Palmeiras estreia grama sintética em arena e coloca futuro dos gramados em jogo

Palmeiras venceu Mirassol em estreia do novo gramado (Foto: Reprodução/Facebook)

Por Nicholas Araujo
Redação Blog do Esporte


O Palmeiras estreou no último domingo (16) o gramado sintético de seu estádio, o Allianz Parque. Este é o segundo grande estádio do Brasil a receber a tecnologia, depois da Arena da Baixada, casa do Athletico-PR. Um dos motivos para a mudança era a manutenção do gramado natural, que foi muito criticada por jogadores e jornalistas.

No entanto, a questão da grama sintética sempre gerou discussão no país. Muitos são contra o modelo, que seria mais difícil de jogar bola, e outros elogiaram, classificando o gramado sintético como o futuro dos estádios que não conseguem manter o gramado natural.

De acordo com a Pesquisadora do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) Rayana Santiago de Queiroz, que realiza a avaliação deste produto, como densidade, comprimento e até propriedades químicas, o gramado sintético tem uma manutenção mais fácil, mas também requer uma irrigação e substituição periodicamente, como o gramado natural.

“Além disso, a grama sintética permite uso múltiplo (não apenas para jogo), é adequada tanto para ambientes abertos como cobertos e porque é produzida de forma padronizada, pode oferecer condições mais consistentes de jogo”, explica a pesquisadora.

Sobre o questionamento do uso da grama sintética, a especialista esclarece. “Como tradicionalmente o gramado sintético é utilizado em países com invernos mais rigorosos, nos quais o cultivo e a manutenção de um gramado natural são praticamente inviáveis, há também a dúvida se de fato no Brasil seria necessário o uso do gramado sintético nas superfícies esportivas”.

Anteriormente, quando o Athletico anunciou o uso do gramado sintético em Curitiba, alguns treinadores e jogadores foram contra a nova tecnologia. O Furacão manteve sua postura de modificar o solo, instalou o novo produto e hoje se tornou temido em sua arena, já que muitos clubes que vão a Arena da Baixada não conseguem voltar para casa com um ponto na bagagem.

Por fim, Rayana esclarece que o uso deste gramado passa por uma análise e estudos criteriosos antes de sua instalação. Por isso, é necessário conferir qual gramado é mais adequado e como a manutenção será feita.

“Outra questão que deve ser ponderada é se, ambientalmente, a substituição da natural pela sintética é vantajosa, pois a sintética mesmo tendo a durabilidade mais prolongada, também terá de ser periodicamente substituída. Cabe aqui um estudo comparativo de Análise do Ciclo de Vida de ambas para identificar estratégias adequadas de manutenção e descarte e melhorias a serem feitas no material”, conclui.

Abaixo, você pode conferir como foi o andamento da instalação do gramado na arena do Palmeiras. O Blog do Esporte tentou contato com a empresa responsável pela grama sintética no estádio, mas não obtivemos retorno.

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