Mayra Aguiar conquista o bronze no Japão e chega à sua sexta medalha em mundiais de judô

(Roberto Castro/rededoesporte.gov.br)


A gaúcha Mayra Aguiar, de 28 anos, conquistou nesta sexta-feira a medalha de bronze no Campeonato Mundial de Judô, disputado na arena Nippon Budokan, em Tóquio, no Japão, na categoria meio-pesado (78kg). Número 1 do ranking mundial, a bicampeã do mundo caiu para a francesa Madeleine Malonga na semifinal, mas se recuperou na disputa do terceiro lugar e derrotou a portuguesa Patricia Sampaio por ippon para garantir mais um pódio em seu vasto currículo.

Essa é a sexta medalha da brasileira em mundiais. Antes, ela levou dois ouros, uma prata e dois bronzes. Com isso, Mayra se isola como a maior medalhista brasileira na história dos mundiais. Antes estava empatada com Érica Miranda, com cinco para cada uma.

- Qualquer competição, independente do resultado, eu saio bastante fortalecida. A gente aprende muito e sempre sobe mais, cresce mais. Mais ainda quando a gente sente a dor da derrota. Eu estava muito preparada. Eu errei, podia ter continuado em pé. Ainda estou remoendo um pouco assim, mas já já vou ficar feliz porque sei o quanto é importante uma medalha em Mundial.

Depois de conquistar o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, Mayra sonhava com o tricampeonato mundial. A brasileira foi campeã mundial pela primeira vez em Chelyabinsk 2014 e depois levou o bi em Budapeste 2017. Antes da semi, Mayra bateu a portuguesa Yahima Ramirez na estreia em apenas 26 segundos, tirou Sarah-Myriam Mazouz, do Gabão, no segundo round, também de forma relâmpago (16 segundos), e passou por Loriana Kuka, do Kosovo, em um confronto mais duro.

Mayra Aguiar vive um grande momento em sua carreira e é uma das atletas mais cotadas para brigar pelo ouro olímpico em Tóquio 2020. O judô, aliás, será disputado na mesma arena onde ocorre o Mundial, a Nippon Budokan. Na temporada de 2019, a gaúcha abriu o calendário com a prata do Europeu de Oberwart.

Depois, foi ouro no Grand Slam de Dusseldorf, vice-colocada no Grand Slam de Ecaterimburgo, foi campeã no Pan-Americano de Judô no Peru e ganhou o Grand Prix de Budapeste. Por fim, foi ao topo do pódio pela primeira vez nos Jogos Pan-Americanos de Lima. De sete torneios internacionais disputados antes do Mundial, ela só saiu sem medalha do Grand Slam de Baku, em que foi sétima colocada.

Malonga, que derroutou Mayra, acabou ficando com a medalha de ouro ao bater a japonesa Shori Hamada na final. Loriana Kuka ficou com a outra medalha de bronze.

O caminho de Mayra Aguiar

Mayra Aguiar começou sua participação no Mundial de Tóquio diante da portuguesa Yahima Ramirez. E demoraram somente 26 segundos para que ela conseguisse um waza-ari e complementasse com a imobilização para fechar a vitória por ippon.

No confronto seguinte, foi a vez de Sarah-Myriam Mazouz, do Gabão. Mais uma vez, Mayra parecia disposta a resolver tudo rapidamente, pensando nas lutas mais para frente na competição. Somente 17 segundos separavam a brasileira do triunfo, novamente por ippon.

Na sequência, ela encarou Loriana Kuka, do Kosovo, campeã do Grand Prix de Tbilisi em 2019, nas quartas. E foi o confronto mais duro até então. A rival de Mayra não dava muita abertura. Ambas tomaram shidos. Na segunda vez, contudo, o árbitro tirou o da judoca europeia em uma decisão controversa. À gaúcha, restou partir para cima. E ela conseguiu vencer por ippon.

A competidora seguinte no torneio foi a francesa Madeleine Malonga, número 4 do mundo, contra quem Mayra havia lutado somente duas vezes, em 2017 e 2016, tendo uma vitória e uma derrota. E, mais uma vez, a gaúcha perdeu para a europeia. A luta foi dura, mas Malonga encaixou um golpe e venceu por ippon, empurrando a brasileira para a disputa do terceiro lugar diante da portuguesa Patricia Sampaio.

Mayra Aguiar teve pouco tempo para se recuperar da luta da semifinal para encarar a lusitana, que estava descansada já que sua rival da repescagem, a chinesa Zhenzhao Ma, não entrou no tatame por conta de uma lesão. Mesmo assim, a gaúcha fez valer seu favoritismo e saiu vitoriosa, garantindo a medalha de bronze para o Brasil com um ippon sobre a adversária. Trata-se da segunda do país nesse Mundial, já que Rafaela Silva, da categoria -57kg, também subiu ao pódio em terceiro lugar.

Quem saiu realizado do tatame foi o português Jorge Fonseca. Ele se tornou o primeiro campeão mundial de seu país ao bater o russo Ilyasov. O país tinha, ao todo, 10 medalhas em mundiais, cinco pratas e cinco bronzes, sendo cinco delas da judoca Telma Monteiro, que compete na categoria -57kg, a mesma de Rafaela Silva.

Jorge Fonseca é um verdadeiro showman no judô, gosta de conversar com os árbitros e comemorar com a torcida. Depois do título, inclusive, o português dançou no tatame.

Buzacarini e Gonçalves caem no masculino

Rafael Buzacarini, por sua vez, fez sua estreia contra Ivan Remarenco, dos Emirados Árabes Unidos. Punido três vezes, o competidor acabou desqualificado, e o brasileiro avançou. No confronto seguinte, fez um duelo duro com o alemão Karl-Richard Frey.

O embate era truncado, e os dois tomaram dois shidos. Mas o atleta do Brasil levou a melhor por ippon. A terceira luta foi contra Elmar Gasimov, medalha de prata da Rio 2016, e o judoca do Azerbaijão saiu vitorioso, eliminando o rival do Campeonato Mundial.

O outro atleta do Brasil no dia foi Leonardo Gonçalves, que acabou sendo eliminado logo em sua estreia. Ele pegou Zelim Kotsoiev, coincidentemente também do Azerbaijão, e caiu por ippon em pouco mais de um minuto de confronto, dando adeus às chances de pódio na competição:

- Meu estilo de luta é sempre pra frente, infelizmente não é o resultado que esperava. Mas vou voltar para treinar mais. Só eu sei quanto passo para estar aqui. Vou voltar, treinar forte e retornar para Tóquio ano que vem. É levantar a cabeça e procurar o resultado, vim 100% recuperado da lesão de antes do Pan. Não influenciou em nada, é o esporte. Hoje infelizmente não foi minha vez. Mas vão voltar a ter outras - falou.

Veja os atletas brasileiros participantes e o serviço do Mundial de Judô

Local: Nippon Budokan - Tóquio, Japão
Capacidade: 10.000 lugares
Transmissão: finais às 7h no SporTV 3

AGENDA (horários de Brasília)

DIA 7 (31/08)

Categorias: +78kg feminina e +100kg masculina (pesado)
+78kg - Maria Suelen Altheman e Beatriz Souza
+100kg - David Moura e Rafael Silva 
Classificatórias - 1h
Finais - 7h

DIA 8 (01/09)

Equipes mistas 
Classificatórias - 1h 
Finais - 7h20

Obs.: Fora os atletas citados acima, que estão no individual e podem ser usados na disputa por equipes, há mais quatro convocados somente para o torneio de times. São eles: Eduardo Katsuhiro Barbosa (73kg); Jeferson Santos Junior (73kg); Tamires Crude (57kg) e Ellen Santana (70kg)

Globo Esporte

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