(Foto: Douglas Magno/BP Filmes) |
A passagem de Thiago Neves pela Toca da Raposa caminha para um fim melancólico. Afastado do elenco antes mesmo do fim do Campeonato Brasileiro, o camisa 10 acionou o Cruzeiro na Justiça do Trabalho, cobrando R$16 milhões e solicitando a rescisão unilateral (veja os detalhes no fim da matéria). E os problemas judiciais do meia com clubes são recorrentes ao longo da carreira.
Em 2011, Thiago Neves deixou o Al Hilal, da Arábia Saudita, onde é ídolo, para jogar no Flamengo. Teve a temporada com maior número de jogos na carreira – 57, no total –, foi campeão carioca, mas não repetiu o sucesso que tinha vivido anos antes no Fluminense. Após deixar o Rubro-Negro, entrou na Justiça do Trabalho cobrando direitos de arena.
No processo, Thiago Neves cobrava que o Flamengo pagasse integralmente a cota de 20% de direito de arena em seu contrato de trabalho, percentual que por conta de acordo coletivo com o Sindicato dos Atletas, foi reduzido para 5%. Em outubro de 2017, ele perdeu em primeira instância. Em maio deste ano, venceu em segunda instância, mas o Rubro-Negro recorre da decisão.
Para chegar ao Cruzeiro, Thiago Neves também precisou recorrer à Justiça para conseguir a liberação junto o Al Jazira. No início de 2017, ele foi à Fifa contra o clube árabe solicitando a rescisão unilateral do contrato - que tinha duração até o fim de 2018 -, alegando atraso nos pagamentos dos salários. A entidade máxima do futebol mundial liberou a documentação do meia apenas na segunda quinzena de fevereiro e, aí sim, ele pôde ter o vínculo com a Raposa registrado na CBF.
O Al Jazira ainda foi à Fifa contra o Cruzeiro, alegando que o jogador pediu a rescisão unilateral por indução do clube mineiro. Os árabes queriam uma indenização de cerca de R$30 milhões, mas a Fifa absolveu o Cruzeiro.
Processo de Thiago contra a Raposa
Três meses de salários, sete meses de direito de imagem e encargos trabalhistas atrasados. Essas foram as causas apresentadas por Thiago Neves para entrar na Justiça do Trabalho contra o Cruzeiro, pedindo R$ 16 milhões e a rescisão do contrato, que vai até o fim de 2020. O jogador ainda justificou que as "ameaças contra si e a família" e as declarações dos dirigentes do Cruzeiro contra ele motivaram a ação judicial.
As justificativas foram dadas por meio da empresa que agencia a carreira do jogador, a Fatto Gestão, que também cuida dos interesses do volante Henrique. Segundo a nota, Thiago "não busca nada além dos seus direitos". A ação corre em segredo de Justiça. Veja a nota:
"O jogador Thiago Neves, representado pela assessoria jurídica da Fatto Gestão (conceituado escritório Martins Castro Monteiro Advogados), empresa responsável pela carreira do atleta, em virtude a falta de pagamento de três meses de salário, sete meses de direito de imagem, encargos trabalhistas em aberto, somadas às ameaças sofridas contra si e sua família e, por fim, às declarações de dirigentes do Cruzeiro, o atleta Thiago Neves não teve outra alternativa senão propor uma ação trabalhista contra o Cruzeiro Esporte Clube pleiteando a rescisão do contrato de trabalho e recebimento dos valores devidos. O atleta não busca nada além dos seus direitos. Vale destacar que desde quando desembarcou em Belo Horizonte, em 2017, Thiago se comprometeu com o clube. Foram151 jogos, 41 gols e 23 assistências. Os títulos nacionais conquistados, duas Copas do Brasil, e os dois Campeonato Mineiros que o jogador obteve, inclusive como protagonista, falam por si"
Globo Esporte
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