Jorge Sampaoli não é mais técnico do Santos

(Foto: Marcos Ribolli)


Chegou ao fim a passagem do técnico Jorge Sampaoli no Santos.

O clube anunciou na noite desta terça-feira que o técnico pediu demissão e entregou o caso aos departamentos jurídico e de recursos humanos.

Veja a nota divulgada pelo Santos:

"O Santos FC comunica que, na data de 09/12/2019, em reunião realizada pela manhã no CT Rei Pelé, o treinador Jorge Sampaoli pediu demissão do cargo.

Uma vez comunicada a demissão pelo treinador, o caso foi entregue aos departamentos jurídico e de recursos humanos do Clube.

O Santos FC agradece ao treinador Jorge Sampaoli pelo trabalho realizado na temporada de 2019".

A saída de Sampaoli era considerada iminente há tempos nos bastidores do Santos, apesar do conhecimento que o contrato do treinador era válido até o fim de 2020.

O acordo original previa multa de rescisão de R$ 10 milhões. Sampaoli pediu que a cláusula fosse retirada do acordo, mas Peres, quando questionado sobre o assunto, negou que o pedido tenha sido atendido. O treinador se recusou a responder, alegando "confidencialidade". Há, porém, quem garanta que a cláusula é válida até o fim deste ano.

A relação desgastada com o presidente José Carlos Peres, a preocupação com a montagem do elenco para a próxima temporada e a ciência de que o Peixe não poderia fazer grandes investimentos em 2020 pesaram na escolha do argentino.

Na última segunda-feira, Sampaoli e Peres se reuniram no CT Rei Pelé para discutir sobre a continuidade do argentino em 2020. O encontro foi tenso, durou pouco mais de três horas e afastou ainda mais o treinador do clube.

Na conversa com o cartola, o técnico cobrou um investimento maior que o realizado neste ano, quando o Santos gastou cerca de R$ 80 milhões em 14 reforços. O Peixe não teve condições financeiras oferecer o que o técnico desejava para ficar no clube.

Sampaoli foi contratado pelo Santos no fim de dezembro de 2018, após a saída de Cuca, e assumiu o comando do clube em janeiro. De lá para cá, foram 65 jogos e um retrospecto bastante positivo: 35 vitórias, 15 empates e 15 derrotas, um aproveitamento de 61,5%;

Apesar da campanha recorde no Brasileirão, que resultou na maior pontuação da história do clube desde 2006, o Santos teve dificuldade nas competições de mata-mata em 2019 e acumulou três eliminações: para o River Plate, do Uruguai, na primeira fase da Copa Sul-Americana; para o Atlético-MG nas oitavas de final da Copa do Brasil; e para o Corinthians na semifinal do Campeonato Paulista.

Vai para o rival?

Sampaoli segue sendo monitorado por outros clubes, como o rival Palmeiras, que vê o treinador como o único nome para comandar o time em 2020. Agora, com a saída confirmada, tem caminho livre para acertar com o argentino. Em entrevista no último domingo, o técnico desconversou quando perguntado sobre a possibilidade de assumir o rival do Peixe.

Outro interessado em Sampaoli é o Racing, da Argentina. Segundo o diário "Olé", porém, o clube de Avellaneda trata a contratação do treinador como praticamente descartada já que Sampaoli teria pedido mais tempo para resolver sua situação no Brasil, e o Racing não pretende esperar.

E para o lugar de Sampaoli?

Ciente da grande possibilidade de perder Sampaoli, o Santos já vinha analisando nomes no mercado, mas não chegou a negociar com ninguém. Agora, a decisão sobre o novo comandante será tomada pelo departamento de futebol, encabeçado pelo presidente José Carlos Peres e com auxílio do diretor técnico William Thomas.

A tendência, neste momento, é que o Santos siga apostando em técnico estrangeiro para substituir Sampaoli. O Peixe tem pressa para a contratação de um novo treinador para não comprometer ainda mais o planejamento para 2020 e começar a montagem do elenco. A estreia oficial do Peixe no ano que vem será no dia 22 de janeiro, contra o Bragantino, pelo Campeonato Paulista.

Globo Esporte

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