O show é delas: mulheres brasileiras fazem história, até agora, em Lima e somam feitos

 (Foto: REUTERS/Sergio Moraes)


Martine, Kahena, Luisa, Bruna, Milena, Jaqueline, Mariana, Iêda... As mulheres representam quase 49% do total de 485 atletas brasileiros nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Mais que a maior igualdade de gêneros numa delegação do país em 68 anos de competição, elas têm colecionado feitos na capital peruana. Ouros inéditos, vaga olímpica, pódios em modalidades em que jamais haviam levado medalha, porta-bandeira, hegemonia ainda maior: até agora, a força está com elas.

Em Lima, saíram os primeiras conquistas de brasileiras no taekwondo (Milena Titoneli), no triatlo (Luisa Baptista) e na patinação artística (Bruna Wurts). Vieram também os primeiros pódios - dois bronzes - delas em modalidades como mountain bike (Jaqueline Mourão) e no wakeboard (Mariana Nep). No pentatlo moderno, Iêda Guimarães garantiu vaga nos Jogos Olímpicos, no próximo ano - sendo, entre homens e mulheres, a primeira do Brasil a se classificar, no Pan, para Tóquio 2020. As meninas do handebol aumentaram o domínio que vem desde o Pan de Winnipeg 1999 - seis ouros seguidos, o maior número de topo de pódios de qualquer modalidade nacional nos Jogos das Américas. De quebra, também asseguraram vaga em Tóquio 2020.

O ineditismo começou com a decisão do Comitê Olímpico do Brasil de escolher duas mulheres para carregar a bandeira brasileira no desfile da delegação na cerimônia de abertura, na sexta-feira. Nunca antes em Jogos Pan-Americanos uma atleta foi agraciada. Desta vez, em outra ação sem precedentes na competição, foram duas: as campeãs olímpicas Martine Grael e Kahena Kunze, da vela.

- Representando toda a mulherada do Brasil e os atletas, nosso coração ficou a mil mesmo depois do desfile - disse Martine, depois do desfile.

Um dia depois, no sábado, o primeiro ouro brasileiro em Lima saiu para uma mulher - novamente em dose dupla e o primeiro dos feitos delas em Lima. Luisa Baptista, ouro, e Vittoria Lopes, prata, formaram a dobradinha brasileira no triatlo. Jamais houve vitória feminina do país na modalidade numa edição do Pan.

- O Pan-Americano das mulheres, sem dúvida. Acho que, cada vez mais, o esporte está sendo aberto para as mulheres. Ainda fica um pouquinho atrás. A participação brasileira, hoje, no triatlo feminino é muito menor. Se for pegar o número de participantes, é sempre muito menor. Mas a gente vê que isso tem melhorado com o tempo. Com esse resultado, tomara que melhore mais ainda - disse Luisa ao GloboEsporte.com.

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