Ribeirão-pretano, Chico Barreto conta de sua mudança para SP até a consagração com as medalhas do Pan de Lima
Chico Barreto foi um dos principais atletas do Brasil no Pan de Lima (Foto: Divulgação/rededoesporte) |
Por Nicholas Araujo
Redação Blog do Esporte
O ginasta Francisco Barreto, mais conhecido como Chico Barreto, chegou tímido aos Jogos Pan-Americanos de 2019 e em busca de quebrar todas as barreiras por uma medalha. O esforço, dedicação e a luta por seu espaço na ginástica artística o consagrou com três medalhas de ouro em Lima: na competição por equipes, na barra fixa e no cavalo com alça. Um sonho que se tornou realidade depois de mais de 20 anos de dedicação a modalidade.
Em entrevista exclusiva ao Blog do Esporte, Barreto conta que, no começo, a vida não foi fácil. Ele iniciou seus treinamentos aos 7 anos em um espaço da prefeitura de Ribeirão Preto (SP), como um modo de ocupar o tempo para que os pais pudessem trabalhar. Ao lado dos irmãos, tinha treinamentos de ginástica, mas também se aventurou no skate, basquete e judô.
“Então eu fui para uma escola particular onde tinha ginástica artística. Eu não estudava na escola, mas sim praticava a modalidade. Meu pai trabalhava como inspetor de aluno nessa escola e foi ali que comecei a ginástica de alto rendimento, logo aos 7 anos. Eu já treinava 4 horas por dia, 6 vezes por semana e fui pegando o gosto pela ginástica”, disse.
São Paulo
Aos 13 anos, Barreto recebeu a oportunidade de treinar no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo. O ginasta explica que a mudança não foi fácil e precisou aprender tudo sozinho. “Eu não tinha noção do que era morar sozinho, mas fui aprendendo. Idas e voltas de Ribeirão, minha mãe também ia para São Paulo, ela foi me ensinando algumas coisas. Acho que hoje, mais velho, tenho consciência de tudo o que eu passei, de tudo o que minha mãe passou também”.
Barreto se dedica aos treinamentos duas vezes por dia, seis vezes por semana, com um treinamento mais pesado pela manhã e exercícios de forma física a tarde. “No Pinheiros contamos com a parte multidisciplinar, preparação física, fisioterapia, alimentação, fora toda a estrutura do clube, clima, ginásio, tudo isso para continuarmos evoluindo e trazendo o melhor resultado para a ginástica”, conta.
Jogos Pan-Americanos
Esta foi a terceira edição do Pan que Barreto participou. Seu primeiro Pan foi em 2011, em Guadalajara, no México, depois em Toronto, no Canadá, em 2015, e agora Lima, em 2019. Ao chegar no Peru, o atleta já tinha entre suas conquistas uma medalha de ouro por equipes no México e uma de prata no Canadá, também por equipes.
Barreto e as conquistas do Pan (Foto: Ricardo Bufolin/CBG) |
“É minha terceira edição dos Jogos Pan-Americanos, o frio na barriga continua o mesmo e é muito bom poder representar o Brasil, mas o frio na barriga, a sensação de competir pela primeira vez continua, e isso é muito bom, isso faz parte de todo aquele show que a gente apresenta para o Brasil”, explica.
Incentivo e Tóquio 2020
Chico Barreto conta que seus maiores incentivadores são a família, os pais e muitas personalidades do esporte. No entanto, ele aponta um momento importante no esporte que o marcou para sempre. “Não tenho um nome, mas tenho o Vanderlei Cordeiro de Lima, naquela cena nas Olimpíadas de Atenas, que me emocionou muito. Aquela cena me motiva muito para continuar lutando todos os dias na caminhada até um resultado mundial”.
E como é a sensação de poder chegar as Olimpíadas de 2020, em Tóquio? Chico conta que a realidade é concreta, mas que ainda há muito chão pela frente para realidade garantir a vaga.
Temos que passar ainda por uma classificação olímpica, que a gente sabe que não vai ser fácil, será agora em outubro, em Stuttgart, no pré-olímpico. Estamos treinando duro na preparação para disputar a vaga por equipe e, claro, levar o maior número de atletas para Tóquio. Enquanto isso, mantemos focados, claro, em primeiro lugar, no campeonato mundial, mas pensando em uma esperança em 2020”, finaliza.
Barreto durante o Pan de Lima (Foto: Ricardo Bufolin/CBG) |
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