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O goleiro Bruno rescindiu o contrato com o Poços de Caldas FC, de acordo com a advogada Mariana Migliorini, que representa o jogador. Segundo ela, o clube não cumpriu com o contrato ao não pagar os salários devidos nem fornecer material esportivo. Em contato com o GloboEsporte.com, o presidente do Vulcão, Paulo César da Silva, negou e disse que manteria o contrato com o jogador.
A polêmica começou quando Bruno não compareceu a um amistoso marcado para o último sábado contra uma equipe amadora de Muzambinho (MG) após ter participado de um jogo em um campeonato de bairros de Varginha, cidade onde cumpre pena em regime semiaberto. Ele conseguiu a progressão de pena em julho e assinou com o Poços de Caldas FC em agosto. O clube tem sede em Poços de Caldas (MG), cidade que fica a 160 km de distância de Varginha.
Após a partida, o presidente chegou a dizer que considerava a rescisão. No entanto, nesta segunda-feira, Paulo César da Silva afirmou à reportagem que seguiria com o contrato já que o goleiro não havia comparecido por não ter obtido permissão da Justiça.
O contrato com o Vulcão era válido até janeiro de 2021, mas segundo a advogada, o término do vínculo foi feito porque o clube não cumpriu com as obrigações.
- A rescisão de contrato aconteceu quando o clube não pagou salário, não forneceu material de trabalho. O clube não tem sequer regularizada sua situação com os antigos sócios, nem com a Federação Mineira. Os atletas estavam em condições deploráveis, pagando para estar no clube - afirmou Mariana Migliorini.
Segundo a advogada, o goleiro já estuda novas propostas. Enquanto isso, continua treinando em Varginha.
Críticas à gestão
A advogada ainda fez duras críticas ao Poços de Caldas FC, dizendo que o clube está "afundado em dívidas". Recentemente, a Federação Mineira de Futebol (FMF) informou que o clube não havia feito a regularização dos jogadores e não tinha licença para jogar devido à uma dívida de mais de R$ 60 mil.
- Ele (o presidente) não tem nenhum capital de giro. Não respeita os sonhos dos jovens atletas. Está agindo de maneira errática e temerária.
Segundo Mariana, o presidente tentou jogar a culpa em Bruno para fazer a rescisão, quando na verdade o clube não forneceu sequer a estrutura ou o profissional para treinamento separado em Varginha, como havia sido acordado no contrato.
O GloboEsporte.com voltou a entrar em contato com o Paulo César da Silva para comentar as afirmações, mas ele disse que o clube somente se manifestaria quando estivesse com o ofício da rescisão em mãos.
Passagem pelo Vulcão
Clube e goleiro chegaram a um acordo no dia 13 de agosto. No entanto, ele só foi anunciado oficialmente duas semanas depois, quando posou com a camisa do Vulcão, como é conhecido o clube. A apresentação oficial, no dia 5 de outubro, teve perguntas censuradas e até uma equipe de imprensa impedida de trabalhar.
No mesmo dia, Bruno teve sua única atuação com a camisa do clube, ao participar de um amistoso contra um time amador de Juruaia (MG). O goleiro atuou por 45 minutos no segundo tempo e não sofreu gols.
Crimes
Bruno foi preso em setembro de 2010 e condenado em março de 2013 pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. Ele também havia sido condenado por ocultação de cadáver, mas esta pena foi extinta, porque a Justiça entendeu que o crime prescreveu sem ser julgado em segunda instância. As penas válidas somadas, então, são de 20 anos e 9 meses.
Atualmente o goleiro cumpre pena em regime semiaberto domiciliar em Varginha, onde está desde abril de 2017. Ele conseguiu a progressão de pena em 19 de julho após uma decisão da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais do município.
Globo Esporte
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