(Foto: Arquivo pessoal) |
Por Nicholas Araujo
Redação Blog do Esporte
O Brasil se destacou novamente nos Jogos Parapan-Americanos, ficando no primeiro lugar geral do quadro de medalhas e superando a melhor marca na história nos Jogos. Uma das conquistas foi da seleção masculina de vôlei sentado, que conquistou a medalha de ouro e carimbou o passaporte para os Jogos Paralímpicos de 2020, em Tóquio.
No elenco da seleção temos a história de Daniel Yoshikawa, que entrou para o esporte em 2009 depois de superar uma meningite, em 2007, e perder as duas pernas e partes dos dedos de uma das mãos.
“Em 2008, teve as Paralimpíadas de Pequim, na China, eu estava assistindo na televisão. Ia começar as provas de natação, eu achei interessante, nunca tinha visto e vi um chinês sem os dois braços, batendo o recorde mundial, medalhista de ouro, fiquei encantado”, conta.
A partir disto, Daniel buscou entrar para o esporte em Suzano (SP), cidade onde mora, mas o destino reservou outra opção. Por não conseguir ingressar na natação, o paratleta se aventurou no vôlei sentado.
“Eu recebi um convite do vôlei sentado em setembro de 2009, para poder ingressar. Fui assistir um treino, gostei. Dez anos se passaram estou há sete anos como capitão da equipe e levantador”.
Seleção brasileira de vôlei sentado (Foto: Arquivo pessoal) |
Seleção Brasileira
Daniel chegou a Seleção Brasileira em 2009 para uma competição na seleção sub-23, em um mundial disputado no Irã. A chegada a seleção adulta aconteceu só em 2013, para a disputa de três torneios. “Depois fiquei fora da seleção, voltei em 2018, participei do mundial na Holanda, fui medalhista de bronze, e agora em Lima 2019 medalha de ouro”.
O paratleta coleciona disputa na Alemanha e Estados Unidos com a seleção, e o último Parapan em Lima este ano. Com a conquista da medalha de ouro, a seleção está classificada para os Jogos Olímpicos de 2020. Daniel conta como se sentiu após a conquista.
“A sensação de realização, de um trabalho, de um sonho, faz tempo que eu almejava participar de um Parapan. Mais legal é que junto com a conquista vem a classificação para os jogos de Tóquio, uma importância para nossa história, para a modalidade. Fiquei feliz de participar dos jogos de Lima, ter ganho essa medalha, ter vivido esse momento. Espero viver um momento assim em Tóquio”.
Desafios
Mas nem tudo para Daniel é vitória. O paratleta explica que as modalidades paralímpicas precisam de uma maior visibilidade, para que o esporte não seja esquecido.
“[Os desafios são] a falta de visibilidade, falta de investimento de algumas partes, isso dificulta o crescimento dos atletas, da modalidade. Falta de visibilidade perante a mídia nacional, porque nós só somos lembrados próximos aos Jogos Parapan-Americanos, Paralimpíadas, depois a gente fica meio que no esquecimento”.
Agora, o paratleta mantém o foco nos treinos, já visando Tóquio. “Com a seleção temos uma fase de treinamento, em Três Corações, depois encerramos a programação. Voltamos em janeiro, já visando à preparação para Tóquio. Espero que tenhamos alguns intercâmbios na Europa, estamos aguardando algumas confirmações, se receberemos seleção aqui ou vamos lá para fora”, finaliza.
Daniel cumprimenta torcedores em Lima (Foto: Arquivo pessoal) |
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