Zé Roberto ataca votação polêmica para ranking da Superliga: "Não é justo"

(Foto: Igor Amorim/saopaulofc.net)


A manutenção do ranking de atletas na Superliga Feminina voltou a gerar críticas no mundo do vôlei. Desta vez, porém, um ponto na votação causa ainda mais barulho. Em reunião na tarde de quinta-feira, em sua sede, no Rio de Janeiro, a Confederação Brasileira de Vôlei definiu a sequência do ranking de atletas para a próxima temporada da Superliga Feminina. A decisão saiu por meio de votação com representantes de oito dos dez clubes garantidos na edição 2020/2021 da competição e da comissão de atletas. O placar foi apertado: 5 a 4.

São Paulo-Barueri e Curitiba, ausentes da reunião por dificuldades financeiras, porém, reclamam que enviaram seus votos de forma oficial antes do encontro, mas que os mesmos foram desconsiderados no momento da votação. Caso contrário, o resultado teria sido diferente: 6 a 5 para o fim do ranking. Na reunião, também foi definido o aumento do número de estrangeiras por equipe - de duas para três.

José Roberto Guimarães, técnico e gestor do São Paulo-Barueri, reclama do descarte dos votos dos clubes ausentes à reunião.

- Nós mandamos um e-mail para a confederação, dizendo da nossa posição em relação ao fim do ranking, que nós éramos a favor da finalização, e de três estrangeiras, desde que não pudessem ser da mesma nacionalidade. E a CBV deu o ok para gente, isso foi feito pelo Renato D'Ávila. Eu fiquei tranquilo, como ele deu o ok, estava tudo certo. Quando houve a convocação, não existia nada sobre a obrigatoriedade de ser presencial. E nós mandamos oficialmente, por um documento do clube - afirmou o treinador.

- No meio da reunião, o Harry (Bollmann, supervisor), do Sesc-RJ, puxou a conversa dizendo que não estávamos presentes e que não poderíamos votar. Eu acho que isso não é justo. Somos filiados à CBV, participamos dos campeonatos, Superliga, Copa do Brasil, pagamos as taxas à CBV. Temos, sim, poder de voto e não é justo que isso aconteça. Estamos lutando e brigando por nossos direitos, achamos justo que isso aconteça e vamos lutar.

Do outro lado, Harry se defende. O supervisor afirma que todos os clubes presentes na reunião concordaram em não levar em consideração os votos de Barueri e Curitiba.

- Era uma reunião para definir dois assuntos: a questão do rankeamento e a questão das estrangeiras. No caminho para a reunião eu fiquei sabendo que o time de Curitiba não ia, porque a supervisora mandou uma mensagem no grupo de Whatsapp que nós temos, e o supervisor de Barueri, o Benê, já tinha mandado para o grupo qual seria o voto deles. O problema é que agora todas as críticas se voltam contra a gente, que a gente manipulou, que a gente foi mal-intencionado, que o que a gente fez foi feio e o que a gente fez foi apenas levantar uma sugestão. As outras sete equipes poderiam concordar ou não. Concordaram unanimemente sem discussão. Foi decidido em segundo isso.

Zé Roberto afirma já ter entrado em contato com Radamés Lattari, diretor executivo da CBV, ausente na reunião por compromissos em Pernambuco. O dirigente teria prometido um posicionamento nesta sexta-feira. O GloboEsporte.com pediu um posicionamento oficial da CBV, mas ainda não teve resposta.

- Vamos ver o que o Radamés vai decidir. Ele disse que vai dar uma olhada para entender o que aconteceu na reunião. Dependendo do que ele decidir, vamos ver o que tomar como decisão. Porque não achamos realmente justo que os votos não sejam computados.

- Se fosse uma reunião presencial, o clube está passando por dificuldades, não temos viajado no dia anterior (aos jogos), exceto nas quartas de final. Viajamos no dia dos jogos. Foi assim no Rio, Belo Horizonte, Curitiba. Por isso a contenção de despesas. Eu teria tirado do meu bolso para poder eu mesmo votar contra o ranqueamento. Mas nada foi disso e achamos que um documento oficial do clube teria resolvido.

O ranking de atletas foi implantado na temporada 92/93, com o objetivo de gerar equilíbrio entre os times participantes da competição. A partir da temporada 16/17, os clubes votaram pelo fim da pontuação geral para a formação de seus elencos, com jogadoras valendo de zero a sete pontos, passando a contar, apenas, as de pontuação máxima. Na Superliga Masculina, o ranking foi excluído para a temporada atual, mas mantido entre as mulheres.

Globo Esporte

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