Comitê Brasileiro festeja a melhor campanha da história do Parapan e frisa força da renovação

(Foto: CPB)


O Comitê Paralímpico Brasileiro festeja os resultados obtidos por sua delegação nos Jogos Parapan-Americanos de Lima. Na capital peruana, o país ratificou sua condição de maior potência do esporte paralímpico nas Américas e deu um show com um total de 308 medalhas, sendo 124 ouros. Números que superam a campanha do México em 1999, na Cidade do México, em que o então país anfitrião conseguiu 307 medalhas e 121 ouros.

A última medalha brasileira saiu no ciclismo de estrada, com o ouro de Lauro Chaman. A medalha do paulista sacramentou a campanha de Lima como a maior da história do Parapan. Na manhã desse domingo, Alberto Martins, chefe da missão brasileira, conversou com jornalistas sobre o feito. Avaliou desempenhos, citou frustrações e surpresas, apontou ajustes para que o Brasil siga crescendo e reforçou a necessidade de renovação constante de talentos.

- A meta interna nossa era superar Toronto em todos quesitos. Desde a delegação, número de atletas em finais, número de atletas jovens em finais, número de mulheres, número de classes baixas (alto grau de deficiência). Então Lima foi um ótimo termômetro pra que a gente avaliar o caminho que nós estamos trilhando, se temos que fazer uma revisita ao nosso planejamento pra Tóquio. Na realidade nosso planejamento é pra dois ciclos, pra oito anos, Tóquio e Paris - explicou Alberto.

O gestor da delegação evitou falar em decepções no desempenho brasileiro em Lima. Para ele, a tristeza por não conseguir as vagas para Tóquio 2020 no rugby em cadeira de rodas misto e no basquete em cadeira de rodas masculino e feminino, foi um porém na jornada. Entre as surpresas, Alberto destacou a natação e o halterofilismo.

- O que superou a expectativa foi a própria natação e o halterofilismo. O atletismo ficou dentro daquilo que já havíamos planejado. O atletismo ficou dentro daquilo que a gente já tinha planejado, perdemos uma aqui, ganhamos outras ali. Mas a natação superou bastante as nossas expectativas - contou.

O Comitê Paralímpico Brasileiro quer agora buscar entender os motivos pelos quais muitas das 99 pratas não se tornaram ouro. O planejamento é se apoiar em bases científicas para fazer ajustes e desempenhar melhor nas próximas competições.

- Nós tivemos até agora 97 medalhas de prata (o Brasil terminou com 99). O que isso quer dizer para nós? Que tivemos 97 oportunidades de ter o ouro. Temos de analisar com muito cuidado o que faltou para o ouro. É um cuidado que precisamos analisar com nossa equipe de ciência do esporte. Prata a gente não ganha, a gente perde. Mas ela tem de ser valorizada e, principalmente, analisada por nós da equipe técnica - explicou.

A renovação é outra preocupação do comitê para os próximos ciclos. Esse é um aspecto que inclusive, passou a ser ainda mais valorizado depois da criação do Centro de Treinamento Paralímpico, em 2016. Além disso, jovens talentos podem ser garimpados graças ao desenvolvimento de eventos como as Paralimpíadas Escolares, que acontecem desde 2009. Anualmente são cerca de mil atletas entre 12 e 17 anos na vitrine.

- Nós precisamos continuar investindo muito na renovação. Alguns países como EUA e Canadá trouxeram jovens e estão investindo neles. Nós também estamos fazendo, mas temos de estar muito atentos. Daniel Dias chega a Tóquio, mas será que chega a Paris? Não só pela questão técnica, mas pela vontade de buscar outros desafios - concluiu.

Globo Esporte

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