Com cara de Olimpíada e estrelas brasileiras, começam os Jogos Mundiais Militares na China

(Foto: Alexander Vieira)


Não é um Mundial Militar qualquer. A cidade de Wuhan, de 11 milhões de habitantes, localizada no centro da China, enfeitou-se inteira de luzes e se preparou como se fosse receber uma edição dos Jogos Olímpicos. Afinal, estão presentes na competição 67 campeões olímpicos e mundiais. No Centro Esportivo de Wuhan, 60 mil espectadores vibraram com uma cerimônia deslumbrante que abriu a sétima edição dos Jogos Mundiais Militares. Com o discurso inicial inclusive do presidente da China, Xi Jinping, foram apresentados os 109 países, com um total de 9.308 atletas que vão competir no evento, de 18 a 27 de outubro.

- O esporte é um importante símbolo de desenvolvimento social e progresso humano. É uma parte essencial da troca interpessoal e cultural - disse Xi Jinping, o presidente chinês.

O Brasil é a maior força estrangeira da competição, com 350 atletas, entre eles os campeões olímpicos Rafaela Silva, do judô, Arthur Zanetti, da ginástica artística, Bruno Schmidt, do vôlei de praia, e Sassá, do vôlei, além de vários campeões mundiais como Arthur Nory, da ginástica, Etiene Medeiros, da natação, Ana Marcela Cunha, da maratona aquática, Bia Ferreira, do boxe, e Ágatha/Duda, do vôlei de praia. O Brasil está atrás apenas da China, anfitriã, recordista de participantes, com nada mais nada menos que 553 atletas.

Os atletas estão todos hospedados em uma espécie de vila olímpica, de onde saem para os 35 locais de competição. Pela primeira vez, foi construída uma vila especialmente para os Jogos Mundiais Militares. Foram 1.958 suítes em 30 prédios, que foram levantados em dois anos - um andar a cada cinco dias! Dos 27 esportes, alguns são específicos dos Jogos Militares, como as variações do pentatlo (moderno, aeronáutico, militar e naval), além de provas como paraquedismo, orientação e salvamento aquático. Para se ter uma noção da grandeza do evento, 236 mil voluntários estão espalhados pelas zonas da competição.

Os Jogos Mundiais Militares surgiram em 1995, como celebração dos 50 anos do término da 2ª Guerra Mundial. Desde a primeira edição, em Roma, na Itália, a competição tem como objetivo a promoção da paz. O Brasil participou de todas as edições e sediou a quinta, em 2011, no Rio de Janeiro, quando liderou o quadro de medalhas com 114 no total. Na última edição, na Coreia do Sul, o país ocupou a segunda colocação, com 84 medalhas. E agora, em Wuhan, tem a meta de se manter entre as três primeiras potências militares. O megaevento também é visto como parte da preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano que vem.

Pela primeira vez, os Jogos Mundial Militares foram abertos ao público e 200 mil ingressos foram vendidos antes da competição começar, segundo a organização do evento. O lema desta edição é compartilhar a amizade, além de construir a paz. E, numa metáfora das diferenças, a tocha "olímpica" militar foi acesa quando parecia que ia se apagar, com a contradição da água sendo a condutora da chama; e, assim, o fogo emergindo da água.

Globo Esporte

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