COI reúne seu comitê executivo às pressas e dá 4 semanas para decisão final sobre Olimpíadas de Tóquio

 (Foto: Alessandro Di Ciommo/NurPhoto via Getty Images)


O COI (Comitê Olímpico Internacional) promoveu neste domingo uma reunião de emergência de seu comitê executivo e descartou um cancelamento dos Jogos Olímpico de Tóquio. A entidade, que tem sede na cidade suíça de Lausanne, definiu uma data-limite de quatro semanas para apreciar um adiamento do megaevento esportivo, marcado inicialmente para ser realizado entre 24 de julho e 9 de agosto próximos.

Em nota, o COI afirmou que "um cancelamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio não resolveria qualquer problema nem ajudaria ninguém. Portanto, um cancelamento não está na agenda".

É a primeira vez que o comitê olímpico aventa o adiamento das Olimpíadas de Tóquio. Existem cenários que trabalham com a remarcação do evento para o final deste ano ou para 2021 ou 2022.

A entidade disse que tem analisado possibilidades para determinar o adiamento do evento. Ressaltou que confia nos organizadores japoneses e que ambos conseguiriam, "com certas restrições de segurança, realizar os Jogos no país enquanto respeita as salvaguardas para a saúde de todos os envolvidos".

Por outro lado, continuou o comunicado, "existe um dramático aumento no número de casos e novos surtos de Covid-19 em diferentes países de diferentes continentes. Isso levou o comitê executivo a concluir que o COI tem de tomar o próximo passo no planejamento de diferentes cenários".

O COI prosseguiu e disse que, por causa da escalada do novo coronavírus, instalações essenciais para as Olimpíadas poderiam não estão mais disponíveis e manejar "milhões de noites" reservadas de hotéis será difícil, assim como adaptar os calendários de ao menos 33 esportes olímpicos.

- Estes são apenas alguns de muitos, muitos outros desafios - escreveu o COI, que complementou e disse que o esforço de mudar a data dos Jogos exigiria enorme esforço de seus patrocinadores, detentores de direitos de transmissão, federações internacionais e autoridades japonesas.

O COI sofreu grande pressão de atletas, comitês olímpicos nacionais e federações esportivas mundo afora nesta semana pelo adiamento dos Jogos. O seu presidente, o alemão Thomas Bach, reiterou seguidas vezes nos últimos dias que a data de realização estava mantida, o que gerou críticas.

Nos últimos dois dias, por exemplo, o Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a federação norte-americana de natação (USA Swimming) e o Comitê Olímpico Espanhol pediram pelo adiamento da competição.

Comitê Paralímpico Internacional apoia decisão

Após o anúncio feito pelo COI, o presidente do IPC (Comitê Paralímpico Internacional), o brasileiro Andrew Parsons, declarou em nota que a entidade e todo o movimento paralímpico apoiam a decisão de analisar os possíveis cenários para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio nas próximas semanas, incluindo o adiamento.

- Em relação aos jogos, a saúde e o bem-estar de todas as pessoas presentes são a prioridade número um e tomar essa decisão é absolutamente a coisa certa a se fazer, considerando a situação sem precedentes que atualmente enfrentamos.

Parsons afirmou que a vida humana é muito mais importante do que qualquer outra coisa. O brasileiro ainda pediu para que todos os atletas fiquem em casa para ajudar a evitar a propagação da COVID-19.

'The next four weeks will provide time to see if the global health situation improves, while giving a window of opportunity to look into different scenarios should the dates of the Games need to be...

O IPC acredita que as próximas quatro semanas fornecerão tempo suficiente para ver se a situação de saúde global melhora, ao mesmo tempo em que oferecem uma janela de oportunidade para analisar diferentes cenários. Caso a decisão seja pelo adiamento, a entidade afirma que apoiará o COI no enorme desafio logístico.

Globo Esporte

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