André Brasil passa por reclassificação e fica fora do sistema paralímpico de natação

(Foto: Divulgação)

Por Redação Blog do Esporte


O nadador paralímpico André Brasil está fora do sistema paralímpico de competição após uma reclassificação realizada nesta quarta-feira. De acordo com os avaliadores, o nadador não foi considerado apto ao esporte que pratica, mesmo tendo passado por outras três classificações em sua carreira e ter representado o Brasil durante quatorze anos.

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) se mostrou solidário ao atleta, que usou as redes sociais para questionar sua reclassificação. O atleta classificou como “revolta” a mudança aplicada.

“Indignação, revolta, tristeza... uma história apagada em um dia... somos tratados como números de pontos na classificação e não como seres humanos. Isso é o que chamamos de esporte paralímpico?”, publicou André Brasil nas redes sociais.


André Brasil passou por uma reclassificação porque iria participar do Open Internacional, que será realizado em São Paulo de quinta-feira a sábado, com competidores do mundo todo. A reclassificação internacional é obrigatória. Ela consiste em um procedimento de análise para os atletas com deficiência funcional na reclassificação em normas aprovadas pelo Comitê Paralímpico Internacionais.

Estas normas passam por atualização desde o ano passado, gerando inúmeras controvérsias. Em sua análise, André Brasil foi considerado fora do padrão da classe S10, a mais alta das classes funcionais. Em suma, é como dizer que André não tem qualquer deficiência e só pode competir na natação convencional. O brasileiro fica impedido de participar de qualquer competição do esporte adaptado a partir de agora.

“O que me deixa triste é ver que foram quatorze anos jogados fora, como se passassem uma borracha em cima da minha história. Não somos tratados como seres humanos, e sim números de pontos na classificação”, comentou o atleta por meio de sua assessoria de imprensa.

O atleta tem uma diferença de cinco centímetros de uma perna para a outra depois de ter poliomielite aos três meses de vida. Além disso, ele não tem sensibilidade, força e equilíbrio na perna esquerda. Passou por sete cirurgias que não reverteram a lesão. André entrou para o esporte adaptado em 2005 e desde então participou de mais de 300 competições. Ao todo foram 14 medalhas paralímpicas.

“O sistema é falho. Não é justo, quatro pessoas definirem a vida de um atleta. Parece que o que foi feito anteriormente não valeu de nada, o esporte paralímpico perde muito a sua credibilidade por isso”, disse o técnico Felipe Domingues.

O atleta se preparava para voltar às competições depois de uma cirurgia no ombro esquerdo realizada em 2018. Mesmo com os laudos médicos de sua lesão na perna e falta de mobilidade não foram suficientes para manter o atleta no esporte, segundo as avaliações atuais. Brasil deve ficar fora de competições como o ParaPan-Americano e o Campeonato Mundial de 2019 pela primeira vez desde que começou sua carreira.

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