(Foto: Agência AP) |
Adiadas para o ano que vem, as Olimpíadas de Tóquio prometem ser as mais difíceis de fazer qualquer projeção de medalhas desde 1984, quando o boicote do bloco soviético às vésperas do evento mudou bastante as perspectivas dos atletas.
Ao mesmo tempo, já tivemos três anos "normais" neste ciclo olímpico, com treinamentos e competições que podem ser tomadas como parâmetro para fazer uma projeção de pódios.
Ainda não sabemos como será a volta aos treinos dos atletas brasileiros, mas ao que parece será depois do retorno dos adversários da Austrália e Nova Zelândia, dos asiáticos e dos europeus. Porém, ainda é muito cedo para pensarmos se os atletas brasileiros vão sair tão atrás assim na corrida pela medalha olímpica.
Mesmo com menos dinheiro investido, só do montante público a queda foi de 47% neste ciclo olímpico se comparado com o anterior, o Brasil teve bons anos em 2017, 2018 e principalmente em 2019 pensando nos Campeonatos Mundiais.
Ano passado, foram 21 pódios em Campeonatos Mundiais nas mais variadas modalidades, com seis ouros, seis pratas e nove bronzes. Se fosse montado um quadro de medalhas juntando todos os Campeonatos Mundiais, o país seria 13º colocado. Um resultado melhor do que em 2015, ano que antecedeu os Jogos do Rio.
Em 2019 também tivemos os Jogos Pan-Americanos. A competição tem um valor diferente para cada uma das modalidades, mas o país terminou em segundo lugar no quadro de medalhas (melhor posição da história), com recorde de ouros (54) e recorde de medalhas (169).
Para as Olimpíadas de Tóquio, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) ainda não fala oficialmente em meta. O vice-presidente, Marco La Porta, disse que o objetivo é superar as 19 medalhas da Rio 2016. Na ocasião, foram sete ouros, seis pratas e seis bronze.
Não é uma meta tão difícil de ser batida, já que o skate, surfe e caratê, modalidades que não eram olímpicas em 2016, farão parte do programa em 2021. Nestes três esportes, a expectativa é de cinco ou até mesmos seis pódios para o Brasil.
Podemos dizer que o Brasil pode alcançar três objetivos em Tóquio: o maior número de medalhas (19), o maior número de ouros (7) e a melhor posição no quadro de medalhas (13º).
Maior número de medalhas: acho que é o mais possível de ser alcançado, minha projeção é de 20 pódios. É uma meta difícil, mas longe de ser impossível
Maior número de ouros: na Rio 2016 foram sete, e, a princípio, o Brasil não chegará a Tóquio favorito a sete medalhas de ouro. Embora ache possível, não acho provável que essa marca seja batida.
Melhor posição: a 13ª posição deve ser conquistada por um país que tenha sete ou oito ouros. Chances existem, mas não acredito que seja provável. Imagino o Brasil em 15º.
Existe um cálculo que para cada três ou quatro chances de medalhas nas Olimpíadas, o país conquiste uma. Ou seja, para ter 20 medalhas, um país precisa ter cerca de 70 chances de pódio. E é mais ou menos esse número que temos no momento, desde as mais prováveis conquistas, como Pamela Rosa do skate, até uma chance remota, como Daniel Cargnin, do judô.
O ciclo olímpico foi bem menos robusto do que o de 2013-16. O dinheiro foi menor, mas o investimento foi feito de uma maneira mais afunilada, com o foco nas principais chances de pódio. A pandemia do novo coronavírus atrasou em um ano as Olimpíadas, vai trazer uma perda de dinheiro considerável para o Comitê Olímpico do Brasil, mas não imagino que atrapalhe tanto assim a projeção de pódios.
O próximo passo é fazer o melhor planejamento possível para que a perda de treinos seja a menos maléfica possível. Todos os atletas do mundo tiveram esse obstáculo no caminho, a diferença é como e quando cada um vai conseguir voltar a normalidade.
Globo Esporte
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