(Foto: Thierry Gozzer) |
Uma hora antes do jogo, o mestre de cerimônia, empolgado, avisava que não faltariam "animação e festa" na Arena Goiânia. Era, óbvio, jogo de cena. Uma brincadeira. Às 21h, para um ginásio vazio, bem diferente das 10.550 pessoas presentes em fevereiro, o Brasil entrou em quadra apenas para cumprir protocolo. Vestiu o uniforme, bateu bola, e venceu Ilhas Virgens por W.O. com o placar de 20 a 0, triunfando pela primeira vez na segunda fase das Eliminatórias Fiba para a Copa do Mundo da China, em 2019 e abrindo caminho para a classificação, que pode acontecer na próxima janela, em novembro e dezembro.
"É frustrante, eu gostaria de estar em quadra, todos gostariam, conversei com os jogadores das Ilhas Virgens que conseguiram chegar, não é uma situação legal, mas temos que olhar o lado positivo em tudo. Sem o jogo, podemos evitar situações que fogem do controle como possíveis lesões", disse Marcelinho Huertas.
O fim de semana no mínimo confuso começou antes mesmo da chegada do Brasil em Goiânia. Na quinta-feira, após a derrota para a Venezuela, em Caracas, as Ilhas Virgens deram conta de que precisavam de visto para entrar no país. Sem a documentação, CBB, COB e Itamaraty entraram em ação e na sexta-feira os vistos saíram. Os caribenhos, contudo, dizem ter perdido a conexão em Bogotá, na Colômbia, e apenas dois atletas chegaram no sábado. Na manhã deste domingo, a Fiba foi informada que o time não chegaria ao Centro-Oeste e que o Brasil venceria por W.O.
Em seu site oficial, a Fiba oficializou a situação e afirmou que abriu investigação para apurar o ocorrido. Nos bastidores, a informação é de que a entidade estuda eliminar as Ilhas Virgens do restante da competição até mesmo para evitar um desequilíbrio técnico no torneio. O Brasil ganhou 20 pontos no saldo de cestas e a Venezuela, que venceu o rival na quinta-feira, conseguiu oito pontos de frente apenas. Os venezuelanos já teriam solicitado à Fiba a anulação da partida por conta disso.
Tristes pela situação e por não poderem reencontrar o público em Goiânia, os atletas do Brasil cumpriram todo o protocolo. Deixaram o hotel por volta de 20h em direção à Arena. Uniformizados, bateram bola, foram solicitos com os cerca de 100 torcedores que foram até o ginásio e às 21h, com o quinteto em quadra, bateram bola. Depois disso, bateram fotos e aos poucos se despediram, voltando para o hotel. Nesta segunda-feira, cada um segue seu caminho em seus clubes, na Europa e no Brasil.
- Fico triste por não ter o jogo, Goiânia nos recebeu muito bem nas outras duas partidas, estávamos na expectativa de reencontrar o público nessa janela, infelizmente aconteceu isso. Tenho certeza que na próxima janela a torcida estará conosco em Goiânia ou em qualquer lugar do Brasil que formos jogar - citou Anderson Varejão.
A próxima janela Fiba será em 30 de novembro e 2 de dezembro. O Brasil pega o Canadá e a República Dominicana. As duas partidas serão com o mando de quadra brasileiro e possivelmente em São Paulo. Em dois jogos na janela de setembro, o Brasil perdeu para o Canadá por 85 a 77 e venceu as Ilhas Virgens por W.O. A equipe tem agora seis vitórias e duas derrotas, em terceiro lugar. A Venezuela, com um jogo a mais, lidera o Grupo F. O Canadá, que joga nesta segunda-feira contra o Chile, vem em seguida. O Grupo F ainda tem a República Dominicana. Ao fim das janelas, os três primeiros times avançam para a Copa do Mundo. O quarto melhor colocado também. O Grupo E tem EUA, México, Argentina, Porto Rico, Uruguai e Panamá.
Globo Esporte
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