(Foto: Maddie Meyer/Getty Images) |
Técnico do Boston Celtics e uma das mentes mais brilhantes do basquete, Brad Stevens colhe os frutos de uma difícil decisão no passado: ele jogou para o alto uma promissora carreira como economista em uma empresa farmacêutica para lutar pelo sonho de se tornar técnico de basquete. Hoje, à frente de uma das melhores equipes da NBA, não só tem a reputação de treinador virtuoso, como é apontado por muitos especialistas como o sucessor do técnico Gregg Popovich, que está no fim da carreira e é considerado um dos melhores de todos os tempos.
Depois de cair para o Cleveland Cavaliers de LeBron James na última final da Conferência Leste tendo passado pelo talentoso Philadelphia 76ers na semifinal, os Celtics se preparam para uma temporada de plantel completo, uma vez que os astros Kyrie Irving e Gordon Hayward estão recuperados de lesões. Para a equipe de Massachusetts, será uma temporada de rivalidades renovadas com 76ers e Lakers, busca de um novo degrau evolutivo, e, possivelmente, uma final estrondosa contra o Golden State Warriors. O título, claro, pode coroar Brad Stevens como um dos maiores de sua geração.
O economista promissor que se rendeu ao amor pela prancheta
Mesmo sendo um talento de relativo destaque no basquete colegial do estado de Indiana, Brad Stevens não conseguiu chamar a atenção das grandes universidades da Divisão I da NCAA, recebendo apenas uma oferta na categoria. Resolveu então atuar por DePauw University, da Divisão III e de orientação mais acadêmica. Mas a carreira no basquete universitário não decolou, e ao se formar em economia, Stevens foi contratado por uma empresa farmacêutica com sede na cidade de Indianápolis.
Apesar do bom salário e do promissor início na profissão, sua cabeça continuava no basquete. E em 2000, decidiu pedir demissão para trabalhar como assistente técnico sem remuneração na Universidade de Butler. Para pagar as contas, Stevens manteve um emprego em uma rede de restaurantes. Depois que um dos treinadores da universidade foi envolvido com problemas na justiça, Stevens teve a oportunidade de ser remunerado.
Seu talento o levou ao cargo de técnico principal em 2007, sendo o responsável por levar a equipe a suas duas únicas participações na final da NCAA (2010 e 2011). Stevens fechou sua passagem pela universidade com 166 vitórias e 49 derrotas. Em 2013, veio a grande oportunidade da carreira, quando assumiu o Boston Celtics em pleno processo de reconstrução. Chegou aos playoffs na segunda temporada no comando da equipe e se estabeleceu como um dos melhores treinadores da liga.
Estrategista aplicado
Brad Stevens é considerado um dos maiores estrategistas da NBA, capaz de desenhar ajustes nos momentos mais críticos e desfavoráveis. Com ele, o Boston Celtics construiu uma identidade defensiva, em que seus oponentes são pressionados ao erro constantemente. Os Celtics tiveram a melhor eficiência defensiva da temporada regular, com 101.5 pontos cedidos a cada 100 posses de bola.
Já no ataque, a abordagem carro-chefe do treinador é movimentação de bola constante, para que as oportunidades de arremessos não contestados para três pontos surjam com mais facilidade. Sob seu comando, o time tem um retrospecto acumulado de 166 vitórias e 162 derrotas, aproveitamento de 50,6%.
Missão da temporada: destronar o Golden State Wariors
Além de tentar levar o ótimo elenco dos Celtics a um novo patamar evolutivo, Brad Stevens terá o desafio de chegar à final da NBA, possivelmente contra o poderoso Golden State Warriors. Para a empreitada, o treinador poderá contar, pela primeira vez desde as chegadas de Kyrie Irving e Gordon Hayward, com a força máxima de seu grupo. Sob sua batuta, os jovens Jayson Tatum, Jaylen Brown e Terry Rozier terão mais um ano de desenvolvimento. Se somarmos a isso um banco banco (Marcus Smart, Marcus Morris e Aron Baynes) além do potencial de medalhões como Kyrie, Al Horfod e Hayward, não é difícil enxergar no Boston um dos times mais versáteis e prontos para conquistar o próximo título da NBA.
Globo Esporte
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