Alfinetadas: “Roubo” contra Argentina causa confusão, nota oficial e discussão do que é válido no futebol
(Foto: Reprodução) |
Por Nicholas Araujo
Redação Blog do Esporte
A disputa do terceiro lugar na Copa América entra Argentina e Chile não ficou nas quatro linhas. Lionel Messi recebeu o seu segundo cartão vermelho em sua carreira, se despediu precocemente da partida, mas saiu de campo com o terceiro lugar na competição. No entanto, isso não bastou para o jogador.
O atacante argentino usou as redes para se pronunciar e dizer que essa Copa América foi comprada para o Brasil. Os argentinos ainda não aceitaram a eliminação para a seleção brasileira na semifinal. Os hermanos bateram o martelo de que a Argentina foi melhor no jogo contra o Brasil e por isso mereciam estar na final da competição.
Convenhamos que não é de hoje que a organização de um evento pela Conmebol sempre acaba com muita reclamação. O exemplo disso foi a Taça Libertadores de 2018, decidida entre Boca Juniors e River Plate. De tão mal organizado que foi a final da competição, ela precisou ser decidida fora da Argentina e até mesmo fora da América do Sul. O segundo jogo disputado no Santiago Bernabéu, em Madrid, foi a maior prova de como o futebol sul-americano está mal administrado.
Ônibus do Boca foi apedrejado antes da final da Libertadores de 2018. Muitos clubes acusaram a Conmebol de ajudar o Boca a chegar a final da competição (Foto: Reprodução) |
Na questão da semifinal entre Brasil e Argentina, os principais lances em discussão dos argentinos são o segundo gol do Brasil, onde os hermanos dizem ouvir um "apito" e por isso a defesa “parou” no meio do lance. A outra reclamação é um pênalti em Aguero, que foi interpretado pela arbitragem como lance normal (uns dizem que foi, outros não). Mesmo com a intervenção do VAR em alguns lances, a decisão do jogo é sempre do árbitro em campo, que vai por suas convicções e profissionalismo de apitar ou não um determinado lance.
Por outro lado, é notório como a Argentina entrou nesta competição para reclamar. Primeiro foi sobre o gramado da Arena do Grêmio, que realmente estava complicado. Entretanto, a Conmebol rebateu dizendo que o estádio estava apto a receber uma partida desta importância. Também alegaram que, em outras partidas, a Argentina foi prejudicada pela arbitragem e por isso não conseguiu uma melhor classificação.
Na prática, o elenco em si não mostrou muita inspiração. A Argentina deixou a desejar em muitos momentos, sofreu com as investidas dos adversários e conseguiu uma virada histórica para avançar na fase de grupos. Muitos acreditam que este elenco argentino não é dos melhores, principalmente pela atuação baixa de Messi e a pouca inspiração de atletas como Aguero, Di María e Dybala. O jogo deste sábado contra o Chile demonstrou que a Argentina estava obcecada pela vitória, fosse conquistada em campo ou no grito.
No entanto, o mesmo devia valer para decisões tomadas dentro de campo na Libertadores, por exemplo. A edição de 2018, a pior que assisti nos anos em que acompanho a competição, foi descaradamente favorável aos clubes argentinos. Se Messi disse que a Copa América foi comprada para o Brasil, ele precisa admitir que a Libertadores de 2018 foi comprada para os argentinos. Dois pesos e duas medidas não é, Messi?
Precisamos levar o futebol mais nos pés do que nos gritos. Não adianta reclamar de algumas decisões enquanto para alguns o sistema “corrupto” continua a favorecer. Isso vale para todos, mas não vamos esquecer que a AFA foi investigada por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro recentemente, mas, como é conveniente para alguns, o assunto foi abafado. No entanto, quando é com os outros, a Argentina cai em peso pedindo transparência. Não estou aqui defendendo a corrupção, também repudio, mas acredito que, neste caso, é preciso levar muitas coisas em consideração. Mas garanto que transparência não é o forte da Conmebol, nem na Copa América e nem na Libertadores.
Conmebol emitiu nota oficial sobre as reclamações de Messi:
Comunicado Oficial pic.twitter.com/52wWty47BQ— CONMEBOL.com (@CONMEBOL) 7 de julho de 2019
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