(Foto: Fred Huber) |
O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) rejeitou, na manhã desta quarta-feira, o pedido do Palmeiras para impugnar a decisão do Campeonato Paulista. Os auditores entenderam que o clube não conseguiu apresentar provas que sustentassem o argumento de interferência externa na partida. A decisão foi unânime. Com isso, o Corinthians está mantido como campeão paulista de 2018.
A defesa do Palmeiras, presente no julgamento, disse que os próximos passos serão decididos em conversa com o presidente do clube, Maurício Galiotte. Não cabem mais recursos em tribunais regionais e nacionais. A diretoria analisa se levará o caso à CAS (Corte Arbitral do Esporte), a última instância do direito esportivo.
O Palmeiras argumentava que houve interferência externa na decisão da arbitragem de desmarcar um pênalti assinalado a favor do Palmeiras (de Ralf em Dudu) na decisão do dia 8 de abril (veja toda a confusão em vídeo abaixo). O Corinthians venceu o jogo por 1 a 0 e conquistou o título nos pênaltis.
Como foi a votação
O auditor Otávio Noronha foi o primeiro a se manifestar. Ele defendeu a visão de que o pedido do Palmeiras havia prescrito – concordando, portanto, com a visão do TJD-SP.
– Não existe prova cabal para a impugnação – disse ele.
Em seguida, o auditor Ronaldo Piacente concordou com o relator, José Perdiz (que havia se manifestado no primeiro julgamento), e opinou que o Palmeiras se baseia em suposições, não em provas.
Logo depois, outro aditor, Mauro Marcelo de Lima e Silva, disse ter impressão de que houve interferência externa, mas sem provas. Com isso, também votou contra o pedido do Palmeiras de impugnar a partida.
– Indícios são elementos de provas. Mas têm peso também. Marca de batom na lapela tem menos peso do que na cueca. Mas a certeza tem que ser inquestionável. Tenho impressão que houve interferência externa, mas me falta a convicção absoluta – afirmou ele.
Na sequência, a auditora Arlete Mesquita e o auditor Antônio Vanderlei também acompanharam o relator. E o mesmo aconteceu com Paulo César Salomão Filho, presidente do órgão, por falta de "certeza absoluta".
Relembre o caso
Para tentar provar interferência externa na anulação da marcação de um pênalti de Ralf em Dudu, no segundo tempo do jogo de volta da final – vencido no tempo normal por 1 a 0 e também nos pênaltis pelos corintianos –, a diretoria do Palmeiras contratou uma empresa de investigação. Depois disso, o clube protocolou no TJD um documento de cerca de 100 páginas com o pedido de impugnação da partida.
O Palmeiras questiona a atuação de Dionísio Roberto Domingos, diretor de arbitragem da Federação Paulista de Futebol, e de Márcio Verri Brandão, membro da equipe de arbitragem da entidade paulista, dentro de campo da arena alviverde no momento da marcação da penalidade. Após confusão que parou o jogo por cerca de oito minutos, o árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza voltou atrás na decisão e optou pela marcação de escanteio.
Desde a final estadual, Palmeiras e Federação Paulista de Futebol vivem momentos turbulentos nos bastidores. O clube rompeu com a entidade e não mandou representantes para a festa de encerramento do Paulistão. Durante o período, o TJD puniu o presidente Maurício Galiotte e o diretor jurídico Alexandre Zanotta por críticas ao torneio e ao tribunal.
Recentemente, Galiotte e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF, estiveram no mesmo voo que levou dirigentes para o Paraguai para o sorteio das oitavas de final da Libertadores. No hotel localizado na cidade de Luque, ambos evitaram contato quando frequentaram o mesmo ambiente.
Globo Esporte
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