem no currículo o título mundial de 2013 e a medalha de ouro na Olimpíada do Rio em 2016, além de outras três pratas e dois bronzes em Campeonatos Mundiais. Em 2019, foi campeã dos Jogos Pan-Americanos pela primeira vez - mas perdeu a medalha.
Globo Esporte
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