Preso, Rabello nega organização criminosa na arbitragem do RJ, mas admite "vacilo" com posse de arma
(Foto: Vicente Seda) |
Preso em flagrante nesta quarta-feira durante a "Operação Cartão Vermelho", que investiga diversas irregularidades na cúpula de arbitragem do Rio de Janeiro, Jorge Rabello, ex-chefe da comissão de arbitragem da federação carioca, se defendeu das acusações e negou qualquer espécie de organização criminosa nas entidades investigadas.
Rabello deve ser solto a qualquer momento. Ele pagou fiança no valor de dez salários mínimos.
- Na verdade, isso é fruto de longos anos de denúncias. As denúncias não são de agora. Se a gente for buscar, a gente tem, em 2011, denúncias de manipulação de resultado do Carioca. Foram 63 denúncias, todas arquivadas. E foram respondidas, mas arquivadas - disse ele à imprensa.
"Agora, teve essa denúncia em relação a desvios no sindicato, o que foi negado por mim evidentemente. E continuarei negando. Mas eu acho até bom porque a polícia vai procurar apurar a verdade dos fatos - disse ele à imprensa", completou.
Investigado junto com outros dois suspeitos pelas acusações de organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, Rabello foi preso em flagrante nesta quarta-feira, mas por outro motivo: o posse ilegal de um revólver calibre 38. Quanto a isso, ele reconheceu o "vacilo".
- Isso não tem como negar. Foi um vacilo. Uma coisa de 1910. Eu trabalhava em uma transportadora em área de risco. Sempre tive essa arma, nunca fiz curso de tiro. Teve aquele processo todo, era para eu devolver. Tenho uma caixa de munição completa, não sei dar tiro. Foi um erro. Eu teria de devolver à polícia. É uma arma legal, registrada. Mas, infelizmente, não tenho a documentação. Está no meu nome. Enfim. Ela fica de vez agora aqui - disse Rabello, já na delegacia.
Sobre as suspeitas
- Na verdade, isso é fruto de longos anos de denúncias. As denúncias não são de agora. Se a gente for buscar, a gente tem, em 2011, denúncias de manipulação de resultado do Campeonato Carioca, envolvendo o presidente da Comissão de Arbitragem. Foram 63 denúncias, todas arquivadas. E foram respondidas, mas arquivadas pelo promotor Rodrigo Terra. Agora, teve essa denúncia em relação a desvios no sindicato, o que foi negado por mim evidentemente. E continuarei negando.
Mas eu acho até que, bom, a polícia vai procurar apurar a verdade dos fatos. O que efetivamente ocorreu com as denúncias de pagamento de cartão corporativo, o que aconteceu em relação à venda do imóvel. Aí, vai mostrar. Continuo negando e vou negar veementemente. Não tenho nada a ver com essa despesa que aparece no cartão de crédito. Não participei. Os documentos estão de posse da polícia. Não há um documento assinado por mim. Não sei quem comprou, quem vendeu. Então, são acusações que são feitas e agora a polícia vai abrir um inquérito. Está na fase de apuração. Eu me coloquei à disposição para os esclarecimentos.
Sobre a acusação de que Messias Jose Pereira seria um laranja
- Vamos restabelecer a verdade dos fatos. A cooperativa nasceu em 2004 por vontade dos árbitros. Eles queriam uma cooperativa para representa-los. Na época, a presidente era do doutor Eduardo Viana. Havia a exigência da federação de que eles fossem cooperados. Aí, formou-se a diretoria. Com presidente, diretor, tesoureiro e diretor administrativo, que era o que eu fazia. É risível isso de ter testa de ferro. O cargo do Messias é eletivo. Ele foi eleito pelos árbitros. Não foi indicado por mim. A diretoria só permaneceu pois entendeu que as coisas estavam correndo bem.
Não tem, na verdade, nenhum árbitro que você vai procurar e dizer que a cooperativa ficou me devendo alguma taxa. Ao longo de todos esses anos. De 2014 para cá, eu me afastei da cooperativa e até do sindicato em função das minhas atribuições na federação. Obviamente, eu não deixo de ser responsável. Mas as pessoas falam e dá a impressão de que a cooperativa arrecada R$ 1 milhão ou R$ 2 milhões por ano.
É preciso deixar claro que a receita é de R$ 100 mil ou R$ 120 mil por ano. É 10% daquilo que a federação paga aos árbitros profissionais. Falaram em formação de quadrilha de uma instituição que ganha R$ 120 mil de faturamento por ano? Infelizmente, as acusações não são novas. Mas felizmente serão apuradas. Acusar, sempre acusam. Fui presidente da comissão por 12 anos. Virei vidraça. São vários processos. Eu digo: disso tudo, a cooperativa fez errado a questão do INSS. Por erro administrativo, deixou de recolher. Fez um Refis e estava pagando até que houve o rompimento do contrato em 2004.
A federação rompeu, e a cooperativa está em fase de encerramento. Vamos ver como isso vai ocorrer. O INSS é lá de trás. Juntou tudo em um pacote para fazer o Refis. Rompimento foi em abril de 2019. A minha declaração de IR está aí, eu vivo do meu salário. Meu apartamento é Sistema Financeiro de Habitação, como todo e qualquer brasileiro e trabalhador. Esses caras estão aí acusando. Estou à disposição.
Sobre endereços investigados na operação
- Eu estive morando de aluguel em outro imóvel. Infelizmente, a coisa apertou. Meu imóvel estava alugado. Fiquei um tempo em apartamento da irmã da minha esposa. Eu tive de sair de lá. Pedi meu apartamento de volta, é esse imóvel que eu moro atualmente.
Sobre o posse ilegal de arma
- Isso não tem como negar. Foi um vacilo. Uma coisa de 1910. Eu trabalhava em uma transportadora em área de risco. Sempre tive essa arma, nunca fiz curso de tiro. Teve aquele processo todo, era par eu devolver. Tenho uma caixa de munição completa, não sei dar tiro. Foi um erro. Eu teria de devolver à polícia. É uma arma legal, registrada. Mas, infelizmente, não tenho a documentação. Está no meu nome. Enfim. Ela fica de vez agora aqui.
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