(Foto: Marcos Ribolli) |
A negociação entre Caixa Econômica Federal e o Corinthians para rediscutir o financiamento da Arena continua sem uma solução. Na semana passada, a Justiça deu mais um mês para clube e banco chegarem a um acordo amigável e manteve suspenso o processo movido pela estatal.
As conversas entre Corinthians e Caixa se arrastam há quase um ano. Como o caso foi levado à Justiça, o Timão suspendeu os pagamentos das parcelas mensais do financiamento neste período.
No fim de julho, Pedro Guimarães, presidente da Caixa, apareceu em um vídeo brincando com um torcedor corintiano e ameaçando tirar a Arena do clube caso o financiamento não fosse pago.
Em setembro do ano passado, a Caixa entrou com ação na Justiça cobrando R$ 536 milhões da Arena Itaquera S/A, empresa responsável pelo estádio, que tem o Corinthians como sócio. O banco alega atraso de seis parcelas, de março a agosto de 2019 (entenda mais abaixo).
Desde outubro, Caixa e Corinthians discutem um novo contrato e já tiveram avanços nas tratativas. Foi acordado um prazo de mais quatro anos para quitação (era 2028 e passará a ser 2032), assim como a flexibilização do valor da parcela a ser paga nos meses em que não há jogos no estádio.
Porém, uma divergência ainda impede que o novo contrato seja assinado. A Caixa cobra uma multa de aproximadamente R$ 50 milhões do Corinthians, a qual a diretoria alvinegra não concorda em pagar.
– Há em contrato uma multa pequena (de aproximadamente R$ 5 milhões), que o Corinthians aceita, mas também uma multa judicial, que a gente não aceita. Por quê? Porque isso não passa no Conselho. Você não multa quem você está fazendo acordo – afirmou Matias Romano Ávila, diretor financeiro do clube, em entrevista ao podcast GE Corinthians em março.
A crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus deve fazer com que o modelo do financiamento seja revisto novamente. Sem poder contar com receitas de bilheteria, eventos e outros serviços na Arena já há quatro meses, o Corinthians espera receber uma carência da Caixa para pagar o financiamento.
Paralelamente, o Timão aguarda o processo de recuperação judicial da construtora Odebrecht para equacionar a dívida que tem com a empresa. O valor máximo será de R$ 160 milhões, segundo o presidente Andrés Sanchez. Porém, o cartola tem dito a pessoas próximas que o débito será zerado.
O processo
Ainda em 2018, o Corinthians acertou com a Caixa que pagaria apenas metade dos valores das parcelas do financiamento da Arena nos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, em que a arrecadação do estádio é menor. Um novo contrato foi formulado, mas nunca assinado.
Em 2019, porém, a direção do banco mudou com a troca do governo de Michel Temer para o de Jair Bolsonaro.
Mesmo sem o novo contrato ser assinado, o Corinthians passou a fazer pagamentos menores. A partir de março, o clube retomou os pagamentos pelo valor "cheio", mas o banco utilizou esse dinheiro para amortizar os débitos anteriores. Por exemplo: metade do pagamento de março foi usado para completar o pagamento de dezembro.
Além disso, nos meses de junho e julho, em que a Arena recebeu partidas da Copa América, as parcelas não foram pagas. Assim, no entendimento do banco, há seis parcelas em aberto.
Nas contas do Corinthians, com juros e correção, a dívida com a Caixa é de R$ 487 milhões. Já de acordo com banco estatal, o montante é de R$ 536 milhões.
Vale lembrar que o financiamento contraído para a construção da Arena Corinthians foi de R$ 400 milhões.
Globo Esporte
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