(Foto: Reprodução) |
Por Nicholas Araujo
Redação Blog do Esporte
A iniciativa do Flamengo de criar sua própria transmissão de futebol, inicialmente gratuita e depois cobrada, gerou discussões sobre o futuro da transmissão da modalidade no Brasil. Com a internet em alta, a televisão se torna, em algumas partes, opcional para os torcedores e, agora, para os clubes. No entanto, isso pode se tornar uma tendência dentro dos clubes?
Os direitos de transmissão do futebol estão, em sua maioria, concentrados com a Rede Globo. Ela que detém boa parte das transmissões de futebol (estaduais e Brasileiro), mas vem perdendo o fôlego de uns anos para cá. A “crise” começou quando o Esporte Interativo (que ainda era uma emissora fechada) começou a negociar as transmissões diretamente com os clubes. Com isso, a Globo perdeu espaço nas transmissões.
Esta nova iniciativa se deu pelo fato de que a Rede Globo sempre dava mais espaço para clubes com maior torcida, como Flamengo e Corinthians, o que incomodava outros times. Foi assim que clubes como Palmeiras, Santos e Athletico migraram para o EI. No entanto, agora, o embate é justamente do Flamengo com a Globo.
Clube e emissora cariocas discordavam dos valores acordados para a transmissão do Campeonato Carioca. Ao menos nesta sequência do estadual, “pós-pandemia” (o retorno do estadual vem mais pela pressão dos clubes do que propriamente pela saúde e segurança), as duas partes voltaram a discutir sobre os valores de transmissão, o que não houve acordo.
Com isso, Flamengo seguiu com sua própria transmissão, enquanto a Globo rescindiu o contrato para exibir o Carioca. Muitos analisaram a rescisão como uma represália da emissora por ver um clube como o Rubro-Negro ir contra os valores e direitos acordados. Por fim, o clube realizou a segunda transmissão do estadual cobrando um valor “simbólico” aos torcedores. Resultado: a transmissão por muitas vezes travava, o que irritou quem assista. A decisão do clube foi voltar a realizar as transmissões de forma gratuita.
Adendo: checando novas informações, o sistema contratado pelo Flamengo para o pagamento do valor, o EBANX, ficou sobrecarregado, o que impediu o pagamento do "ingresso". Com isso, o clube liberou o sinal de forma gratuita pela FlaTV.
Diagnóstico
O “novo normal” para as transmissões pode ser justamente a internet, na contramão do monopólio de transmissão dentro do país. O momento é de se repensar como fazer futebol dentro e fora das quatro linhas. É nítido como boa parte dos clubes estão insatisfeitos com o rumo dado nas transmissões no país. Com uma “guerra” que tem muitos laços na política, as equipes buscam alternativas para amenizar a “crise”.
Sistemas como Premier League, La Liga e Bundesliga se tornam um espelho para o futuro do futebol brasileiro, mas há muito interesse para que o sistema não seja uma realidade. O monopólio se torna um atrativo para muitas pessoas e a discrepância perante a qualidade Brasil x Europa fica cada vez mais nítida.
O que vemos hoje é um desgaste dos clubes em manter a mesma transmissão durante muitos anos. A crise política também influencia o torcedor a escolher um lado. No entanto, para que sistemas como streamings e emissoras corporativas funcionem, o sistema precisa abranger a todos, em um território tão grande quanto o Brasil. Ainda falta muito para pensarmos em um novo jeito de fazer futebol no país.
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