(Foto: Divulgação) |
Por Redação Blog do Esporte
O nadador paralímpico André Brasil está fora do sistema paralímpico de competição após uma reclassificação realizada nesta quarta-feira. De acordo com os avaliadores, o nadador não foi considerado apto ao esporte que pratica, mesmo tendo passado por outras três classificações em sua carreira e ter representado o Brasil durante quatorze anos.
O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) se mostrou solidário ao atleta, que usou as redes sociais para questionar sua reclassificação. O atleta classificou como “revolta” a mudança aplicada.
“Indignação, revolta, tristeza... uma história apagada em um dia... somos tratados como números de pontos na classificação e não como seres humanos. Isso é o que chamamos de esporte paralímpico?”, publicou André Brasil nas redes sociais.
O CPB está ao lado de Andre Brasil e compartilha sua frustração ao ser classificado como inelegível. Não cremos que seus 14 anos no Movimento Paralímpico foram uma mentira. Entendemos que foi submetido a uma grande injustiça e o apoiaremos para restaurar a igualdade e a justiça. https://t.co/7Q77T4OKRA— CPB 🇧🇷 (@cpboficial) 24 de abril de 2019
André Brasil passou por uma reclassificação porque iria participar do Open Internacional, que será realizado em São Paulo de quinta-feira a sábado, com competidores do mundo todo. A reclassificação internacional é obrigatória. Ela consiste em um procedimento de análise para os atletas com deficiência funcional na reclassificação em normas aprovadas pelo Comitê Paralímpico Internacionais.
Estas normas passam por atualização desde o ano passado, gerando inúmeras controvérsias. Em sua análise, André Brasil foi considerado fora do padrão da classe S10, a mais alta das classes funcionais. Em suma, é como dizer que André não tem qualquer deficiência e só pode competir na natação convencional. O brasileiro fica impedido de participar de qualquer competição do esporte adaptado a partir de agora.
“O que me deixa triste é ver que foram quatorze anos jogados fora, como se passassem uma borracha em cima da minha história. Não somos tratados como seres humanos, e sim números de pontos na classificação”, comentou o atleta por meio de sua assessoria de imprensa.
O atleta tem uma diferença de cinco centímetros de uma perna para a outra depois de ter poliomielite aos três meses de vida. Além disso, ele não tem sensibilidade, força e equilíbrio na perna esquerda. Passou por sete cirurgias que não reverteram a lesão. André entrou para o esporte adaptado em 2005 e desde então participou de mais de 300 competições. Ao todo foram 14 medalhas paralímpicas.
“O sistema é falho. Não é justo, quatro pessoas definirem a vida de um atleta. Parece que o que foi feito anteriormente não valeu de nada, o esporte paralímpico perde muito a sua credibilidade por isso”, disse o técnico Felipe Domingues.
O atleta se preparava para voltar às competições depois de uma cirurgia no ombro esquerdo realizada em 2018. Mesmo com os laudos médicos de sua lesão na perna e falta de mobilidade não foram suficientes para manter o atleta no esporte, segundo as avaliações atuais. Brasil deve ficar fora de competições como o ParaPan-Americano e o Campeonato Mundial de 2019 pela primeira vez desde que começou sua carreira.
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