(Foto: Getty Images) |
A morte recente do francês Anthoine Hubert durante uma corrida da Fórmula 2 fez muitos lembrarem que o automobilismo é um esporte de risco. Essa é a opinião do pentacampeão mundial de F1 Lewis Hamilton, que vê muitas pessoas ignorarem o fato de que é possível um piloto morrer na pista, mesmo que hoje em dia os carros e autódromos tenham padrões de segurança mais elevados ano após ano. O próprio Hamilton disse ter consciência de que corre riscos quando entra no seu carro na pista.
- Você vai a um evento esportivo, que é tão bom, mas as pessoas aparecem no fim de semana se divertindo. Alguns podem nem ter contemplado o fato de ser um esporte perigoso, esses caras podem ter um incidente como esse - porque não acontece com tanta frequência. Antigamente, quando acontecia o tempo todo, era "ah, esses caras são super-heróis, acontece o tempo todo, ele se esquivou da morte!". Mas enquanto estamos num período mais seguro, a morte ainda está lá, ainda é uma possibilidade em potencial. E se eu entrar, bato e me machuco, é "oh, meu Deus". De repente, é um choque. Tenho consciência de quando vou lá, que meus dias estão contados, sabia? - disse Hamilton em entrevista publicada pelo site "Autosport".
Hamilton revelou ainda que o acidente de Anthoine Hubert em Spa-Francorchamos lhe deixou muito abalado, a ponto de não conseguir dormir direito - o inglês interrompeu uma entrevista a jornalistas no "cercadinho" quando viu a imagem da batida num telão:
- Experimentei isso (antes). Obviamente, tivemos isso no Japão (com Jules Bianchi, em 2014), tivemos essa experiência, mas então eu tive outra com um colega 11 anos no fim de semana de corrida, quando eu estava correndo quando criança. Então, eu já tinha experimentado isso antes. E para um piloto, isso realmente bate forte. Não sei como foi para os outros pilotos, mas, para mim, me atingiu nas profundezas da minha alma. Foi realmente difícil. Durante o resto do dia e depois à noite, eu não conseguia dormir, simplesmente não conseguia acreditar no que havia acontecido naquele dia.
Por fim, o líder do Mundial deste ano lembrou das mortes do diretor de provas Charlie Whiting e do tricampeão Niki Lauda, presidente não-executivo da Mercedes, e que o mundo precisa seguir mesmo com essas perdas.
- Acho que sua mente está apenas trabalhando horas extras, tentando se acostumar com a realidade do que aconteceu. E também ao fato de que perdemos Charlie (Whiting) este ano e a Fórmula 1 continua, perdemos Niki (Lauda) e o mundo continua. Acho triste que seja assim que a vida é - finalizou.
Lewis Hamilton lidera o Mundial deste ano com 284 pontos contra 221 do vice-líder, seu companheiro de equipe Valtteri Bottas. O inglês venceu oito das 14 corridas já disputadas na temporada 2019.
Globo Esporte
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