Atleta fala sobre a diferença entre cansaço central e periférico e dá 4 dicas de recuperação

(Foto: Reprodução)


Tem coisas das quais a gente não consegue fugir e o cansaço é uma delas. Mas há tipos diferentes de cansaço, com diferentes estratégias de recuperação, você sabia? E, para cada um deles, um tipo de tratamento e atenção que precisamos dispensar. A atleta de alta performance Fernanda Surian fala sobre o assunto e conta como lida com as diferenças e peculiaridades de cada um deles.

“Você já se perguntou porque descansa e não se recupera? Quem nunca acumulou cansaço, porque acreditava que estava “descansando” da forma correta, quando, na verdade, não estava? Foi pensando nesse tipo de situação, que a gente acaba vivendo no dia a dia do box, que eu fui atrás de informação. E acabei aprendendo algumas coisas”, revela Fernanda. A primeira delas, segundo a atleta, foi a diferença entre os tipos de cansaço.

Ela explica o que aprendeu:

Cansaço central

Também conhecido como estafa, o cansaço central é muito mais mental, ou um acúmulo de atividades, exercícios, responsabilidades, que nos deixa extremamente cansados. Cansar após um dia puxado de treino + trabalho, por exemplo, é normal. Nem por isso, nos pede menos atenção. Porque a fadiga pode, se não for observada ou se não houver a correta atitude, ou seja, o descanso, levar a problemas como insônia, perda de memória e de foco, dificuldades no treino e nas atividades do dia a dia.

Cansaço periférico

O cansaço periférico é o cansaço físico, que acomete um ou mais grupos musculares, traz uma dor específica, uma fraqueza muscular, algo que foi muito exigido em um treino, por exemplo. A dor física é sempre consequência de um cansaço periférico, que pode ou não ter gerado uma lesão.


Fernanda também revela quando cada um acontece, geralmente, dentro do universo do Crossfit: “no caso do cansaço central, pode ser na exigência de coordenação, em wods com muita mudança de movimento, ou seja, um wod de 3 ou 4 movimentos vai cansar muito mais o central do que o físico, ou um squat snatch vai cansar mais do que um push press, por exemplo. Entender essas diferenças já nos preparam pro tanto que vamos ter que dispender de atenção para o descanso, depois”. E ela segue: “quando o cansaço é periférico, pode ser consequência de um upgrade no treino, mais volume, mais carga, ativação de outros músculos. Ainda há a possibilidade de uma lesão não curada ainda, ou então de um deslize na hora da prática”.

Então, como resolver? Fernanda dá 4 passos que ela costuma usar e que trazem resultado:

1- Perceba qual cansaço é: falta de foco, muito sono, sem uma dor específica= cansaço central. Se uma determinada área do corpo está dolorida ou não responde bem = cansaço periférico.

2- INVISTA na sua SAÚDE: durma, medite, fique em silêncio, vá pra natureza, ouça uma música relaxante se o seu cansaço for central. Para cansaço periférico, tenha um fisioterapeuta, se necessário. No dia a dia, alongue, faça soltura com a bolinha e com o rolinho, estímulos com o “choquinho”, bolsa de água quente/ fria.

3- ÁGUA e alimentação: para os dois casos de cansaço, não tem pra onde fugir. Comer bem e se hidratar são estratégias para limpar seu corpo e sua mente de qualquer estrago.

4- Suplementação: cada cansaço pede um suplemento diferente. Converse com sua nutricionista e explique direitinho o que você está sentindo.

Mas a atleta chama atenção: “se o cansaço for muito persistente, tem algo errado acontecendo. Seja o volume, a intensidade, a alimentação o sono, enfim: reveja suas prioridades e tire o que está a mais para colocar o que está faltando”. Procurar ajuda quando nos sentimos meio perdidos na informação é sempre a melhor pedida.

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