(Foto: Lucas Figueiredo/CBF) |
Tite vai conhecer na Inglaterra, nesses próximos oito dias, a vida na seleção brasileira sem Philippe Coutinho. A rodada de amistosos contra Uruguai e Camarões será a primeira do técnico, desde que assumiu o comando da equipe, sem um de seus protagonistas. Coutinho sofreu uma lesão no bíceps femoral, músculo da perna, e não pôde se apresentar.
São 30 jogos de Tite na Seleção. De 29 possíveis – um deles foi disputado só com jogadores de clubes brasileiros –, Coutinho disputou 28. Ficou fora só do amistoso contra o Japão, há um ano, poupado, mas estava na lista, tanto que dias depois enfrentou a Inglaterra.
Desde 2016, ninguém jogou mais vezes do que Coutinho. E, curiosamente, à essa altura, o meia do Barcelona representa ao mesmo tempo uma contundente certeza e uma incômoda interrogação.
Dessa vez, Tite não terá seu craque num lugar nem noutro. E isso causa impacto na Seleção. Pela lista de convocados, cheia de atacantes e com poucos meio-campistas ofensivos, pode-se imaginar que a ideia da comissão técnica era utilizá-lo centralizado contra Uruguai e Camarões.
Os que mais jogaram com Tite:
Coutinho: 28 jogos
Willian: 26
Alisson, Gabriel Jesus e Neymar: 24
Paulinho: 23
Miranda: 22
Casemiro e Renato Augusto: 21
Fernandinho e Marquinhos: 20
Essa é a posição mais carente da seleção brasileira. Tite considera o enfraquecimento do setor o principal erro cometido na Copa do Mundo, que terminou para o Brasil nas quartas de final, com a derrota por 2 a 1 para a Bélgica.
O Barcelona parece ter se encontrado na temporada com Coutinho exercendo função semelhante à que fazia no início da era Tite: iniciando as jogadas aberto, pelo lado, e se movimentando em direção ao centro para juntar-se ao trio de meio-campistas.
Na Seleção, a configuração dos convocados indica um posicionamento diferente, com origem no centro. Para os lados, na atual lista, Tite tem Neymar, Richarlison, Douglas Costa e Willian.
A ausência de Coutinho abre uma lacuna importante. Não há outro meia com sua característica: leve, ofensivo, rápido, de boa finalização de média distância, driblador e com capacidade para tabelar com os atacantes. É possível que Paulinho, volante de origem que ao longo da carreira foi se aproximando do ataque, seja o seu substituto contra o Uruguai.
E para quem tem problemas no meio-campo, as notícias não são nada animadoras. Além de Coutinho, Tite não poderá ter outros dois jogadores que imaginava protagonistas nesse início de ciclo: o jovem Paquetá, ausente para que o Flamengo, assim como outros clubes brasileiros, fosse preservado no campeonato, e o ainda jovem, mas já veterano Casemiro, machucado.
Nesta terça-feira, os treinamentos da Seleção vão começar a esboçar a escalação que Tite pretende levar a campo na sexta, no clássico sul-americano contra o Uruguai.
Globo Esporte
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