(Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press) |
Dois meses após a notificação oficial, a Fifa ordenou ao Sport o pagamento de quase um milhão de euros para o Sporting, de Portugal, referente à compra do atacante André. Sob o risco de sofrer sanções e ciente de que não há muito o que fazer para protelar o pagamento, o Rubro-negro corre contra o tempo para angariar recursos.
O plano inicial era conseguir uma ajuda através da Confederação Brasileira de Futebol. Não deu certo. Sem o auxílio, o clube busca por um empréstimo para conseguir quitar a dívida. É o que diz o vice-presidente jurídico do Leão, Manoel Veloso.
“Estamos tentando conseguir o dinheiro. Como não conseguimos junto à CBF, estamos tentando um empréstimo bancário. Tínhamos conhecimento dos fatos, então não mudou muita coisa. Mas não está fácil.”
Antes mesmo do início da pandemia causada pela Covid-19, o Rubro-negro chegou a propor ao clube português parcelar a dívida e, até mesmo, abater valores com a concessão dos direitos de Adryelson e Juninho, crias da Ilha do Retiro. Mas ambas as alternativas foram negadas. Uma vez que o Sporting, após três anos de atraso no pagamento, mostra-se pouco adepto de negociações.
O cenário faz com que o Leão tenha exatos € 907.500,00 a pagar a vista, sujeito ainda à inconstância da moeda em meio à pandemia causada pela Covid-19. Atualmente, o montante gira em torno de R$ 5,7 milhões, mas a taxa de conversão corresponde ao valor do euro na data de pagamento.
Com a paralisação do futebol, a dificuldade aumenta. Sem dinheiro em caixa, o clube sofre quedas de receita, vê os salários do elenco chegando ao terceiro mês de atraso e tem pouco tempo para quitar a dívida. Situações que fazem com que o empréstimo bancário pareça ser a última saída. Panorama evidenciado pelas palavras de Manoel Veloso.
- Não tem muito o que fazer. É esperar o futebol voltar para ter uma maior capacidade de pagamento. Nenhuma empresa está disposta a investir no futebol. Não só do Sport, como de outros clubes. Como essa capacidade de aumentar receita está menor, só nos resta tentar esse empréstimo bancário e aguardar o futebol voltar para que a gente possa pagar. Torcer para que isso tudo acabe o quanto antes e o quanto antes nossas receitas voltem a caminhar.
Ciente de que a dívida de André está longe de ser o único problema do Sport, o dirigente deixou claro que o clube precisa ter atenção com os pagamentos de atletas e funcionários. Os atrasos salariais, inclusive, foram motivo para o volante Jean Patrick, contratado para 2020, entrar na Justiça pedindo rescisão unilateral com clube, cobrando vencimentos de fevereiro a abril.
"A dívida de André é uma prioridade total, mas não se trata de uma questão meramente financeira. É também da boa vontade dos envolvidos. Se o presidente conseguir o empréstimo, está resolvido. Até lá, não vou deixar de pagar folha de funcionário administrativo ou o pedaço do futebol, que estamos pagando percentuais."
Globo Esporte
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